Por Ricardo Hingel, economista
Os últimos 20 anos, para usar uma palavra da moda, foram os mais disruptivos da história da sociedade e dos negócios. A velocidade exponencial com que a tecnologia evolui e muda vidas, culturas e mercados está na base de tudo.
Centro da economia moderna, a inovação rompe com mercados estabelecidos, cria novos e traciona a geração de riqueza das economias modernas. Altera as condições de competitividade. Se invenções pressupõem ideias e modelos novos, a introdução de utilidades e sua implementação é que levam à inovação e acabam por sufocar demandas por produtos e serviços anacrônicos. Há 20 anos, você imaginava comprar um telefone e o que menos faria com ele seria telefonar? Prazer, ele é seu smartphone, seu amigo inseparável e criador de utilidades e riquezas.
Se a ponta mais visível da inovação é a tecnológica, a antecipação e, principalmente, seu uso é que fazem a diferença. Modelos comerciais que se antecipam e que sabem utilizar inovações é que predominam. Se os produtores do boom de tecnologia da informação e das comunicações inovaram em seus produtos e serviços, criando empresas bilionárias, também geram em seu entorno cadeias econômicas que sabem usar estas tecnologias.
Se Apple, Samsung, Google, Microsoft, Intel, Amazon, IBM e outras tantas criaram e disponibilizaram as mais diversas tecnologias, também oportunizaram que um número incontável de cases de sucesso também surgisse. Grandes redes de comércio e bancos tiveram que rapidamente mudar seus modelos tecnológicos e comerciais. A tecnologia fez surgirem os chamados marketplaces, que utilizam uma estrutura de distribuição e, usando a tecnologia disponível, nivelam grandes e tradicionais varejistas com novos entrantes, a competir no chamado e-comerce. Cada vez mais você vai comprar pela internet.
O sistema financeiro, incluindo crédito, investimentos, seguros e as redes de adquirência, leia-se maquininhas, nunca mais será o mesmo a partir da veloz introdução de tecnologia em suas operações, que rapidamente colocam inovações à disposição. Bancos digitais e o uso predominante da internet fará de você cada vez mais um ser digital. Você não é já um smartphone dependente? Se não é, será, assim como as empresas serão dependentes da inovação de produtos, processos e estratégias.
Olhando tudo o que ocorre à nossa volta em termos de tecnologia, percebemos que o presente se aproxima do futuro e que a diferença entre pessoas, empresas, sociedades e países estará exatamente na capacidade de cada um inovar, pois o destino será sempre binário: inovar ou ficar obsoleto.