Impossível falar das memórias de Galópolis sem mencionar o antigo Círculo Operário Ismael Chaves Barcellos, atrelado ao Lanifício São Pedro. Ainda mais agora, quando a comunidade anseia pelo parecer positivo ao pedido de tombamento do prédio, encaminhado ao Patrimônio Histórico do Município – a próxima reunião do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc) está prevista para março.
Enquanto isso, recordamos do Grêmio Esportivo Ismael Chaves Barcellos, que representou o futebol amador na comunidade do bairro desde o surgimento do Círculo, em 1929.
Vinculado ao departamento de esportes da entidade, que englobava ainda grupos de bolão e bocha, o time atravessou as décadas mesclando em suas formações diversas gerações de galopolenses – todos trabalhadores do extinto Lanifício São Pedro.
Na imagem acima, temos um registro da equipe de 1943 do Ismael, já destacado neste espaço pelo colega Roni Rigon. Conforme identificação feita por Agostivino Fontana e Elmo Rippel, aparecem na foto, entre outros, Arlindo Felippi, Paulo Lazaretti, Waldomiro Pegorini, Waldir Vial, Sadi Barazzetti, Flavio Rippel, Pedro Moschen, Herbert Pellenz, Itacir Borges dos Santos, Hugo Marchioro, Paulina Moschen, Tomaz Vidor, Luiz Moschen, Elmo Rippel, Armando Pellenz, Antonio Moreschi, Arlindo Brusa, Manuel Cardozo, Aquilino Marchi, Aristolino Bridi, Arlindo Forner e Luiz Pauletti.
As sedes
À época da foto acima, o Círculo Operário funcionava junto a um antigo casarão de madeira na esquina das ruas Ismael Chaves e Antônio Chaves (imagem acima), sede da Cooperativa de Consumo, da biblioteca e dos grupos de bolão, bocha e futebol.
Já o ambulatório médico, a farmácia e os serviços de barbearia, mercearia e jardim de infância passaram a ser oferecidos na edificação de alvenaria construída em 1939, para abrigar a sede operacional, na esquina das ruas Pedro Chaves e Ismael Chaves (foto abaixo).
Já o prédio da então nova sede social do Círculo Operário Ismael Chaves Barcellos (foto na sequência) foi erguido entre 1953 e 1955, no quarteirão compreendido entre as ruas Pedro Chaves, Ismael Chaves, Hércules Galló e a Praça Duque de Caxias – a inauguração deu-se em 1964. Já entre 1980 e 1999, o imóvel abrigou a sede administrativa do Lanifício Sehbe.
A saber: desde 2011, o complexo pertence à prefeitura. Em 2019, a edificação foi interditada pelo Corpo de Bombeiros devido às más condições e ao risco de incêndio.
Centro comunitário e cultural
Conforme o laudo que acompanha o projeto de tombamento do prédio, elaborado pela Associação de Moradores de Galópolis (AMOG), várias entidades e uma série de atividades devem contribuir para movimentar o espaço após a provável revitalização. Tudo por meio do Centro Comunitário e Cultural Galópolis.
Entram aí as sedes da AMOG, do Ponto de Cultura Fortalecendo Laços, da Amigópolis, do Clube de Mães La Mamma, do Grupo de Artesanato Galoarte, da Biblioteca Comunitária, do segundo núcleo expográfico do Museu de Território de Galópolis e das atividades decorrentes do pacto de amizade firmado entre Galópolis e a cidade italiana de Córbola, em 2018.
Outras iniciativas previstas seriam cursos profissionalizantes nas áreas de gastronomia, têxtil (costura) e de formação de mediadores para o patrimônio cultural do bairro, além de um núcleo de gestão, pesquisa e preservação patrimonial.
Inventário participativo
Visando despertar o interesse da comunidade para a importância do patrimônio material e imaterial do bairro, a historiadora Geovana Erlo, com o apoio da comissão do Centro Comunitário e Cultural Galópolis, fará a mediação do Inventário Participativo. O encontro ocorre dia 8 de março em dois horários, às 16h e 19h, em frente à Igreja Matriz. Mais informações pelo (54) 99696.0634 ou pelo www.projetocccg.com.