O suposto caso de injúria racial sofrido pelo goleiro João Paulo, neste sábado (30), abalou todo o elenco do Atlântico. A equipe decidiu não voltar à quadra depois que o atleta afirmou que foi chamado de "macaco" por um torcedor do Guarany, que estava presente no Módulo Esportivo, em Espumoso.
A partida, que definiria o primeiro finalista do Gauchão de Futsal, foi paralisada quando restavam 50 segundos para o fim do primeiro tempo da prorrogação. Na ocasião, João Paulo reconheceu o torcedor que teria proferido a ofensa, mas a segurança privada contratada pelo Guarany não se direcionou até o homem. Por isso, jogadores e comissão técnica do Atlântico optaram por não retomar à quadra.
Em entrevista à GZH, Paulinho Sananduva, técnico do Atlântico, afirmou que a atitude tomada por sua equipe foi correta.
— Casos como esse precisam acabar. Isso precisa de um basta. Tem que haver respeito. O torcedor pode xingar, mas não pode ofender. Eu tenho vários atletas que se sentiram ofendidos com a ofensa racista que o João Paulo sofreu. Eu tinha dois atletas chorando dentro do vestiário. Não tinha a menor condição do jogo continuar — destacou Sananduva.
— Isso é reincidente aqui em Espumoso. Já é a segunda vez que acontece isso com um jogador do Atlântico. Ano passado foi o Kauê, agora o João Paulo. Eu fico muito chateado. Espero que situações como essa não se repitam porque o futsal é um esporte de família e de muita criança, precisamos ser exemplo.
Registro do Boletim de Ocorrência
Após a paralisação da partida, o goleiro João Paulo se dirigiu a uma delegacia de Espumoso para registrar Boletim de Ocorrência. A definição do finalista, por sua vez, deve acontecer no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). Ainda não há data para que o julgamento aconteça.
O duelo entre Guarany e Atlântico, válido pelo jogo de volta da semifinal do Gauchão de Futsal, foi paralisado quando o placar estava em 1 a 1, o que encaminhava a decisão para os pênaltis.