A Polícia Civil indiciou os dois donos de uma clínica clandestina de Balneário Pinhal, no Litoral Norte, por tortura e apropriação indébita. Eles foram presos há 10 dias durante ação policial e o local, que atendia idosos e pessoas com problemas mentais, foi interditado.
Segundo a investigação, os pacientes eram agredidos e não tinham higiene, medicação e alimentação adequadas. Todos foram encaminhados para as residências de familiares.
O delegado Alexandre Souza, responsável pelo caso, diz que o inquérito foi remetido à Justiça nesta segunda-feira (9) e que os suspeitos seguem presos — as prisões em flagrante foram convertidas para preventiva. A polícia ainda não divulgou os nomes dos dois, principalmente porque aguarda contato dos advogados deles.
Três pessoas estavam internadas na clínica no momento da ação da polícia. Segundo Souza, parentes de dois idosos de 76 e 79 anos e de uma mulher de 40 anos, com problemas psicológicos, foram ouvidos pela investigação.
— Os familiares, durante depoimento, disseram que não sabiam das condições em que as vítimas estavam, e alguns ainda pensavam que eles estavam em Viamão, não no Litoral — explicou o delegado.
A clínica havia funcionado em Viamão e há dois meses foi transferido para o Litoral, mas ainda sem permissão da prefeitura de Balneário Pinhal. De acordo com o inquérito, além dos problemas nas condições do local, os proprietários estariam usando indevidamente os cartões bancários e de aposentadoria dos pacientes.
No caso de tortura com lesões, a pena é de quatro a 10 anos de prisão e, para apropriação indébita, é de um a quatro anos, mais multa.