O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, apagou no início da manhã desta segunda-feira (27) uma publicação no Twitter, na qual inflou os números da população para justificar as ações do governo durante a pandemia do coronavírus. Na publicação, Queiroga afirmou que havia vacinado mais de 315 milhões de pessoas. Entretanto, o Brasil tem 214 milhões de habitantes, de acordo com a última estimativa de população divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — que não realizou o Censo no último ano por causa da pandemia.
Após a repercussão negativa da afirmação, o ministro fez nova publicação na qual corrigiu os dados, que se referiam na verdade, a "mais de 315 milhões doses de vacina contra a Covid-19 e distribuímos mais de 380 milhões de doses aos Estados e municípios. Fomos um dos primeiros do mundo a aplicar doses de reforço e já estamos doando vacinas para países mais necessitados", escreveu.
Além disso, Queiroga cita cifras de investimentos aplicados para o avanço da vacinação contra a covid-19.
A postagem do ministro respondia a críticas feitas a sua gestão à frente do Ministério da Saúde. Atualmente, a pasta abriu consulta pública sobre a imunização de crianças de cinco a 11 anos, mesmo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Câmara Técnica de Enfrentamento a Covid-19 (Cetai), da pasta, recomendarem a vacinação para crianças nessa faixa etária.
Especialistas afirmam que a consulta elaborada pelo ministério traz perguntas que reforçam posição contra a vacinação.
Quiroga também afirmou no último dia 23 que a pasta exigirá prescrição médica e assinatura de termo de consentimento pelos pais para vacinar crianças.
Ao menos 15 Estados e o Distrito Federal se colocaram contra a medida e dizem que não vão exigir pedido médico para a vacinação de crianças.