A Polícia Civil informou que vai concluir na próxima semana inquérito sobre tortura e apropriação de valores de três pacientes de uma clínica clandestina que atendia a idosos e pessoas com problemas mentais em Balneário Pinhal, Litoral Norte. Os dois proprietários foram presos em flagrante na última sexta-feira (30) após abordagem de agentes. O local foi interditado porque os pacientes eram agredidos, não tinham higiene, medicação e alimentação adequadas.
O delegado Alexandre de Souza, responsável pela investigação, diz que a clínica funcionava há pelo menos 10 anos em Viamão e que, nos últimos dois meses, foi transferida sem qualquer tipo de regulamentação para o Litoral. Segundo ele, há provas suficientes que configuram tortura e apropriação indébita, já que os cartões de aposentadoria e bancários das três vítimas eram usados indevidamente.
— Quando chegamos ao local, havia forte cheiro, com cães e insetos em meio aos pacientes. Dois idosos estavam com vários hematomas pelo corpo. Uma mulher com problemas mentais estava com a cabeça raspada devido a piolhos. Tivemos de juntar dinheiro e comprar comida para eles porque estavam com fome — explica Souza.
A clínica, que não teve o nome revelado até o momento, tinha como pacientes um homem de 76 anos e duas mulheres, uma de 79 anos e outra de 40 anos. Eles recebiam remédios com data de validade vencida. As pessoas internadas também não recebiam higiene pessoal há dias e estavam com as roupas rasgadas.
Após denúncias e autorização judicial, os agentes prenderam os dois proprietários, dois homens de 20 e 40 anos de idade, em flagrante. Souza diz que o nome do local e dos presos só serão divulgados após conclusão do inquérito, previsto para ser remetido à Justiça, no máximo, na próxima semana.