Com a notícia da morte da rainha Elizabeth II, nesta quinta-feira (8), lideranças do mundo todo prestaram respeito à história e ao legado da monarca que subiu ao trono aos 25 anos, em 6 de fevereiro de 1952, após a morte do pai, George VI.
O agora rei da Inglaterra, Charles, em seu primeiro pronunciamento como líder da Grã-Bretanha, lamentou a morte da mãe.
"A morte da minha querida mãe, a majestade a rainha, é um momento de grande tristeza para mim e para os membros da minha família. Nós lamentamos profundamente o falecimento de uma querida soberana e uma mãe que foi muito amada. Eu sei que a perda dela será muito sentida no país, na Commomwealth e por incontáveis povos no mundo."
A apenas três dias no cargo de primeira-ministra da Grã-Bretanha, Liz Truss fez um comovente e histórico discurso em frente a Downing Street, encerrando com "Deus salve o rei", em alusão ao herdeiro do trono, filho de Elizabeth com o finado príncipe Philip, o agora Rei Charles III. Ela ainda descreveu a rainha como "a rocha sobre a qual a Grã-Bretanha moderna foi construída".
— A Grã-Bretanha é o grande país que é hoje por causa dela — acrescentou.
Fora da Inglaterra, líderes e autoridades internacionais comentaram a morte de Elizabeth.
A Casa Branca expressou suas condolências pela morte.
— Levamos em nossos corações e temos presente no pensamento os familiares da rainha (e) o povo do Reino Unido — disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, minutos depois de anunciado o falecimento da soberana.
O presidente francês, Emmanuel Macron, prestou homenagem a Elizabeth II, a quem descreveu como "uma amiga da França, uma rainha de coração", que "marcou seu país e seu século para sempre".
"Sua majestade, a rainha Elizabeth II, encarnou a continuidade e a unidade da nação britânica durante mais de 70 anos. Guardo a lembrança de uma amiga da França, uma rainha de coração que marcou seu país e seu século para sempre", reagiu o presidente francês em um tuíte, após publicar uma foto da soberana, que faleceu aos 96 anos em seu castelo de Balmoral, na Escócia.
Os primeiros-ministros da Escócia e do País de Gales homenagearam a rainha e a família real britânica com condolências por meio de mensagens no twitter.
Nicola Sturgeon, da Escócia, tuitou: "A morte de Vossa Majestade, Rainha Elizabeth II, é profundamente triste para o Reino Unido, a Commonwealth e o mundo. Sua vida foi de extraordinária dedicação e serviço. Em nome do povo da Escócia, eu expresso as minhas mais profundas condolências ao Rei e a Família Real".
O primeiro-ministro de Galês, Mark Drakeford, se disse "muito triste" em saber da morte da rainha. "Enquanto nossa mais longeva monarca, ela defendeu firmemente os valores e tradições da monarquia britânica. Em nome do povo do País de Gales, ofereço nossas mais profundas condolências à família de Sua Majestade durante este momento triste", escreveu Drakeford.
Primeiro-ministro do Canadá, onde a rainha atuava como chefe de Estado, Justin Trudeau disse enviar seus melhores desejos para a família real. "Meus pensamentos e os pensamentos dos canadenses em todo o país estão com Sua Majestade a Rainha Elizabeth II neste momento."
Na Itália, o presidente Sergio Mattarella destacou a figura "excepcional" da monarca. O líder escreveu que ela será lembrada pela sabedoria e pelo "altíssimo sentido de responsabilidade, expresso sobretudo na generosidade de espírito com que a Soberana consagrou a sua longa vida ao serviço dos cidadãos britânicos e da maior família da Commonwealth".
Já o presidente da Comissão Europeia, Charles Michel, afirmou que seus pensamentos estão com a família real e com os que choram pela Rainha Elizabeth no Reino Unido e ao redor do mundo. "Uma vez chamada Elizabeth, a Firme, ela nunca deixou de nos mostrar a importância de valores duradouros em um mundo moderno com seu serviço e compromisso."
Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres disse estar profundamente triste com a perda da rainha, "admirada mundialmente por sua liderança e devoção". "Ela era uma boa amiga da ONU e uma presença tranquilizadora durante décadas de mudança. Sua dedicação inabalável e ao longo da vida será lembrada por muito tempo".
Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde disse que Elizabeth II tem sido um "farol de estabilidade" que mostrou um "senso de dever infalível" durante seu reinado de 70 anos.
No Brasil, luto oficial
Autoridades brasileiras, assim como candidatos à presidência da República, rememoraram a vida de Elizabeth II. Por meio do Diário Oficial da União, o presidente Jair Bolsonaro decretou luto oficial oficial de três dias em todo o país "em sinal de pesar pelo falecimento da Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte".
No Twitter, o presidente e candidato à reeleição referiu-se à majestade britânica como "uma mulher extraordinária e singular" e "um exemplo de humildade e amor à pátria". "'Quando a vida parece difícil, os corajosos não se deitam e aceitam a derrota; em vez disso, estão ainda mais determinados a lutar por um futuro melhor'. Com tais palavras, Rainha Elizabeth II mostra por que não foi apenas a Rainha dos britânicos, mas uma rainha para todos nós", escreveu Bolsonaro.
O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prestou tributo à rainha e ao povo britânico via Twitter: "Em nome do Congresso Nacional brasileiro, presto condolências à família e a todo o povo do Reino Unido".
Arthur Lira (PP-AL) manifestou "profundo pesar" pelo falecimento da monarca. O presidente da Câmara dos Deputados ainda desejou condolências e relembrou as mudanças históricas que a rainha vivenciou: "Manifesto profundo pesar pela morte da Rainha Elizabeth II, cujo longevo reinado testemunhou as grandes transformações pelas quais o mundo passou no quase um século que viveu".
Já o ex-presidente da República e candidato ao pleito deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), publicou fotos com a rainha acompanhadas de uma mensagem: "A Rainha Elizabeth II testemunhou e participou dos grandes eventos e processos históricos dos últimos 80 anos. Marcou era como Chefe de Estado, reinando em convivência com primeiros-ministros de diferentes linhas ideológicas".
A candidata emedebista à presidência, Simone Tebet, salientou a liderança feminina importante exercida por Elizabeth II. "A rainha Elizabeth II é exemplo de liderança feminina que, ao longo de décadas, serviu como ponto de equilíbrio de uma nação poderosa como o Reino Unido. Modelo de estabilidade, de convivência respeitosa entre instituições de Estado. Sua vida, seus atos, sua trajetória servem como modelo num mundo em que valores como estes têm sido cada vez mais aviltados, como vem acontecendo, infelizmente, em nosso país".
O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República Jair Bolsonaro, também homenageou Elizabeth: "O mundo lamenta a perda da Rainha Elizabeth II, um exemplo de mulher, liderança e respeito para todos! Toda solidariedade ao povo britânico e que Deus a tenha!".
A candidata à presidência Soraya Thronicke (União Brasil) também exaltou a vida da monarca: "Coragem e determinação. O mundo perde uma grande mulher, que soube conduzir com equilíbrio e bom senso as decisões da realeza britânica, respeitando os valores humanos e institucionais".
O candidato do Novo, Felipe D'Avila, exaltou via Twitter o "senso de dever público" da monarca.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, lamentou a morte da Rainha Elizabeth II classificando-a como uma "figura ímpar de estadista". Mourão ainda lembrou que Elizabeth enviou ao Brasil felicitações pelo Bicentenário da Independência do Brasil, "lembrando com carinho sua visita em 1968".