São 26 mil livros (entre eles, uma bíblia de 1599), 15 mil objetos (pinturas, esculturas, peças de mobiliário, instrumentos musicais, crucifixos), 100 mil documentos, 85 mil fotografias e uma coleção especial de obras raras, abrangendo desde o século XVI até o XX, com exemplares em couro, pergaminho e papel de trapo.
Essa breve descrição dá uma noção da riqueza que repousa no terceiro andar e sótão do prédio da esquina das ruas General Sampaio e General Mallet, no bairro Rio Branco. É onde funciona o Museu dos Freis Capuchinhos (Muscap), instituição que chega aos 20 anos trazendo uma pequena amostra de seu acervo em uma caprichada edição impressa.
Dotado de 68 páginas ilustradas, o catálogo MusCap 20 Anos – Acervos e Memórias ganha lançamento nesta quinta, a partir das 19h30min, durante uma palestra online conduzida pelo frei Celso Bordignon, diretor do espaço e um dos idealizadores do museu, ainda em 1980 (leia mais abaixo).
A presença dos Capuchinhos
Desde a abertura ao público em 6 de dezembro de 2000, o Museu dos Capuchinhos vem se dedicando à guarda e manutenção de acervos, à pesquisa e à difusão da história da congregação no Estado.
— Os freis fizeram muito pela população gaúcha no campo espiritual, mas também nos aspectos humano, social e cultural. Foram grandes incentivadores de organizações comunitárias, do cooperativismo e da própria geração de energia elétrica. Os Capuchinhos foram construtores de uma parte da história do RS. Essa memória não deve se perder — comenta Frei Celso.
Nos registros desta página, alguns itens que compõem o catálogo, com destaque para uma das primeiras capelinhas da Paróquia Imaculada Conceição (abaixo).
Os 125 anos no RS
O lançamento do catálogo MusCap 20 Anos – Acervos e Memória coincide com as comemorações dos 125 anos da vinda da Missão Capuchinha ao Rio Grande do Sul. Os religiosos chegaram a Garibaldi em 18 de janeiro de 1896 e foram se estabelecendo ao longo do tempo em 32 municípios do Estado, além de firmarem missões no Mato Grosso, Rondônia e no Haiti.
O início em 1980
A história do MusCap remonta ao ano de 1980, quando quatro estudantes de Teologia, juntamente com o frei historiador Rovílio Costa, conceberam um museu que conservasse o legado da congregação – entre os estudantes estava o atual diretor do Muscap, frei Celso Bordignon.
Eles percorreram dezenas de igrejas, conventos e seminários, recolhendo objetos, livros, fotos, mobiliários, fragmentos e paramentos antigos. Todo o material ficou armazenado por anos em Porto Alegre, sendo, depois, transferido para Veranópolis. Com a saída da Gráfica e Editora São Miguel do prédio pertencente à paróquia Imaculada Conceição, no bairro Rio Branco, abriu-se espaço para o acervo e para a criação do museu, em 2000.
Desde então, a diretoria vem promovendo ações para tornar o local uma estrutura dinâmica e em constante diálogo com o público. Assim, agrega manifestações culturais, exposições, projetos educacionais, promoção de cursos de artes e de educação patrimonial, além da edição da revista anual Le Musée.
— Um museu nunca está pronto. Está sempre se recriando, se reinventando. adquirindo novos acervos. Aqui no MusCap, procuramos fazer um museu vivo e dinâmico, aberto para exposições e manifestações culturais da comunidade, pois um museu sem a comunidade perde sua razão de existir — diz frei Celso.
Agende-se
:: O que: lançamento do catálogo Muscap 20 Anos - Acervos e Memórias, com palestra online do frei Celso Bordignon, diretor do MusCap
:: Quando: nesta quinta (27), às 19h30min
:: Acesse: youTube/museucapuchinhos
:: Financiamento: Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LIC), com apoio cultural das Empresas Randon S.A., Instituto Elisabetha Randon, Racon Consórcios, Vanin - Soluções em Movimentações de Cargas e Materiais e Paris Administração e Participações Ltda. Conforme o diretor do Muscap, Frei Celso Bordignon, o Museu já está com falta de espaço físico e virtual. Grande parte do acervo ainda necessita de pesquisa e documentação e aguarda apoio financeiro para isso. :: Quanto: o catálogo será distribuído a entidades e colaboradores. Posteriormente, haverá venda ao público, com valor a ser definido.