Se uma música pudesse ser transformada em comida, que gosto teria? O projeto Sabor das Músicas responde a essa pergunta com um algoritmo que transforma canções em receitas gastronômicas. A tecnologia, que nasceu de uma parceria entre Spotify, Tramontina e J. Walter Thompson, faz uma equivalência entre características sonoras e sabores: o tempo de duração da canção, por exemplo, determina se a receita terá menos ou mais ingredientes. Se for uma música dançante, tem mais chances de ser um prato quente.
Para fazer o teste é preciso acessar o site sabordasmusicas.com.br, conectar-se à sua conta no Spotify e conferir o resultado. Qualquer música da plataforma tem uma receita correspondente, e são mais de 44 milhões de combinações possíveis. O programa especifica ainda os ingredientes, o tempo de preparo e a panela ideal para o cozimento.
A coluna fez o teste: para o clássico da banda Genesis, Carpet Crawlers, a sugestão é Terrine de Foie Gras com Salada de Agrião e Cevadinha Fria. O algoritmo considera a canção pouco positiva, e por isso amarga. Também é pouco dançante, o que equivale ao preparo de receitas frias. Já o processo de preparo acompanha o crescendo da música: começa com uma lenta marinada do fígado de pato em vinho do porto e conhaque, mas culmina em um prato sofisticado e interessante.
Parece viagem, mas foram seis meses de trabalho de um neurocientista, um maestro e um chefe de cozinha para desenvolver a tecnologia, baseada no princípio da sinestesia. A ideia da Tramontina, patrocinadora da iniciativa, é aproximar do público jovem a linha de panelas inox, no mercado há 40 anos.