Encravada entre vales e montanhas, Galópolis e suas belezas naturais foram eternizadas por diversos fotógrafos ao longo do século 20. Além de Sisto Muner e da filha, Ignez Muner, ambos moradores do bairro, Ulysses Geremia (1911- 2001) também captou diversos aspectos pitorescos, sociais e econômicos da antiga vila. E o mítico Lanifício São Pedro, em torno do qual o lugarejo se desenvolveu, foi um dos mais registrados.
Acompanhado do gerente do lanifício, João Laner Spinato (à direita), e do engenheiro Eloy Bissaco, Geremia capturou a imagem acima a partir do famoso Morro da Cruz, por volta de 1959. O local permitia uma vista privilegiada do parque têxtil, de boa parte do vilarejo e do casarão onde Spinato morava com a família, na parte superior do terreno da fábrica e às margens da então Estrada Federal Presidente Vargas (BR-116).
Conforme dona Therezinha Spinato Bissaco, filha de João Laner Spinato, o pai costumava circular muito pela área rural do antigo distrito, suas encostas e recantos escondidos. Provavelmente desse hábito resultou a rara foto acima, garimpada no acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.
– Ele chegava na casas dos amigos, das famílias do interior, na 4ª Légua, encilhava um cavalo e ia conhecer os lugares. Também passeava muito pelo terreno da plantação de eucaliptos, que eram usados nas caldeiras do lanifício – lembra dona Therezinha.
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A família Spinato
João Laner Spinato e a esposa Luiza Gitzler residiram em Galópolis entre 1927 e 1965, atuando permanentemente nas atividades comunitárias, religiosas e sociais do bairro. Na residência junto ao Lanifício São Pedro nasceram e foram criadas as filhas Lori, Ruth, Therezinha e Rosemeri.
Após o casamento com Ruth e uma breve temporada em São Paulo, o engenheiro Eloy Bissaco aceitou o convite de Spinato e passou a trabalhar na fábrica, auxiliando o sogro em diversas atividades com o maquinário das seções.
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O Instituto Hércules Galló
Boa parte da história de Galópolis, em textos e fotos, pode ser conferida no Instituto Hércules Galló. A visitação ocorre de terça a sábado, das 13h30min às 17h30min, com entrada franca.
Foi a partir das cercanias do antigo casarão construído por Hércules Galló em 1908 – posteriormente residência das famílias Schenk, Solio e Canuto, e hoje sede do Instituto – que Ulysses Geremia captou a imagem acima, uma das mais conhecidas e compartilhadas pelos habitantes do bairro.
Datada do início dos anos 1950, a foto destaca a Estrada Federal Presidente Vargas (BR-116) já pavimentada e as duas igrejas do antigo “Vale Del Profondo”. Tendo como padroeira Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, a nova matriz (à esquerda) foi inaugurada em março de 1947.
Inacreditavelmente, a antiga igrejinha e seu campanário (ao centro) foram demolidos logo em seguida.
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