A prefeitura de Passo Fundo e a Be8 assinaram, na tarde desta terça-feira (26), protocolo de intenção que amplia os investimentos da empresa na cidade com uma nova planta para produção de etanol e a primeira planta de glúten vital do Brasil. A assinatura ocorreu na sede da companhia.
Inicialmente, um protocolo assinado em agosto de 2023, com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, previa apenas a construção de uma nova planta para produção de etanol — a primeira de grande porte no Estado — com investimento previsto de R$ 556 milhões.
Após a realização de estudos técnicos, a empresa anunciou que também irá construir a primeira planta para produção de glúten vital (concentrado proteico em pó obtido a partir da farinha de trigo) do Brasil. A nova fábrica tem previsão de iniciar operações em 2026.
Com a ampliação do projeto, o investimento total previsto no novo complexo industrial ultrapassa R$ 1 bilhão.
Atualmente, todo o glúten consumido no Brasil é importado. Com essa nova planta, a Be8 prevê suprir integralmente o mercado brasileiro, com capacidade para atender também ao Mercosul.
— Nós dissemos para o prefeito, na época, que estávamos ainda fazendo um estudo para que pudéssemos fazer as duas fases do projeto: do etanol, numa fase só, e também colocar a produção de glúten vital. Então, essa mudança no projeto, de trazer as duas fases para uma fase só, e também de fazer a unidade de glúten vital, faz com que o investimento dobre — destacou o presidente da Be8, Erasmo Carlos Battistella.
Battistella lembrou que o mercado gaúcho de etanol é bastante competitivo, apesar de todo o produto vendido no RS vir de outros Estados.
— Nós vamos ter que, efetivamente, ter uma unidade com muita tecnologia, com baixos custos, com mão de obra muito qualificada, para que a gente possa estar produzindo o ano todo e competindo no mercado — disse.
Questionado sobre o cronograma para início das obras, Battistella explicou que em agosto a empresa havia recebido a licença prévia da Fepam, órgão ambiental responsável por autorizar a implantação e o funcionamento de indústrias no RS. Agora, é aguardada a licença de instalação.
— Estamos preparados para o início das obras, mas dependemos, obviamente, da licença de instalação. Quando nós recebemos, no ano passado, a visita do vice-presidente (Alckmin) e do governador Eduardo Leite, nós recebemos a licença prévia, mandamos todas as informações para a licença de instalação e estamos dependendo da liberação junto à Fepam, que nós sabemos que está na fase final de análise — contou o empresário.
De acordo com o prefeito de Passo Fundo, Pedro Almeida (PSD), esse será o maior investimento feito pela iniciativa privada no município nas últimas décadas.
— Um dia histórico para a nossa cidade (...) Já era um grande protocolo assinado em agosto do ano passado, com mais de R$ 500 milhões de investimento, e agora passa de R$ 1 bilhão. Passo Fundo será protagonista ainda mais esse processo dos biocombustíveis. Nós vamos entrar para o mapa, sem dúvida, do biocombustível, do combustível limpo, das novas iniciativas, como essa que é tão tecnológica e tão inovadora — afirmou o prefeito.
Na fase de implantação do projeto serão cerca de 800 empregos gerados, dando preferência à contratação de mão de obra local. Já na fase de operação, serão cerca de 175 empregos diretos.
Conforme a Be8, a unidade contará com autoprodução de energia elétrica com cogeração a partir de biomassa, e a oferta de energia excedente será disponibilizada para a rede de distribuição do município. Além disso, a nova planta não irá fazer o lançamento de efluentes líquidos, que serão utilizados para produção de vapor no processo de produção.