O Comando Ambiental da Brigada Militar (CABM) autuou o proprietário e o comandante do barco que encalhou na madrugada de quarta-feira (27) a 300 metros da praia de Cidreira, no Litoral Norte, numa área distante 200 metros da plataforma e próxima da guarita 173. Eles são suspeitos de pesca predatória e estariam fazendo arrastão em um local proibido, além de dificultar a investigação. As autoridades aguardam para esta quinta-feira (28) a chegada de um equipamento especial de Rio Grande para tentar retirar a embarcação de 18 metros de comprimento e que está com cerca de quatro mil litros de combustível.
Segundo o capitão João César Verde Selva, comandante da 2ª Companhia do 1º Batalhão Ambiental, o proprietário do barco de Itajaí, em Santa Catarina, foi detido quando chegou no litoral gaúcho, na quarta-feira, para dar apoio aos quatro tripulantes sobreviventes. Ele e o comandante, também detido, são investigados por pesca predatória porque estavam fazendo arrastão fora da área permitida no Estado, que é cerca de 20 quilômetros da praia. O barco, quando encalhou, estava a apenas 300 metros da faixa de areia. Além disso, estavam com o sistema de georreferenciamento desligado, não permitindo que pudessem ser acompanhados ou fiscalizados pelas autoridades. Os dois foram encaminhados para a Delegacia de Polícia de Cidreira e depois foram liberados. Eles respondem por crimes previstos nos artigos 34 e 69 do código ambiental: pesca em local proibido e dificultar ação de fiscalização. Os dois delitos compreendem, cada um, a penas de um a três anos de prisão, além de multa.
Enquanto isso, autoridades estão nesta quinta-feira no segundo dia de trabalho para desencalhar o pesqueiro. O capitão de Corveta da Marinha no litoral gaúcho, Darcy Dalbon, destaca que não foi possível a retirada do barco na quarta-feira devido às condições do tempo e do material disponível. Na ocasião, uma retroescavadeira da prefeitura de Cidreira foi usada para puxar a embarcação por meio de um cabo de aço. Uma contenção foi feita no mar e na praia em caso de possível vazamento de óleo, o que não ocorreu.
— Hoje aguardamos um equipamento especial que virá de Rio Grande para desencalhar o barco — ressalta Dalbon.
Além da Marinha e do CABM, Corpo de Bombeiros e prefeitura participam do trabalho. Uma equipe do Ibama também foi acionada para verificar o tipo de peixe pescado pelos investigados. Após a retirada do barco, as equipes farão um avaliação dos danos. A Marinha instaurou inquérito para apurar as causas do acidente.