Histórias de família são como as próprias famílias: estão sempre em construção. Tanto que, ao longo dos séculos, elas vão ficando diferentes a cada ano que passa. Um velho costume das famílias de imigrantes da região é o de reunir os descendentes de um tronco comum, com o objetivo de manter os laços antigos e conhecer os novos integrantes. O mais recente deles ocorre neste domingo, no Clube União Forquetense, em Forqueta, quando os Slomp de muitos outros sobrenomes voltam a confraternizar.
Conforme informações da historiadora Loraine Slomp Giron, os irmãos Madalena, Antonio e Giuseppe (bisavô de Loraine) migraram de Matarello, localidade da província de Trento, norte da Itália, em 1881. Antonio e Giuseppe compraram lotes de terra no Travessão Trentino, na então Segunda Légua, onde Giuseppe dedicou-se à agricultura e à criação e comércio de suínos, juntamente com a esposa Rosa e os filhos.
Loraine Slomp Giron: uma relação de amor e ódio com Caxias do Sul
À época da chegada da estrada de ferro a Forqueta, em 1908, Giuseppe acabou adquirindo mais terrenos para os filhos – e três deles acabaram fixando residência no lugarejo: Luis, Quinto e Joaquim. Joaquim abriu uma casa de negócio, a única da região da 'Estação Forqueta', e de seu casamento com Virginia Lain nasceram sete herdeiros: Primo, Joaquim, Rosa, Serafina, Égide, Virginia e Dilva.
Hoje, fazem parte dos descendentes de Joaquim e Virginia membros das famílias Neis, Conte, Bassanesi e Alberti, entre outras. Joaquim e Virginia também tiveram 33 netos. As duas imagens deste post datam de 14 de agosto de 1955, quando Joaquim celebrou 70 anos. Ele nasceu em 1885 e faleceu em 16 de novembro de 1961, aos 76 anos.
A reunião de família em que foi captada a foto abaixo marcava, além do aniversário de 70 anos do patriarca, o batizado do neto Julio Conte (o bebê nos braços da prima Loraine Slomp Giron). Na imagem vemos ainda os primos Nestor Alberti (terceiro a partir da esquerda, em pé) e Bernardete Conte (a menina sentada à esquerda, com os braços cruzados).
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Uma cooperativa em 1929
Joaquim Slomp foi um dos fundadores da capela de Santo Antonio da Forqueta e, com os irmãos e cunhados, teve a ideia da criação da Cooperativa Vitivinícola Forqueta, surgida em 11 de agosto de 1929 e a mais antiga da América Latina - em homenagem ao empreendedor, um busto de Joaquim, desenvolvido pela filha, a escultora Dilva Conte, decora a praça do bairro. Dilva também esculpiu a figura de Beatrice, que faz companhia a Dante Alighieri, no centro de Caxias.
Dilva Conte e a escultura de Beatrice, a musa de Dante Alighieri
Estátua da musa de Dante Alighieri desperta interesse pelo épico A Divina Comédia
Em livro
Escrito em 1994, um pequeno opúsculo chamado O Dom de Lembrar conta um pouco mais da história dos Slomp. Um caso curioso na família foi o casamento de duas irmãs Slomp (Virgina e Dilva) com dois irmãos Conte (Bernardino e Joel).
Dilva Conte e Joel Conte na Festa da Uva de 1981
Museu do Vinho Primo Slomp
Primo Slomp teve forte atuação na Cooperativa Vinícola Forqueta e também dá nome ao Museu do Vinho, junto ao prédio. O local pode ser visitado de terça a sábado, das 9h às 17h. Domingos, das 11h às 17h. Mais informações pelo 3535.1614. Neste final de semana, Forqueta também sedia a Festa do Vinho Novo.
Festa do Vinho Novo movimenta Forqueta no final de semana
Cooperativa Vinícola Caxiense em 1960
Otávio Rocha e os primórdios do cooperativismo vinícola
Parceria
Informações desta coluna são uma colaboração de Loraine Slomp Giron, neta de Joaquim Slomp e filha de Primo Slomp.
Cooperativa Vinícola São Victor nos anos 1950
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