O caixão de Elizabeth II deixou neste domingo (11) o castelo escocês de Balmoral, onde morreu na quinta-feira (8) aos 96 anos, com destino a Edimburgo, no início de uma viagem que permitirá aos britânicos despedir-se da sua rainha.
O carro funerário preto passou pelo portal do castelo depois das 10h, com o caixão de carvalho coberto com a bandeira real escocesa e uma coroa de flores brancas no interior, para uma viagem de seis horas à capital da Escócia.
— Sua Majestade nos deu sua vida e tempo sem exigir nada em troca. Prestar homenagem a ela de uma maneira tradicional foi uma forma de agradecê-la por tudo o que ela fez — disse Mark Lindley-Highfield, 47 anos.
Milhares de pessoas assistiram ao cortejo fúnebre passar pelo verde campo escocês. Em Ballater, a primeira cidade atravessada, as pessoas estavam estacionadas na rua principal e algumas atiravam flores.
Embora o protagonismo tenha sido da falecida soberana após a proclamação do novo rei Charles III, a aparição dos príncipes William e Harry, juntos com suas esposas, Kate e Meghan, respectivamente, estamparam as primeiras página dos jornais deste domingo (11).
"Reunidos pelo luto", foi a manchete do Sunday Telegraph, com uma foto dos dois casais caminhando juntos em Windsor. O Sunday Times informou que "longas negociações" foram necessárias entre os casais para administrar o momento midiático.
Momento histórico
Desde a morte de Elizabeth II na quinta-feira, em sua residência particular de verão, os preparativos para receber seu caixão não pararam na Escócia.
— É emocionante. É ótimo que passe por aqui (...) para que os escoceses possam se despedir de sua rainha — disse Paloma à AFP na capital escocesa.
Depois de uma longa viagem que passará por Dundee e Aberdeen, o caixão chegará por volta das 16h locais (12h em Brasília) à capital escocesa, onde permanecerá até terça-feira (13), quando um avião o transportará para Londres. O funeral será no dia 19 de setembro.
Ao protocolo oficial para o momento de sua morte, cuidadosamente elaborado durante anos sob o codinome London Bridge, foram acrescentadas disposições especiais desde que ela morreu na Escócia, conhecida como Operação Unicórnio.
Em Edimburgo, as calçadas ao longo da rota foram protegidas com barreiras para que escoceses e visitantes pudessem ver a procissão passar.
— É tão louco poder viver este momento histórico — disse Jake, 22.
O caixão descansará na sala do trono do palácio, antes de ser transferido na segunda-feira em procissão para a catedral de Saint Giles, onde será realizado um serviço religioso na presença do rei Charles III e onde as pessoas poderão se despedir de sua "amada mãe".
Em Londres, o caixão será transportado em procissão do Palácio de Buckingham ao Palácio de Westminster na quarta-feira (14) para despedidas dos britânicos até o dia do funeral de Estado.
O primeiro funeral de Estado desde o do ex-primeiro-ministro Winston Churchill em 1965 receberá dezenas de líderes mundiais, incluindo o presidente dos EUA Joe Biden, e atrairá milhões de pessoas.