O príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, morreu nesta sexta-feira (9), aos 99 anos, informou o Palácio de Buckingham. A causa da morte não foi revelada. Em junho, ele completaria 100 anos e, em novembro, 74 anos de casamento com a monarca britânica. Recentemente, o Duque de Edimburgo havia passado por um procedimento cardíaco.
Philip ficou internado durante um mês, e recebeu alta no dia 16 de março do hospital King Edward VII, de Londres. Durante o período, recebeu tratamento para uma infecção e passou por uma cirurgia cardíaca.
A internação do príncipe no centro médico, em 16 de fevereiro, foi considerada uma "medida de precaução", informou o Palácio, depois que Philip passou mal. Diante das especulações e preocupação com sua idade avançada, a Casa Real informou alguns dias depois que a hospitalização não estava relacionada com a covid-19, e sim por uma infecção.
No início de março, o príncipe foi transferido do pequeno hospital King Edward VII, no bairro londrino de Marylebone, para o grande hospital público St Bartholomew que, segundo o site oficial, possui o maior departamento especializado em doenças cardiovasculares da Europa. Neste centro de saúde ele foi submetido "com sucesso" a uma cirurgia para "tratar uma enfermidade cardíaca preexistente", antes de retornar de ambulância poucos dias depois ao hospital do qual recebeu alta em março.
Nas redes sociais, a família real informou que Philip "faleceu pacificamente nesta manhã no Castelo de Windsor", em comunicado oficial:
"É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha anuncia a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo", diz a nota. "Novos anúncios serão feitos no devido tempo. A Família Real se une às pessoas ao redor do mundo em luto por sua perda."
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Nos arredores do palácio de Buckingham, britânicos prestavam suas homenagens ao duque de Edimburgo nesta sexta-feira. Bandeiras britânicas foram hasteadas a meio mastro após o anúncio da morte de Philip.
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O companheiro da rainha
Nascido na Grécia em 10 de junho de 1921, Philip pertencia à realeza grega e dinamarquesa. É tataraneto da rainha Victoria, assim como a própria Elizabeth II, e filho da princesa Alice de Battenberg e do príncipe Andrew da Grécia. A família foi exilada quando ocorreu a proclamação da república helênica, e o tio de Philip, o então rei Constantino I, foi forçado a abdicar do trono. Eles se estabeleceram nos arredores de Paris, porém, Alice foi diagnosticada com problemas psicológicos e internada em um sanatório, enquanto Andrew passou a frequentar cassinos e levar uma vida boêmia. Por isso, desde criança, Philip ficou sob o cuidado de parentes distantes que serviram de apoio enquanto ele estudou em colégios na França, na Alemanha e na Grã-Bretanha, até ser enviado para um internato escocês. Depois, ingressou na Marinha Real britânica - ele participou ativamente nos combates durante a Segunda Guerra Mundial.
Foi por volta dos 18 anos que Philip conheceu a rainha Elizabeth II, quando ela tinha apenas 13. Os dois se casaram em 20 de novembro de 1947, na Abadia de Westminster. O casal teve quatro filhos: Charles, Anne, Andrew e Edward.
Philip foi nomeado duque de Edimburgo e teve que renunciar aos seus títulos de nobreza anteriores e a sua religião ortodoxa, convertendo-se à Igreja Anglicana. Com a morte prematura do sogro, George VI, em 1952, e a coroação de Elizabeth II, ele abriu mão da Marinha e se tornou príncipe consorte.
Em uma rara homenagem pública ao marido, a rainha Elizabeth discursou sobre sua relação com Philip quando completaram 50 anos de casamento, em 1997.
"Ele tem, simplesmente, sido minha força e permanência todos esses anos", declarou a monarca.
Em novembro de 2017, por ocasião do aniversário de 70 anos de casamento, os sinos da abadia de Westminster, onde ocorreu a cerimônia de matrimônio de Philip e Elizabeth, tocaram durante mais de três horas em homenagem ao casal real.
Deveres reais
Ao longo de mais de sete décadas de casamento, o duque de Edimburgo serviu de braço direito de Elizabeth II em todas suas funções como soberana. Ele se tornou patrono de centenas de organizações e recebeu diferentes honrarias militares, além de acompanhá-la nas viagens.
Philip abandonou suas atividades oficiais em agosto de 2017, depois de ter participado em mais de 22 mil atos em sua trajetória. Ele seguia acompanhando a rainha esporadicamente em alguma aparição pública.
No mesmo ano, o príncipe foi hospitalizado por duas noites por causa de "uma infecção relacionada a uma patologia existente". Em 2018, fez uma cirurgia no quadril. Já em janeiro de 2019, sofreu um acidente quando seu Land Rover colidiu com outro veículo que saía de uma trilha da propriedade real de Sandringham. O veículo do príncipe capotou, mas Philip saiu ileso - depois, renunciou à sua carteira de motorista.
O duque e a rainha receberam em janeiro de 2021 a primeira dose da vacina contra o coronavírus, no castelo de Windsor, ao oeste de Londres, onde estavam confinados em razão da pandemia. Há vários anos os dois não passavam tanto tempo juntos, pois Philip permanecia grande parte do ano na residência real de Sandringham e a rainha no Palácio de Buckingham ou de Windsor.
Ele é o recordista de longevidade de todos os consortes ingleses, além de estar entre os os homens mais velhos da história da família real.