A injúria racial denunciada por João Paulo, goleiro do Atlântico, neste sábado (30), foi a terceira registrada nas quadra gaúchas em 2024. Na ocasião, equipe decidiu não voltar à quadra depois que o atleta afirmou que foi chamado de "macaco" por um torcedor do Guarany, que estava presente no Módulo Esportivo, em Espumoso.
A partida, que definiria o primeiro finalista do Gauchão de Futsal, foi paralisada quando restavam 50 segundos para o fim do primeiro tempo da prorrogação. Na ocasião, João Paulo reconheceu o torcedor que teria proferido a ofensa, mas a segurança privada contratada pelo Guarany não se direcionou até o homem. Por isso, jogadores e comissão técnica do Atlântico optaram por não dar sequência ao jogo.
Terceiro caso de injúria racial em 2024
O episódio de injúria racial deste sábado foi o terceiro registrado em quadras gaúchas neste ano. Nos dois casos anteriores, os clubes também deixaram a quadra e foram punidos no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD).
Em setembro, o goleiro Léo Silva e o treinador Raphael Melo, ambos do Guarani-FW, foram alvos de injúria racial por parte de um torcedor da Afucs, em partida válida pela primeira fase do Gauchão de Futsal. A equipe de Frederico Westphalen optou por sair de quadra e não retornar.
Na ocasião, a Afucs informou que o torcedor que proferiu as ofensas era menor de idade. O goleiro, por sua vez, afirma que não e, por isso, o Boletim de Ocorrência foi feito sem identificação do autor.
Após julgamento no tribunal, ficou definido que o clássico não seria retomado e os três pontos da partida iriam para a Afucs. A equipe de Seberi foi condenada à multa de R$ 5 mil e perda de dois mandos de quadra. O Guarani, além de perder os pontos em disputa, teve de pagar uma multa de R$ 500.
Racismo dentro de quadra
Em outubro, o jogo entre AVF e Vamo Dale, pelas quartas de final da Série Prata de Futsal, foi interrompido quando Jhonatan Silva, do Vamo Dale, afirmou que Vitor Otávio Irazaga, da AVF, lhe chamou de "macaco".
A partida foi retomada depois da injúria racial. No entanto, houve confusão generalizada e a arbitragem expulsou seis jogadores, sendo três de cada equipe. O Vamo Dale solicitou a presença da Brigada Militar e, sem sucesso, optou por não continuar jogando. Sendo assim, o jogo foi encerrado.
No julgamento, o TJD puniu o atleta Vitor Otávio Irizaga, da AVF, por crime de injúria racial. Já o Vamo Dale foi eliminado da competição porque não deu continuidade à partida após denunciar a injúria racial em quadra.
Como fica o jogo entre Guarany e Atlântico?
O duelo entre Guarany e Atlântico, válido pelo jogo de volta da semifinal do Gauchão de Futsal, foi paralisado quando o placar estava em 1 a 1, o que encaminhava a decisão para os pênaltis.
A definição do finalista, por sua vez, deve acontecer no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). Ainda não há data para que o julgamento aconteça.