Por Newton Luiz Terra, diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS
A violência contra os idosos é um processo social relacional complexo e diverso, que pode ser dividida em três grandes dimensões de violência: sociopolítica, institucional e intrafamiliar. Este é um tema que vem se tornando cada vez presente nas investigações científicas e na política pública. Os idosos vêm sendo vítimas de violência física, psicológica, econômica, sexual e institucional; bem como de negligência e abandono. Além de sofrerem os mais variados tipos de agressões, os idosos frequentemente desenvolvem sensações opressivas de medo, isolamento e raiva.
Dada a uma maior incidência de maus tratos e o crescimento projetado deste segmento da população, é imperativo que se tomem condutas para evitá-los. Estudos mostram que quanto mais idosa e mais dependente, o risco de sofrerem violência aumenta consideravelmente. Família, sociedade e Estado precisam dar-se conta dessas agressões que ainda permanecem em segredo, pois apenas uma pequena parte desta violência é denunciada. Por estar isolada, a vítima pode estar profundamente envergonhada de seu problema e tende a escondê-lo. Frequentemente sentem-se na obrigação de proteger o parente que provoca abusos ou têm medo de retaliação e deixam de relatar os maus tratos. Os profissionais da saúde devem estar cientes da possibilidade da violência contra a pessoa idosa ser uma ocorrência que pode levá-la ao óbito.
No dia 15 de junho, comemora-se o dia mundial de conscientização da violência contra a pessoa idosa, que tem como principal objetivo criar uma consciência mundial, social e política da existência desses abusos, além de, ao mesmo tempo, disseminar a ideia de não é algo normal. A solução para essas ocorrências depende do desenvolvimento de políticas públicas específicas. Esses indivíduos devem ter o direito de viver as suas velhices com mais dignidade e respeito.