Morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, a rainha Elizabeth II, marcando o fim de um reinado de sete décadas no Reino Unido. O falecimento da monarca foi informado em perfis oficiais da família real em redes sociais. "A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã", diz o comunicado.
Nascida em 21 de abril de 1926, Elizabeth subiu ao trono aos 25 anos, em 6 de fevereiro de 1952, após a morte do pai, George VI. Em 9 de setembro de 2015, ela bateu o recorde de longevidade no trono da Inglaterra — até então detido por sua tataravó, a rainha Vitória, que reinou de 1837 a 1901.
Na manhã desta quinta, o Palácio de Buckingham havia informado que os médicos de Elizabeth estavam "preocupados" com a saúde da monarca, recomendando que ela fosse colocada sob supervisão médica no castelo escocês de Balmoral.
"Após uma nova avaliação esta manhã, os médicos da rainha estão preocupados com a saúde de Sua Majestade e recomendaram que ela permaneça sob vigilância médica", dizia o comunicado.
Com a morte da rainha Elizabeth II, a coroa britânica deve ser assumida pelo filho mais velho da monarca, o príncipe Charles, de 73 anos.
Na selva queniana, Elizabeth acordou rainha
Elizabeth Alexandra Mary II nasceu em Londres. Apelidada de "Lilibet" pela família, ela era a terceira na linha de sucessão ao trono depois do tio Edward e do pai Albert. Porém, se tornou a herdeira quando o tio abdicou como rei para se casar com a americana divorciada Wallis Simpson.
Elizabeth foi criada por governantas no Palácio de Buckingham. No final da Segunda Guerra Mundial, aos 18 anos, ingressou nas Forças Armadas como motorista.
Em seu discurso de aniversário de 21 anos ao país, declarou: "Minha vida inteira, longa ou curta, será dedicada a servir". Em novembro de 1947, ela se casou com seu primo em terceiro grau, Philip, que teve que renunciar aos títulos de Príncipe da Grécia e da Dinamarca. Eles tiveram quatro filhos: Charles (1948), Anne (1950), Andrew (1960) e Edward (1964).
A então princesa Elizabeth estava nas profundezas da selva queniana, observando a vida selvagem das copas das árvores, quando o pai faleceu, e ela se tornou rainha da noite para o dia.
O mundo acordou em 6 de fevereiro de 1952 com a morte de George VI, que sucumbiu ao câncer de pulmão durante a noite na residência real de Sandringham, em Norfolk. A filha de 25 anos e herdeira do trono soube da notícia apenas mais tarde, quando foi localizada a milhares de quilômetros de sua casa, na selva das montanhas Aberdare.
O Quênia, então uma ex-colônia britânica, era a primeira parada na turnê pela Commonwealth, na qual Elizabeth II embarcou com o marido para substituir o pai doente.
O casal real tirou uma noite de folga dos compromissos oficiais para observar os animais de uma cabana nas copas das árvores no meio da selva. Foi durante aquela noite, quando estavam no Treetops Hotel, que o rei faleceu, e a princesa se tornou rainha.
"Pela primeira vez na história do mundo, uma jovem subiu em uma árvore um dia como princesa e, depois de ter o que ela descreveu como a experiência mais emocionante, desceu da árvore no dia seguinte como rainha", escreveu no livro de visitas Jim Corbett, naturalista e caçador que acompanhava Elizabeth e Philip naquele dia.
Desde então, Elizabeth testemunhou a desintegração do império britânico, a Guerra Fria, as mudanças sociais do pós-guerra, a chegada da era digital e a complicada saída britânica da União Europeia.