As informações que virão de Brasília nesta segunda-feira serão aguardadas com imensa expectativa pela comunidade regional. Está prometido o lançamento do PAC Universidades pelo governo federal, com o anúncio de que Caxias do Sul irá ganhar um campus da UFRGS, com os primeiros cursos já em 2025. Uma extensão da UFRGS na Serra Gaúcha mereceu intensa mobilização regional na década passada, mas não chegou a lugar nenhum. A mobilização foi retomada ano passado, mas aí por uma universidade federal para a Serra, que agora vem proposta em uma modelagem diferente da que foi inicialmente pleiteada, na forma de campus da UFRGS. Acena-se que, com um campus de uma universidade já existente, os trâmites para implantação são mais rápidos.
As principais entidades regionais, em uma avaliação preliminar, têm coincidido na expectativa de que o campus da UFRGS anunciado agora é uma resposta à demanda pela universidade federal e, quem sabe, seja o embrião para uma instituição de ensino superior nos moldes das demais universidades federais do Estado. A deputada Denise Pessôa e o deputado Pepe Vargas, ambos do PT, que encabeçaram a mobilização pela universidade federal, entendem que o anúncio do campus da UFRGS é uma conquista, uma vitória importante. Por certo. É uma notícia a ser comemorada, mas é preciso acompanhar o detalhamento dela.
Há um aspecto essencial na luta por uma universidade para a região: a oferta de um leque importante de cursos gratuitos, ensino superior público para os filhos e filhas de trabalhadores e de trabalhadoras que desejam cursá-los, como os de Medicina, Engenharias, Odontologia e uma série de outros, sem a necessidade de custos de logística em outras cidades onde há universidades federais. Hoje, fazer esses cursos é proibitivo para famílias que não dispõem de poder aquisitivo para oferecê-los a seus filhos. Esse é o ponto essencial. A oferta de cursos por um campus da UFRGS precisa atender a esse pleito, que verdadeiramente democratiza o ensino superior. Por isso, saber quais cursos serão oferecidos é vital. Se a oferta for restrita, o campus da UFRGS anunciado agora consistirá em um eventual embrião para uma universidade federal futura, mas seguirá sem atender ao pleito legítimo das famílias de trabalhadores e trabalhadoras, de democratizar verdadeiramente o acesso ao ensino superior.