Com a morte da rainha Elizabeth II, a família real britânica e as autoridades de governo do Reino Unido se preparam para cumprir um longo plano de despedida, programado em seus mínimos detalhes durante anos.
A chamada Operação London Bridge, que vinha sendo divulgada desde a piora no estado de saúde da rainha, seria o protocolo a ser seguido originalmente, caso a Elizabeth II tivesse morrido em Londres. No entanto, como a rainha morreu na Escócia, no Palácio de Balmoral, o protocolo acionado será a Operação Unicórnio.
Segundo o jornal britânico The Guardian, algumas coisas no início do trâmite após a morte de Elizabeth mudam. De acordo com o cronograma, o caixão será levado de carro para o Palácio de Holyroodhouse, em Edimburgo, onde ficará repousando por alguns dias. Ali, durante 24 horas, será permitida a entrada do público para velar a monarca mais longeva do Reino Unido.
Apenas o novo rei, Charles III, poderá decidir sobre determinados aspectos até o funeral de Elizabeth na Abadia de Westminster. Mas é possível fazer um resumo das próximas etapas com base nas opiniões de especialistas e nas indiscrições da imprensa britânica.
O rei Charles III e sua esposa, Camila, retornaram a Londres nesta sexta-feira (9) após passarem a noite em Balmoral, a residência escocesa onde Elizabeth II faleceu na quinta-feira.
O soberano deve finalizar os últimos detalhes dos funerais, a duração do luto para a família real - que prosseguirá por até sete dias após o funeral - e o governo confirmará quantos dias vai durar o luto nacional, provavelmente entre 12 ou 13. O dia do enterro, que ainda não foi definido, será feriado.
As bandeiras britânicas serão hasteadas a meio mastro, os sinos das igrejas tocarão em Londres ao meio-dia e 96 salvas de canhão serão disparadas em memória da soberana, uma para cada ano de vida.
A primeira-ministra e os membros de seu governo devem comparecer a uma cerimônia religiosa "improvisada" na catedral londrina de St. Paul.
Neste sábado (10), um conselho de autoridades se reunirá durante a manhã no Palácio de St. James de Londres e proclamará Charles III como novo rei. A proclamação é feita pela principal figura da nobilíssima Ordem da Jarreteira e por alguns arautos em carruagens que devem ler o texto em Trafalgar Square e na sede da Bolsa Royal Exchange.
O Parlamento promete lealdade e expressa condolências. O novo monarca deve ter sua primeira audiência com a primeira-ministra britânica, Liz Truss e os principais ministros.
A programação do funeral
Domingo (11)
O caixão da rainha será levado ao Palácio de Holyroodhouse, em Edimburgo, a residência oficial dos monarcas na Escócia. As administrações descentralizadas da Escócia, Gales e Irlanda do Norte proclamam o novo rei.
Segunda-feira (12)
Na segunda-feira (12), o caixão deve ser levado em procissão para a catedral de Saint Giles, com uma cerimônia religiosa na presença de membros da família real. Sessão de condolências no Palácio de Westminster com a presença do novo rei. Durante a tarde, Charles deixa Londres e visita Escócia, Gales e Irlanda do Norte.
Terça-feira (13)
O caixão com o corpo da rainha chega de avião a Londres e segue para o Palácio de Buckingham.
Quarta-feira (14)
Ocorrerá uma procissão pelo centro de Londres para transportar o caixão do Palácio de Buckingham até Westminster. O corpo da monarca permanecerá no local por quatro ou cinco dias em um catafalco de cor púrpura em Westminster Hall. Os britânicos poderão visitar o local e apresentar condolências durante 23 horas por dia. Milhares de pessoas devem passar pelo local.
Sepultamento ainda sob indefinição
No dia 19 poderá ocorrer o funeral de Estado na Abadia de Westminster com autoridades de todo o mundo. A família real deve caminhar atrás do caixão e o país parará durante dois minutos de silêncio.
Após a cerimônia, a rainha será enterrada em um evento particular na Capela de St. George do Castelo de Windsor, a 37 quilômetros da abadia, ao lado do marido, o príncipe Philip.