Estas palavras-chaves já soam muito mais populares no universo do futebol feminino gaúcho: Flamengo de São Pedro, Gurias do Yucumã e Tenente Portela. Foi através do sonho, da luta e da perseverança do fundador Ildo Scapini que o projeto sediado no noroeste do Estado inspirou meninas, jovens e mulheres.
O time que ficou marcado por promover atletas indígenas em uma competição estadual, pela primeira vez, vive em 2022 uma nova safra. Além do pioneirismo, o clube traça seus passos com a experiência de mães e donas de casa, trabalhadoras rurais e urbanas, com o espírito jovem de uma geração que sonha muito além dos limites territoriais e das barreiras que possam ser impostas na modalidade.
Oito meses após revelar as histórias das primeiras jogadoras da etnia caingangue a entrarem em campo pelo Gauchão, a reportagem de GZH viajou 463 quilômetros e voltou para a sede do projeto das Gurias do Yucumã para registrar um novo feito. A partir da conquista do terceiro lugar no estadual do ano passado, o chamado título do Interior, o clube teve direito à vaga para o Brasileirão A-3, a terceira divisão nacional da modalidade.
Esta é a primeira vez que o futebol feminino terá a disputa de três séries no Brasil. Além da tradicional participação da dupla Gre-Nal na elite, o futebol gaúcho ganhou representatividade com clubes de fora da capital.
Logo de cara, o desafio será contra um adversário regional: o Juventude, que conquistou o direito de participação através da posição em 24° do ranking nacional de clubes. Pelo regramento, nesta primeira fase, os 32 clubes participantes foram divididos em confrontos eliminatórios, em duelos de ida e volta, com a definição feita seguindo critérios geográficos. O primeiro jogo acontece neste domingo (12), às 15h, no Estádio Homero Soltadelli, em Flores da Cunha. A partida de volta está marcada para o dia 19 deste mês em Três Passos.
Como funciona o regulamento:
- Na primeira fase, os 32 times foram divididos em confrontos eliminatórios de duas equipes cada
- Jogos de ida e volta em todas as fases
- O mando de campo será definido pelo time que for filiado à federação melhor ranqueada no Ranking Nacional de Federações. Em caso de dois times pertencerem à mesma federação, o mando será do melhor posicionado no Ranking Nacional de Clubes do Futebol Feminino
- Acesso: a classificação para a série A-2 será concedida para os quatro semifinalistas
- Representantes gaúchos: Flamengo de São Pedro e Juventude
- Custeio: a CBF arca com o pagamento do transporte, despesas de alimentação e hospedagem dos clubes visitantes, taxa de arbitragem e cobertura da operação das partidas para todos os clubes
O feito de conquistar um título e de chegar a uma competição à nível nacional está na expressão de cada atleta, na montagem de uma casa própria para servir de alojamento para quem viaja quilômetros de outros municípios para poder treinar, da popularidade na comunidade local de 13.719 habitantes (conforme o censo de 2010), mas, em especial, das novas caras que estão surgindo da base para seguir trilhando o futuro das Gurias do Yucumã.
Luana Martins: da quase desistência do futebol para a estreia no profissional
A espera pela lista de relacionadas para o primeiro jogo diante do Juventude foi quase que de uma ansiedade sem fim. Com 18 anos, Luana Martins, lateral-esquerda, viveu dias de angústia até a confirmação da data do jogo, que ainda teve atraso por parte da CBF e, posteriormente, a divulgação pelo técnico Tiago Rodrigues das atletas que estariam na delegação que parte para concentração em Caxias do Sul, neste sábado.
Sentada em um dos braços do sofá da sala de sua nova casa, ela relembra com entusiasmo e alívio como foram as últimas semanas, desde a confirmação da data da partida até o momento mais especial em que abriu o grupo de mensagens do time.
— A gente sempre estava cobrando (no grupo) quando ia começar o Brasileiro. Todo mundo queria jogar. Nós estávamos nos preparando todos esses seis meses. A gente procurava no Google, todo mundo estava caçando informação sobre a estreia. Quando eu estava na minha casa (em Venâncio Aires) veio uma mensagem de voz do Ildo (Scapini) dizendo que a estreia seria dia 19, mas depois a CBF adiantou para o dia 12. Aí, as minhas pernas já balançaram. Eu dizia pra minha mãe: "Mãe, o que eu faço agora?".
Com a tranquilidade e o auxílio da mãe, dona Inês, era o momento de arrumar as malas, deixar a cidade-natal de Venâncio Aires e retornar para a Casa da Atleta, em Tenente Portela. Na mesma semana, houve o último treino do grupo no sábado para os ajustes finais e a definição do time.
— O treino foi intenso, sabe. Quando a bola caia, tudo mundo queria pegar, ia para cima, na vontade de buscar lista. O Tiago (treinador) disse que o treino tinha de ser intenso, de mostrar vontade. Se queríamos, precisávamos demonstrar vontade.
Depois dessa última atividade, a relação final foi divulgada na última quarta-feira. A lista contemplou 20 jogadoras e mais cinco membros da comissão técnica, este número de 25 pessoas é definido em regulamento pela CBF para o custeio das despesas, bancadas pela própria entidade. A mensagem que chegou antes do horário previsto garantia a recompensa de mais uma batalha conquistada.
— Eu ficava olhando o whats o tempo todo, e o Tiago não mandava nunca. Às 13h, estava todo mundo no telefone pensando que ele poderia adiantar. Às 13h30min, ele divulgou e meu nome estava lá (risos). Coração acelerou, não chorei, mas estava quase. Eu já batalhei bastante para pegar posição e poder sair na lista. Agora é correr atrás do nosso sonho. O que a gente mais queria era participar do Brasileiro A-3. Era uma das nossas metas no ano passado. É buscar e batalhar para que a gente possa subir mais.
Mas a alegria e a ansiedade às vésperas deste primeiro jogo já deram espaço para sentimentos de desânimo e decepção. Peladeira desde os seis anos de idade, Luaninha, como é chamada no time, quase desistiu do sonho pouco antes de conhecer o projeto. Com passagens por times gaúchos como Inter, Brasil de Farroupilha, além de Joinville, chegou a ficar sem clube. A pandemia fez com ela se afastasse ainda mais dos gramados e da vontade de jogar.
— Antes de eu vir pra cá, não estava mais jogando, não tinha mais vontade. O psicológico desceu lá embaixo — relembra.
A mudança partiu em setembro do ano passado através de amigas e ex-companheiras de time, que indicaram o Flamengo de São Pedro. Após contatos com o diretor Ildo Scapini, ela chegou para integrar e disputar o torneio sub-17 do Gauchão Feminino. As atuações foram indicadas e aprovadas pelo técnico Tiago Rodrigues, que promoveu a lateral-esquerda para o profissional.
— Para mim, é gratificante jogar aqui. As meninas me recepcionaram muito bem. Uma sempre está apoiando a outra. Dando aquele puxão de orelha quando precisa para não se prejudicar, é uma família. Quando eu vi a motivação delas em um jogo que eu acompanhei, eu pensava: eu tenho que entrar pra esse time — destacou a lateral, assistida pelas outra três colegas de time e de casa que acompanhavam a entrevista, a goleira Laís, a lateral Fernanda e a atacante Vanice.
Desde janeiro deste ano, Luana passou a morar na Casa da Atleta. A residência é patrimônio do Ildo, fundador do projeto, que abriu mão de locar o espaço para que se tornasse um alojamento do time no centro de Tenente Portela.
A distância economizada para acompanhar a rotina do time ainda mantém a separação da família. No domingo, a mãe, dona Inês, vai acompanhar e torcer de Venâncio Aires, enquanto o pai, seu Ederson, caminhoneiro, vai precisar encontrar um paradouro para acompanhar a estreia da filha no time principal durante a viagem pelo estado de São Paulo.
Bianca Martins: o talento que surge do campo com a herança futebolística do pai
Para quem já ouviu a canção do Fundo da Grota, do músico Baitaca, pode acreditar que aquela rotina rural e campeira ainda é possível de se encontrar no interior do Rio Grande do Sul. Da terra de barro vermelho, da produção de soja, milho e aveia, surge um talento com afinidade com a bola nos pés e de atuações no ataque e no meio-campo. É do município de Derrubadas, que vem mais uma protagonista da nova geração do Flamengo de São Pedro.
A comunidade vizinha é popularmente conhecida pelo Salto do Yucumã, considerada a mais extensa queda longitudinal do mundo, com 1,8 mil metros. A prefeitura local foi a primeira a apoiar financeiramente o projeto através do prefeito Alair Cemin. Os frutos podem ser vistos na figura de Bianca Martins. Aos 16 anos, ela vai para sua primeira participação com o grupo principal. Será o primeiro passo de quem sonha em chegar longe.
De Tenente Portela, sede do projeto, são cerca de 33 quilômetros de uma estrada de asfalto, paralelepípedos e barro vermelho até a casa da Bianca, na comunidade de Vila Jaques. A primeira recepção é feita por Bel, Nanuque, Belô e Boris, os "cãopanheiros" da família.
O pai, seu Everaldo Pereira Martins, acompanha a chegada da filha no seu tradicional galpão, sentado em uma cadeira de praia. Depois da lida que começa antes do sol raiar, é possível se aquecer no sol, que surge com força somente no meio da manhã, ou através da ininterrupta chama que vem do fogão à lenha.
O olhar para a filha, que vem chegando da rotina estudantil do segundo ano do Ensino Médio, é sinônimo de orgulho de quem viu o amor de Bianca surgir pelo futebol quando ela ainda era criança, e chorava a tarde inteira quando não podia o acompanhar em seus jogos. É herança de pai para filha.
— Desde os meus dois ou três anos, sempre quando ele ia jogar, eu tava metida junto. Eu ficava brincando com outras crianças, jogando bola. Assim eu fui aprendendo a gostar e começando a paixão pelo futebol — relata Bianca.
A jovem, que conheceu o projeto do Flamengo logo em seus primórdios, passou a atuar efetivamente pelo clube somente no ano passado. Ela foi uma das atletas da base que disputaram o Gauchão Feminino da categoria sub-17 em 2021.
Enquanto fazia suas jogadas pelo torneio juvenil, o grupo profissional chegava a conquista do título de terceiro lugar do Estadual, logo em sua primeira participação. Foi através disso, que daqui a poucas horas, Bianca e o restante das 24 pessoas da delegação estarão em Flores da Cunha para viver mais um capítulo histórico: a disputa de uma série nacional.
— No ano passado, tinha aquela vontade de jogar pelo time, mas não conseguia pela minha idade. Esse ano que dá, é a oportunidade agarrar essa chance. É uma emoção, uma felicidade. Você fica pensando a semana toda para chegar logo o dia e ir. Sempre tem aquela dúvida se vai ser relacionada ou não. Quando a lista foi lançada e ver meu nome ali, nossa... por eu ser jovem, pela idade, por estar com o grupo, não tem como descrever. Foi muito batalhado esse projeto. Só quem viveu ali, sabe como foi complicado chegar no Gauchão, conquistar a vaga, a desconfiança das pessoas. Muitos já davam o Brasil de Farroupilha (adversário na final do Interior) como o que seria terceiro, por ser um time tradicional. Mas, durante o torneio, a gente foi se entrosando, tivemos pegada. É só orgulho por tudo o que as gurias conquistaram. Agora é seguir sonhando — comemorou a jovem de 16 anos.
A emoção da convocação inédita foi compartilhada com pai. Depois de ver Bianca ao seu redor quando jogava, agora é a vez dele em poder acompanhar a trajetória da filha.
— Para mim é gratificante. Morar onde nós moramos e ver uma filha, com recurso zero, estreando em um campeonato brasileiro me enche de orgulho. E não é algo só meu, é da comunidade, do município. Eu sempre tive o sonho de ser um jogador profissional, mas não tive condições. Então, tudo o que as minhas filhas quiserem, elas vão ter o meu apoio. Se vamos jogar, eu não sei, mas vamos tentar. É um sonho sendo realizado aos poucos, é tudo para um pai — descreve Everaldo Pereira, pai de Bianca.
Antes de chegar a tão esperada data da viagem para Caxias do Sul, local que o time ficará concentrado antes da partida em Flores da Cunha, é preciso manter as atividades diárias nos mais de 17 hectares da família. Tudo o que se consome é plantado e cultivado. O despertador é agendado todos os dias para às 6h da manhã. Antes de ir para a escola é preciso tirar o leite da vaca para o café. Com o horário de estudos e o trajeto de retorno, Bianca só volta para o aconchego do lar no início da tarde.
Depois de algumas horas livres, o inverno obriga que a lida com os animais comece por volta das 16h. É preciso buscar as vacas no pasto, em um campo que completa a paisagem nos fundos da casa. Com o dia caindo e a noite se aproximando é necessário abastecer os cochos com silagem e milho para os porcos e galinhas. Já não é mais possível ouvir o cacarejo das galinhas, que só voltará antes do amanhecer do novo dia, e irá anteceder a primeira partida contra o Juventude, pelo mata-mata do Brasileirão Feminino A-3.
Vanice Friedrich: a luta de quem sonha e serve de inspiração
Os últimos dias têm sido de expectativa, preparação e ansiedade, mas também de mudanças. No sentido mais literal de mudar, Vanice Friedrich, aos 18 anos, decidiu que era necessário alterar os rumos do destino em busca do sonho.
A atacante, que participa desde a fundação do grupo, resolveu deixar a rotina da vida rural e de quilômetros rodados todos os sábados ou em dias de jogos de Itapiranga, município de Santa Catarina. Na última semana, ela chegou para ficar de vez em Tenente Portela, na moradia das atletas, e viver o esporte que começou na infância, quando jogava bola com os outros cinco irmãos — uma menina e quatro meninos.
— Eu já conversava com meus pais que eu precisava sair para acompanhar melhor os treinos. Nem todos os sábados eu conseguia vir. O jeito foi eu vir para cá para poder me dedicar melhor ao meu sonho — explicou.
A decisão de deixar ou optar pela família já esteve no caminho da jovem de 18 anos em outros momentos. Quando passou a atuar na Chapecoense em 2019, precisou sair de casa. No ano passado, logo no jogo que valia o título do Gauchão, ela precisou ficar de fora.
— Eu não tive como ir. Como morava no interior, eu tinha que ajudar os meus pais. Minha mãe estava com um problema na perna, e eu precisava fazer o trabalho de casa. Sabia que tinham meninas para me substituir, e foi uma emoção muito grande ver elas conquistando o título — afirmou Vanice, que ainda destacou:
— Nós tínhamos esperança de chegar, mas não como estamos vivendo agora. A gente se surpreende às vezes. Com certeza é o momento mais feliz. Nunca pensei de desistir. Sempre pensava: vai ter uma oportunidade e eu vou conseguir.
Na esperança e na ambição de consolidar a carreira como atleta de futebol, ela deixa um recado para quem vem acompanhando o crescimento do projeto do Flamengo de São Pedro.
— Se a menina realmente sonha com aquilo, ela não vai desistir. Eu espero que todas as sonhadoras não desistam dos seus objetivos. Persista, insista, que nada é impossível.
Laís Ballen: do balcão da sorveteria à defesa do pênalti que garantiu o título
Foi das mãos dela que foi construída parte da campanha de acesso das Gurias do Yucumã para a disputa de uma divisão nacional, pela primeira vez em sua história. Do banco de reservas do Estádio das Castanheiras, naquele 4 de dezembro de 2021, na decisão de terceiro lugar do Gauchão Feminino, Laís Ballen ingressou na vaga da titular Lídia ainda no primeiro tempo, e mudou os rumos daquela decisão diante do Brasil de Farroupilha. As lembranças no imaginário vivem agora uma nova expectativa pelo grupo: a estreia diante do Juventude, no domingo, no mata-mata do Brasileirão A-3.
— Fiquei no banco tantas vezes e para mim sempre estava tudo bem. Algo fez com que eu entrasse naquele momento para ajudar o time na hora certa. Nunca houve troca de goleira antes do intervalo. Ali, em 25 minutos, o Tiago (técnico) me disse: "Aquece que tu vai entrar". Eu respondi: "Agora?". E ele: "Sim". Falei "Estou pronta" — relembra a goleira.
Quando Laís entrou, o time já estava em desvantagem no placar. O Brasil de Farroupilha havia marcado com Yasmin Tanque. Antes do final do primeira etapa, veio o empate do time de Tenente Portela com gol anotado por Luana. O resultado em 1 a 1 se manteve até o apito final, que decretou a campeã nas penalidades máximas.
— Não estava nada fácil. Na hora dos pênaltis, eu pensava que tinha que fazer alguma coisa. No momento em que eu defendi aquele pênalti, eu me lembro que eu cai pra frente, e era como se eu tivesse engolido algo que estava entalado na garganta. Algo que eu tinha escutado o ano inteiro, das pessoas dizendo para eu não continuar, para não jogar futebol. Eu só chorei, nem consegui sair pra comemorar, elas vieram me abraçar. Foi como se fosse um alívio — descreveu.
Assista ao vídeo da defesa de Laís
Aquele momento de glória foi fruto de muita luta e persistência. Natural do município de Nova Itaberaba, em Santa Catarina, ela percorreu de carro por diversos sábados o percurso de 400 quilômetros para participar dos treinos. Para seguir alimentando o sonho pelo futebol, precisou deixar o local e abrir mão de um negócio próprio. Foi uma das primeiras a se instalar na Casa da Atleta, em Tenente Portela. Para retribuir o auxílio de Ildo Scapini na iniciativa pelo espaço, trouxe boa parte dos móveis para mobiliar a casa.
— É uma luta diária. Como se fosse matar um leão por dia. Não é fácil achar uma seletiva que queira te aceitar com mais idade, eu já fiz 27 anos. Muitos clubes contratam de outros clubes. Eu não tinha essa oportunidade por não estar atuando em nenhum time. Sempre gostei de jogar, mas na minha cidade o futebol feminino não era valorizado. Independente da idade, o que vai importar é até onde a pessoa quer chegar.
Sem qualquer remuneração vinda do clube foi preciso encontrar uma nova ocupação e dividir a rotina com trabalho. A partir das pesquisas, a oportunidade veio em uma sorveteria, ramo no qual Laís empreendia antes de chegar em sua nova cidade. O receio seria de como explicar ao chefe que precisaria ser liberada aos sábados para treinar.
Mas isso não se tornou um problema. Vinicius Gandini, dono da sorveteria Cremolatto, localizada no centro de Tenente Portela e conhecida pelo buffet de sorvetes, não viu impeditivos em dar o emprego para Laís, e as liberações que fossem necessárias para treinar. O estabelecimento também ganhou um diferencial a partir das atuações da atleta.
— Ela me procurou em uma época em que eu estava precisando de um funcionário. Como ela já era do ramo, para mim foi interessante. Eu já contratei sabendo que ela viria para cá para jogar, e que teria que liberar. Ela dá conta do recado. O pessoal vem aqui e já conhece ela (risos) — afirmou o comerciante e chefe da goleira.