Gol da Alemanha! Há 10 anos, a Seleção Brasileira foi atropelada pela Alemanha na semifinal da Copa do Mundo e conheceu sua maior derrota na história. Em 8 de julho de 2014, Belo Horizonte foi palco de sete gols alemães contra apenas um gol do Brasil. O 7 a 1, um resultado humilhante e esmagador, virou nome próprio e jamais saiu da memória do país.
Quatorze jogadores brasileiros entraram no Mineirão naquela tarde de terça-feira. Entre eles o goleiro Júlio César, que viu a bola entrar sete vezes contra sua meta, e David Luiz, levando a braçadeira de capitão na ausência do suspenso Thiago Silva. Neymar, lesionado no jogo anterior diante da Colômbia, não pôde jogar, mas sua camisa entrou em campo nas mãos de Marcelo.
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Após a devastadora derrota, os comentários eram unânimes: o futebol brasileiro precisava ser repensado. O que de fato aconteceu. No período, porém, poucas coisas mudaram e termos de resultado. A Seleção parou nas quartas de final das Copas de 2018 e 2022, amargou eliminações precoces em Copas América até conseguir erguer novamente a competição em 2019.
Atualmente, 10 dos protagonistas daquele inesquecível e doloroso dia ainda estão em atividade. Destes, sete estão em clubes da Série A do Brasileirão. O técnico Luiz Felipe Scolari, neste momento desempregado, ainda atua como técnico. Outros quatro jogadores, porém, já anunciaram aposentadoria.
Por onde andam os jogadores da Seleção Brasileira no 7 a 1
Júlio César
Em 2014, o goleiro estava no Toronto FC, da MLS. O 7 a 1 foi o seu último jogo pela Seleção Brasileira. Depois, defendeu o Benfica, de Portugal, e encerrou a carreira no Flamengo, em 2018. Agora, aos 44 anos, atua com assessoria de investimentos.
Maicon
Gaúcho de Novo Hamburgo e sobrinho-neto de Valdomiro, ídolo do Inter, o lateral era jogador da Roma na época. Deixou o futebol europeu e, em 2017, jogou no Avaí. Depois, jogou por Criciúma, Vila Nova e se aposentou no Tre Penne, de San Marino. Com 42 anos, comentou os jogos da Eurocopa na Cazé TV.
David Luiz
"Eu só queria dar alegria para o meu povo", disse chorando na saída de campo. Na época da Copa, o zagueiro havia acabado de ser vendido pelo Chelsea ao PSG. Estigmatizado como um dos principais ícones da derrota brasileira, o jogador chegou a retornar à Seleção com Tite, porém não disputou as Copas seguintes. Tem 37 anos e atualmente joga no Flamengo.
Dante
O defensor estava no Bayern de Munique na ocasião, assim como a maioria dos jogadores da Alemanhã. "Sei das qualidades deles, de alguns defeitos também", disse antes do jogo. Foi titular porque Thiago Silva estava suspenso. Com 40 anos, defende o Nice, da França. Não voltou a ser convocado para a Seleção.
Marcelo
O jogador foi um dos menos afetados com a derrota. Seguiu como um líder do Real Madrid e manteve a titularidade absoluta na lateral esquerda da Seleção sob o comando de Tite até a Copa do Mundo de 2018. Agora, aos 36 anos, joga no Fluminense, onde foi campeão da Libertadores de 2023.
Fernandinho
O meio-campista também não teve grandes mudanças de cenário. Seguiu no Manchester City — ainda que o time inglês tenha melhorado de nível desde então — e continuou presente nas convocações da Seleção até a Copa do Mundo de 2018, quando ficou marcado por um gol contra diante da Bélgica. Com 39 anos, está jogando no Athletico-PR, clube que o revelou, desde 2022.
Luiz Gustavo
O volante atuava no Wolfsburg em 2014. Depois foi convocado para as Copas América de 2015 e 2016, mas acabou cortado em ambas — por lesão na primeira e por pedido pessoal na segunda. Passou por Olympique Marsellie, Fenerbahçe e Al-Nassr. Aos 36 anos, retornou ao Brasil para jogar no São Paulo.
Hulk
O atacante, que era do Zenit, foi presença frequente na Seleção de Dunga, depois do 7 a 1 até 2016, mas perdeu espaço desde que Tite assumiu o comando. Entre 2016 e 2020, atuou no Shanghai, da China, e chegou em 2021 ao Atlético-MG, onde é ídolo. Tem 37 anos.
Oscar
Autor do único gol brasileiro na derrota histórica, o ex-colorado deixou o Chelsea em 2017 e foi para o Shanghai SIPG. Em Shanghai, trocou para o Port em 2021, onde está até este momento. Depois da Copa, perdeu espaço na Seleção e não teve continuidade com Tite. Os colorados sonham com seu retorno ao Beira-Rio. Tem 32 anos.
Bernard
Escolhido como o substituto de Neymar para a semifinal, com a justificativa de ter "alegria nas pernas", o meia-atacante foi outro dos símbolos do fracasso brasileiro na Copa de 2014. Ele seguiu no Shakhtar Donetsk até 2018, depois jogou no Everton-ING, Al Sharjah-EAU e Panathinaikos. Com 31 anos, retornou ao Brasil nesta temporada para jogar no Atlético-MG.
Fred
O centroavante, chamado por muitos torcedores de "Fred Cone" durante e depois do Mundial, estava no Fluminense. Jogou no Atlético-MG, Cruzeiro e retornou ao Tricolor carioca, onde se aposentou em 2022. O 7 a 1 foi o seu último jogo pela Seleção. Foi comentarista da TV Globo na Copa do Mundo de 2022 e agora, aos 40 anos, atua como dirigente do Flu.
Paulinho
O volante entrou no início do segundo tempo da goleada. Foi um dos que mais cresceram desde aquele jogo. Era do Tottenham e teve passagem pelo futebol chinês e, por um ano, jogou no Barcelona. Foi um dos pilares da Seleção de Tite até a Copa de 2018. Em 2022, retornou ao Corinthians, mas deixou o clube em maio. Aos 35 anos, está em busca de uma nova equipe.
Ramires
O ex-jogador do Cruzeiro estava no Chelsea em 2014 e participou da criação do gol de Oscar, mas perdeu espaço na Seleção depois da Copa. Jogou no Palmeiras entre 2019 e 2020, quando anunciou aposentadoria. Tem 37 anos e atua como agente de jogadores.
Willian
O meia atuou nos 20 minutos finais, já com o confronto definido. Jogava no Chelsea e seguiu na Seleção até a Copa América de 2019. Após passagem pelo Corinthians, retornou à Europa para atuar no Fulham. Tem 35 anos.
Felipão
Marcado pela goleada histórica, Felipão assumiu o time o Grêmio logo depois do Mundial. Ficou em Porto Alegre até o meio de 2015, quando se transferiu para o Guangzhou Evergrande. Fez um bom trabalho na China,mais tarde retornou ao Brasil para ser campeão brasileiro pelo Palmeiras, em 2018. Ainda passou por Cruzeiro, novamente no Grêmio, Athletico-PR e Atlético-MG, de onde foi demitido em março. Tem 75 anos e segue em atividade.