Tecnologia, crescimento acelerado e novos modelos de negócio são os termos da moda no mundo das startups, mas podem causar arrepios em muitas corporações. Não é novidade que estamos vivendo uma era de rápidas transformações, a qual exige adaptações constantes. As grandes empresas, contudo, por terem estruturas mais burocráticas, muitas vezes não têm fôlego para acompanhar a corrida da inovação e podem ter seus produtos substituídos por outras soluções quando menos imaginam.
Há algumas semanas, por exemplo, comemoramos o emblemático caso da 99, primeira empresa brasileira a receber o título de unicórnio, por ter atingido um valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. Em apenas cinco anos, a 99 mudou o rumo da quase pré-histórica indústria de táxis no Brasil. Outro exemplo é o Waze, aplicativo de trânsito e navegação, que, em pouquíssimo tempo, tornou obsoleto o tradicional GPS.
Mas, a boa notícia é que unicórnios e dinossauros podem, sim, coexistir. Uma alternativa para aproximar esses dois mundos, que vem ganhando muita relevância, é o Corporate Venture, termo utilizado para caracterizar a aproximação entre grandes empresas e negócios nascentes. Investir no relacionamento com novas empresas em vez de alocar recursos internamente para gerar inovações tem se mostrado uma forma mais rápida e mais barata para as corporações se manterem competitivas. As startups, claro, também são beneficiadas.
Nessa relação, as corporações buscam ter acesso a tecnologias, testar um novo nicho de mercado e criar negócios. Já para as empresas nascentes, a interação com aquelas já estabelecidas pode representar acesso a conhecimento, dinheiro, clientes e tudo mais que facilite o crescimento.
A parceria entre grandes empresas e startups já é uma tendência no mercado brasileiro. Segundo estudo realizado pelo 100 Open Startups, o número de contratos firmados no Brasil entre grandes companhias e startups aumentou 194% do ano de 2016 para 2017. Os casos de sucesso são cada vez mais comuns. Empresas de setores tradicionais como Santander e Algar, por exemplo, após desenvolverem programas de aceleração de startups, contrataram os serviços de algumas e investiram em outras, gerando benefícios para os dois lados.
Como disse Darwin, não é o mais forte nem o mais inteligente que sobrevive, mas o mais adaptável. Em um ecossistema de evoluções constantes, quem se adaptar mais rápido, garante a sua sobrevivência por mais tempo. Não faltam motivos para acreditar que a colaboração entre grandes empresas e startups é um caminho para isso.