O regulamento do Gauchão de Futsal, organizado pela Liga Gaúcha de Futsal (LGF), não prevê punição interna para casos de injúria racial. O assunto entrou em discussão depois que o goleiro João Paulo, do Atlântico, alegou ter sido chamado de "macaco" por um torcedor do Guarany, em jogo realizado neste sábado (30), no Módulo Esportivo, em Espumoso.
A partida, que definiria o primeiro finalista do Gauchão de Futsal, foi paralisada quando restavam 50 segundos para o fim do primeiro tempo da prorrogação. Na ocasião, João Paulo reconheceu o torcedor que teria proferido a ofensa, mas a segurança privada contratada pelo Guarany não se direcionou até o homem. Por isso, jogadores e comissão técnica do Atlântico optaram por não retomar à quadra.
Dois casos semelhantes a esse foram registrados em quadras gaúchas nesta temporada. Atletas de Guarani-FW e Vamo Dale sofreram injúrias raciais, os times abandonaram a quadra e não retornaram a partida. Em ambas as situações os clubes foram penalizados no TJD.
E o caminho do Atlântico poderá ser o mesmo. O presidente da Liga Gaúcha, Nelsinho Bavier, afirmou à GZH que a definição do episódio compete somente ao tribunal, já que o regulamento da competição deste ano não prevê punições para casos de injúria racial.
— Os árbitros vão nos enviar os relatórios do jogo e, a partir daí, a procuradoria vai analisar e enquadrar dentro dos artigos do CBJD. Faz-se a citação e em três dias acontece o julgamento no TJD. Estamos buscando dar a maior celeridade possível para que tenhamos essa sessão ainda nesta semana. Estamos no aguardo do Boletim de Ocorrência para anexar também — disse Bavier.
Segundo Nelsinho, a entidade deverá mudar o regulamento já para a próxima edição:
— Já temos a pauta de injúria racial anotada para discutir com os clubes na assembleia de final de ano.
Registro do Boletim de Ocorrência
Após a paralisação da partida, o goleiro João Paulo se dirigiu a uma delegacia de Espumoso para registrar Boletim de Ocorrência. O duelo entre Guarany e Atlântico, válido pelo jogo de volta da semifinal do Gauchão de Futsal, foi paralisado quando o placar estava em 1 a 1, o que encaminhava a decisão para os pênaltis.