Oêa! Entre os vários momentos marcantes da Copa do Mundo de 2014, a vinheta de abertura das transmissões de TV é um dos mais icônicos. A animação mostra um garoto, em uma favela do Rio de Janeiro, vestindo a camiseta da Seleção Brasileira e carregando uma bola. Em seu horizonte, primeiro passa o Pão de Açúcar, depois as demais belezas naturais e culturais do país envolvidas pelos estádios. Ao fundo, uma voz grita um esticado "Oêa!".
Em seguida, quando as imagens transcorrem o Brasil, os tambores do Olodum mesclados ao som de uma cuíca complementam a trilha sonora. O vídeo foi mostrado nos 64 jogos e, até hoje, não saiu da memória dos brasileiros. Ele tem mais de 23 milhões de visualizações no canal da Fifa e serviu para descrever como a Copa do Mundo foi distribuída entre 12 capitais brasileiras.
A construção ou reforma de cada um desses estádios teve alguma peculiaridade. Seja por atrasos ou desacordos entre o Governo e os consórcios. Dez anos depois, a maior parte deles segue sendo utilizada com frequência. Além dos três particulares, outros foram adotados por clubes locais. As estruturas receberam outros eventos importantes, como Jogos Olímpicos e duas Copas América. Entretanto, há também os considerados "elefantes brancos", que ainda buscam um destino mais apropriado ou tentam superar conflitos entre consórcios e governos estaduais.
Beira-Rio (Porto Alegre)
Estádio do Inter, o Beira-Rio recebeu cinco jogos da Copa do Mundo — quatro da primeira fase e um das oitavas de final. As seleções que formaram o pódio do Mundial (Alemanha, Argentina e Holanda) passaram por Porto Alegre, além de craques como Benzema, Robben, Son, Messi e Neuer.
Inaugurado em 1969, o Beira-Rio passou por uma grande reforma para receber a Copa do Mundo. No projeto denominado Gigante para Sempre, as obras de remodelação dentro das exigências da Fifa iniciaram em março de 2012 e duraram cerca de dois anos. Foi uma parceria entre o clube, a empreiteira Andrade Gutierrez e financiamento federal, com o custo de mais de R$ 300 milhões. Além da modernização de todos os setores, a principal mudança ocorreu na cobertura, que passou a cobrir todo o setor superior.
Após jogos-teste com público reduzido, a inauguração do novo Beira-Rio ocorreu em 6 de abril de 2014 — dois meses antes da Copa — quando o Inter venceu o Peñarol por 2 a 1. Depois do Mundial, o Colorado seguiu utilizando seu estádio. O local também recebeu a Seleção Brasileira em amistosos contra Honduras (2015 e 2019) e diante do Equador, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022.
Jogos na Copa
- França 3 x 0 Honduras
- Austrália 2 x 3 Holanda
- Coreia do Sul 2 x 4 Argélia
- Nigéria 2 x 3 Argentina
- Alemanha 2 x 1 Argélia
Arena da Baixada (Curitiba)
De propriedade do Athletico-PR, a Arena da Baixada ficou marcada na Copa do Mundo como azarada. Além de receber seleções de pouco apelo popular, Curitiba não se deu bem quando a Espanha, então atual campeã, desembarcou por lá já eliminada. Foram quatro jogos da fase de grupos, dois deles da última rodada, porém pouca emoção envolvida.
A reforma concluída em 2014 causou um imbróglio até o ano passado. Em acordo do Athletico com prefeitura e governo, o valor final da remodelação do estádio ficou em R$ 590 milhões. Houve perdão de juros e multa, pois o custo poderia subir para R$ 1,2 bilhão. Sendo assim, foi firmado também que essa quantia será dividida de forma igualitária entre os três envolvidos.
O atual nome do estádio é Mário Celso Petraglia, uma homenagem ao dirigente do clube. Porém, também há o naming rights, da Ligga, uma empresa de internet que paga aproximadamente 1,5 milhão de dólares por ano.
Jogos na Copa
- Irã 0 x 0 Nigéria
- Honduras 1 x 2 Equador
- Austrália 0 x 3 Espanha
- Argélia 1 x 1 Rússia
Arena Corinthians (São Paulo)
Em uma manobra de André Sanches, presidente do Corinthians, o clube conseguiu vencer a concorrência de São Paulo e Palmeiras e ser a sede da Copa do Mundo de 2014 na capital paulista. Entretanto, ao contrário dos rivais, o Timão precisaria da construção de um novo estádio. E foi o que ocorreu, mesmo que com bastante atraso e custo. O total da obra foi de R$ 1,6 bilhão.
Para termos ideia do atraso, até maio de 2014, um mês antes do Mundial, o estádio não tinha todas as permissões para ser utilizado. Foi quando o Corinthians conseguiu realizar uma partida inaugural. As autoridades, depois, deram todas as licenças para a utilização de uma arquibancada móvel, que serviu para ampliar a capacidade da Arena e, assim, possibilitar o uso em seis partidas — incluindo a abertura e uma semifinal.
Na Arena Corinthians, a Croácia marcou o primeiro gol da Copa do Mundo quando Marcelo, contra, mandou para as redes. O estádio ainda recebeu o dramático Holanda e Argentina, vencido pelos argentinos nos pênaltis por 4 a 2.
Após a Copa do Mundo, o estádio também foi palco dos Jogos Olímpicos de 2016 e da Copa América de 2019. Embora seja do Corinthians, o clube ainda convive com dívidas para arcar seus custos. Com a Caixa, por exemplo, o débito é de R$ 706 milhões.
Jogos na Copa
- Brasil 3 x 1 Croácia
- Uruguai 2 x 1 Inglaterra
- Holanda 2 x 0 Chile
- Coreia do Sul 0 x 1 Bélgica
- Argentina 1 x 0 Suíça — Oitavas de final
- Holanda (2)0 x 0(4) Argentina — semifinal
Maracanã (Rio de Janeiro)
Em 2014, o Maracanã se igualou ao Azteca (1970 e 1986) e tornou-se um dos estádios que receberam duas finais de Copa do Mundo — o Templo do Futebol também viu o título do Uruguai em 1950. Foi lá que os argentinos tentaram um Maracanazo para chamar de seu, mas foram os alemães que ergueram o tetracampeonato com gol na prorrogação de Mario Götze.
Além da decisão, o Maraca foi palco de outras seis partidas. Entre elas, o primeiro gol de Messi no Mundial, na vitória da Argentina sobre a Bósnia e Herzegovina, e a classificação da Colômbia sobre o Uruguai, quando James Rodríguez marcou o gol mais bonito da Copa.
Para receber sua segunda Copa do Mundo, o Maracanã passou por uma reforma que custou R$ 1 bilhão, mesmo tendo sido repaginado para os Jogos Pan-Americanos sete anos antes. Uma obra que substituiu a cobertura original, de concreto, e aumentou o espaço das cadeiras, que passaram a ser amarelas, azuis e brancas.
Em 2016, o estádio recebeu as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio. Entretanto, no ano seguinte entrou em um imbróglio entre o governo do Estado e o consórcio por sua administração e ficou abandonado. Meses depois, o Flamengo costurou um acordo para atuar lá, enquanto em 2019, no fim da primeira concessão, o Fla se uniu ao Fluminense para a gestão compartilhada, que dura até hoje.
Jogos na Copa
- Argentina 2 x 1 Bósnia e Herzegovina
- Espanha 0 x 2 Chile
- Bélgica 1 x 0 Rússia
- Equador 0 x 0 França
- Colômbia 2 x 0 Uruguai — oitavas de final
- França 0 x 1 Alemanha — quartas de final
- Alemanha 1 x 0 Argentina — final
Arena Pantanal (Cuiabá)
Candidata a ser um dos "elefantes brancos" antes da Copa do Mundo, a Arena Pantanal contrariou as expectativas e tornou-se um centro importante para o Mato Grosso. Gerido pelo governo do Estado, o estádio é utilizado pelo Cuiabá Esporte Clube, na Série A do Brasileirão desde 2021, e pelo Mixto.
A Arena foi erguida no lugar do Estádio Governador José Fragelli, popularmente conhecido como Verdão, que foi demolido. Para a construção, que se iniciou em 2010, foram investidos mais de R$ 500 milhões. O projeto teve 98% de sua execução concluída, restando apenas uma obra externa. Por lá também funcionam uma escola, secretarias do governo do Mato Grosso e o Corpo de Bombeiros.
— O estádio é muito bem utilizado. Não apenas na parte esportiva, mas em outros aspectos. Inclusive na pandemia, servindo de centro de triagem e vacinação. Antigamente tinha a dúvida do elefante branco, mas não se tornou — explicou Dérik Bueno, repórter da TV Centro América.
Como utiliza mais o estádio, o Cuiabá é responsável pelo gramado da Arena Pantanal. A família Dresch já revelou que um dos motivos para ter adquirido o clube em 2009 foi justamente o fato de que a cidade viria a ter um estádio em boas condições. Nos anos seguintes, o Dourado conseguiu ascender no âmbito nacional, disputando o Brasileirão pela quarta vez seguida e também participando da Copa Sul-Americana.
Na Copa, o estádio recebeu quatro partidas. Entre elas a goleada da Colômbia sobre o Japão, em mais um golaço de James Rodríguez.
Jogos na Copa
- Chile 3 x 1 Austrália
- Rússia 1 x 1 Coreia do Sul
- Nigéria 1 x 0 Bósnia e Herzegovina
- Japão 1 x 4 Colômbia
Mané Garrincha (Brasília)
Com manutenção de R$ 1 milhão ao mês e um pagamento de concessão de R$ 5 milhões ao ano, o governo do Distrito Federal não resistiu e entregou à iniciativa privada o complexo do Mané Garrincha em 2020. Foram sete anos de tentativas frustradas de evitar um "elefantebranquismo" do estádio, até que o contrato com a sociedade chamada Arena BRB foi assinado.
Desde então, a Arena BRB, do ex-senador Luis Estevão, se define como o maior complexo multiuso do país. Entretanto, seu uso é mais frequente em shows, festas e outras atividades distantes do futebol. Se tratando dos clubes locais, então menos ainda. Brasiliense e Real Brasília, clubes do Distrito Federal que disputam a Série D, utilizam estádios próprios. Não há hábito dos torcedores dos times candangos de irem ao Mané Garrincha.
— Um dos grandes problemas é a localização. Ele está no Plano Piloto de Brasília, enquanto os principais clubes do Distrito Federal têm suas sedes nas cidades satélites. O governo não teve sensibilidade para qualificar o transporte público e tornar o estádio mais acessível. Além disso, as taxas cobradas para atuar por lá são altas, fazendo com que os ingressos também sejam caros. Ter um estádio para 70 mil pessoas foi uma questão política, tornando a obra faraônica — comenta o jornalista Sérgio Porto.
Só o Flamengo consegue lotar o Mané Garrincha. Os cariocas, através de uma parceria com o consórcio, realizam com frequência partidas por lá. Outros times, como o caso de Grêmio e Inter, também jogaram em Brasília, porém sem o mesmo êxito de público.
O projeto inicial do Mané Garrincha seria para ter a capacidade de 45 mil torcedores. Mesmo sem a tradição esportiva local, por se tratar da capital federal, o plano foi revertido para 70 mil. A obra custou R$ 1,4 bilhão, e o estádio tornou-se capaz de receber jogos decisivos da Copa — foram quatro da fase de grupos e três nos mata-mata.
Jogos na Copa
- Suíça 2 x 1 Equador
- Colômbia 2 x 1 Costa do Marfim
- Camarões 1 x 4 Brasil
- Portugal 2 x 1 Gana
- França 2 x 0 Nigéria — oitavas de final
- Argentina 1 x 0 Bélgica — quartas de final
- Brasil 0 x 3 Holanda — terceiro lugar
Mineirão (Belo Horizonte)
Não há dúvida. O maior fato da Copa do Mundo de 2014 ocorreu em Belo Horizonte. Em 8 de julho, no Mineirão, a Alemanha goleou o Brasil por 7 a 1 na fase semifinal. Um resultado que abriu uma enorme ferida no futebol brasileiro e que, 10 anos depois, ainda não foi cicatrizada.
No Gigante da Pampulha também foram realizadas outras cinco partidas. Entre elas o duelo entre Brasil e Chile, nas oitavas de final, com a classificação da Seleção Brasileira decidida apenas nos pênaltis. Na prorrogação, ainda houve um chute na trave de Pinilla que poderia ter encerrado a trajetória do time de Felipão no Mundial mais cedo do que o esperado.
Tombado como Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, em 2003, o Mineirão é atualmente gerido pelo consórcio Minas Arena composto por três empreiteiras que participaram da remodelação do estádio para a Copa. Apesar das mudanças, em razão do tombamento, o estádio conseguiu manter sua fachada original. O valor final das reformas do estádio foi de R$ 666 milhões.
Dez anos após a Copa, a gestora do estádio convive com um impasse entre os três principais clubes da cidade. O Cruzeiro é quem mais joga por lá, em um novo contrato com a Minas Arena que teve uma demorada negociação. Com a construção de seu próprio estádio, o Atlético-MG deixou de atuar por lá no ano passado, enquanto o América-MG prefere atuar também em sua casa, o Independência.
Além da Copa, o Mineirão também recebeu os Jogos Olímpicos de 2016 e a Copa América de 2019.
Jogos na Copa
- Colômbia 3 x 0 Grécia
- Bélgica 2 x 1 Argélia
- Argentina 1 x 0 Irã
- Costa Rica 0 x 0 Inglaterra
- Brasil (3)1 x 1(2) Chile — oitavas de final
- Brasil 1 x 7 Alemanha — semifinal
Fonte Nova (Salvador)
Após 10 anos levando o nome de uma marca de cerveja, a Fonte Nova assinou um contrato de naming rights com uma casa de apostas esportivas por R$ 13 milhões. O vínculo garante a sustentabilidade e manutenção do local, atualmente a casa do Bahia.
Considerado o estádio mais bonito da Copa do Mundo de 2014, a Arena foi reconstruída onde já estava a antiga Fonte Nova, principal palco do futebol baiano, mantendo as principais características, como a abertura na arquibancada com vista para o Dique do Tororó. A construção custou quase R$ 700 milhões.
Na Copa, foi o estádio das goleadas, tendo uma média de quatro gols por partidas — incluindo o 5 a 1 da Holanda sobre a Espanha (com um golaço de Van Persie) e o 4 a 0 da Alemanha diante de Portugal. Também com os holandenses, na vitória nos pênaltis sobre a Costa Rica, Salvador se despediu do Mundial com o termômetro marcando 36º, a mais alta do torneio.
Jogos na Copa
- Espanha 1 x 5 Holanda
- Alemanha 4 x 0 Portugal
- Suiça 2 x 5 França
- Bósnia e Herzegovina 3 x 1 Irã
- Bélgica 2 x 1 Estados Unidos — oitavas de final
- Holanda (4)0 x 0(3) Costa Rica — quartas de final
Arena das Dunas (Natal)
O Uruguai estava ficando fora da Copa do Mundo com o empate com a Itália, até que Gastón Ramírez cruzou e Diego Godín mandou a bola para as redes. A vitória colocou os uruguaios nas oitavas de final, mas o jogo também causou um desfalque significativo para a Celeste. Foi na Arena das Dunas que Luis Suárez mordeu Chiellini e, depois, acabou excluído do Mundial pela Fifa.
Este foi o último duelo da Copa em Natal, que recebeu o total de quatro partidas. A cidade decidiu construir a Arena no local onde estava o Machadão, consequentemente demolido. O projeto foi inspirado em dunas do Rio Grande do Norte e sua execução custou mais de R$ 400 milhões.
Agora, o estádio serve de casa para o América de Natal, da Série D. O ABC também atuou por lá após a Copa do Mundo, mas agora concentra seus jogos no Frasqueirão, casa própria. Fora do futebol, o local recebe shows e realiza projetos culturais.
Além disso, conseguiu quebrar o paradigma de "elefante branco" ao ser ocupada por atividades do cotidiano da capital potiguar, como escritórios e locais para atividades infantis. Atualmente seu naming rights é de uma casa de apostas esportivas.
Jogos na Copa
- México 1 x 0 Camarões
- Gana 1 x 2 Estados Unidos
- Japão 0 x 0 Grécia
- Itália 0 x 1 Uruguai
Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata)
Inaugurado em 2013, o estádio de São Lourenço da Mata (na região metropolitana de Recife) recebeu primeiro a Copa das Confederações, evento teste para a Copa do Mundo. No Mundial, foram cinco partidas, entre elas o dramático embate entre Costa Rica e Grécia, que terminou com vitória da seleção costarriquenha nos pênaltis.
Feita especialmente para a Copa do Mundo, a Arena Pernambuco não conseguiu cumprir suas expectativas. O custo foi de sua obra foi de R$ 532 milhões, mas ela não caiu no gosto do público de Recife, muito menos concluiu o projeto inicial, que prometia ser uma "Allianz Arena" brasileira. Ao contrário da casa do Bayern de Munique, o local é considerado de difícil acesso, recebe pouca manutenção e ainda não encontrou um clube para chamar de seu. Chegou até a motivar críticas do narrador Galvão Bueno na transmissão da partida entre Brasil e Uruguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
— O projeto tinha a construção de um conjunto habitacional, uma universidade, de ocupar mais a área que fica no meio da mata. Mas nada foi feito. E agora os relatos são os mesmos de lá atrás. Muito trânsito para chegar, muito trânsito para sair. Não há linha de ônibus fixa e pouca manutenção na arquibancada, deixando um aspecto de estádio velho. Precisava de um maior cuidado — aponta Renato Barros, jornalista da TV Guararapes, de Recife.
Logo após a conclusão da obra, o Náutico passou a receber uma quantia para mandar seus jogos por lá. A parceria durou até 2018. Entretanto, o governo de Pernambuco rompeu com a empreiteira Odebrecht e, consequentemente, com o Timbu, que ainda busca na Justiça uma indenização. Depois, o Retrô e clubes do interior passaram a utilizar o estádio. Nesta temporada, com a Ilha do Retiro em obras, quem está usando a Arena Pernambuco é o Sport.
Jogos na Copa
- Costa do Marfim 2 x 1 Japão
- Itália 0 x 1 Costa Rica
- Croácia 1 x 3 México
- Estados Unidos 0 x 1 Alemanha
- Costa Rica (5)1 x 1(3) Grécia — oitavas de final
Castelão (Fortaleza)
Fortaleza sempre foi um local de boa recepção para a Seleção Brasileira. Por isso, dois seis jogos do Castelão na Copa do Mundo de 2014, dois foram do Brasil. Diante do México, o goleiro Ochoa fez a diferença e garantiu o empate sem gols. Nas quartas de final, entretanto, um golaço de falta de David Luiz garantiu a classificação brasileira à semifinal com um 2 a 1 sobre a Colômbia.
Inaugurado em 1973, o Castelão passou por uma reforma em 2002 e foi totalmente remodelado a partir de 2012, para a Copa do Mundo. Lá o colombiano Zuñiga atingiu as costas de Neymar, que fraturou uma vértebra lombrar e deixou o time brasileiro no restante do Mundial. O estádio também foi utilizado na Copa das Confederações de 2013.
Atualmente é utilizado por vários clubes da capital cearense. Além dos grandes Fortaleza e Ceará, por lá também atuam Ferroviário e Floresta, ambos da Série C. O excesso de jogos, entretanto, causa um prejuízo ao gramado, que nunca conseguiu apresentar um bom nível. Há também reclamações de moradores dos arredores sobre obras de infraestrutura que não foram concluídas.
Jogos na Copa
- Uruguai 1 x 3 Costa Rica
- Brasil 0 x 0 México
- Alemanha 2 x 2 Gana
- Grécia 2 x 1 Costa do Marfim
- Holanda 2 x 1 México — oitavas de final
- Brasil 2 x 1 Colômbia — quartas de final
Arena da Amazônia (Manaus)
Na terra do Festival de Parintins, Super Mario virou "Bumbalotelli" quando foi decisivo na vitória da Itália sobre a Inglaterra, a primeira partida da Copa do Mundo de 2014 na Arena da Amazônia. O jogo, um dos quatro que Manaus recebeu no Mundial, foi à noite, mas a temperatura de 30 graus chamou a atenção do mundo.
A Arena da Amazônia começou a ser construída em 2010 e foi inaugurada meses antes da Copa. Ela foi erguida no lugar do Estádio Vivaldo Lima, conhecido como Tartaruga, e é de propriedade do governo do Estado do Amazonas. Custou mais de R$ 600 milhões, divididos entre governo local e financiamento do BNDS.
Apesar de ter impulsionado o crescimento do futebol amazonense — já que nos últimos anos equipes como o Amazonas FC (Série B) e Manaus FC (Série D, mas já esteve na C) se destacaram no cenário nacional — e ter oferecido uma experiência diferente ao público, a Arena ainda tenta superar entraves.
— Foi daí que o nosso futebol cresceu. É mais barato acompanhar um clube local do que ficar esperando um clube do eixo estar aqui, então o público aderiu. Amazonas, Manaus e Manauara jogam na Arena, que também recebe shows. Isso gera alguns problemas, pois o palco danifica o gramado. E há também um problema da iluminação, que está comprometida há anos e ainda não houve uma solução — enfatiza Kassio Junio, jornalista da Rede Amazônica.
O problema de iluminação ocorre há três anos. Para receber o duelo entre Brasil e Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa, em 2021, o governo precisou usar lâmpadas emprestadas de um outro estádio. Os custos de uma reforma são projetados em R$ 40 milhões. Por isso, o Amazonas decidiu investir na reforma e instalação de arquibancadas móveis no Estádio Carlos Zamith (construído para treinamentos na Copa) e atuar na Série B por lá.
Outro motivo de crítica à Arena da Amazônia é o fechamento do Museu do Esporte, que contava com uma visita guiada. Em contato com a reportagem, a gestão do estádio não explicou os motivos. Por lá também foram disputadas partidas dos Jogos Olímpicos de 2016, além de eventuais jogos de times cariocas.
Jogos na Copa
- Inglaterra 1 x 2 Itália
- Camarões 0 x 4 Croácia
- Estados Unidos 2 x 2 Portugal
- Honduras 0 x 3 Suiça