Um dos impactos da pandemia do coronavírus em todo o mundo é a paralisação das competições esportivas. O maior exemplo é a Olimpíada de Tóquio, que foi adiada para 2021. No futebol, a situação não é diferente. Há, inclusive, indefinição sobre a conclusão dos campeonatos que foram interrompidos.
Uma das principais preocupações dos clubes no momento é em relação ao prejuízo financeiro por conta da suspensão das atividades. Algumas equipes já acordaram reduções salariais do elenco, enquanto outras ainda negociam. Confira alguns exemplos:
Athletico-PR
Até o momento, o Athletico-PR não tomou qualquer medida em relação aos salários dos jogadores. A diretoria também não informou se estuda alguma alteração nos rendimentos dos atletas e demais funcionários.
Atlético-GO
O clube goiano ainda está negociando uma redução salarial com o elenco, que está de férias até 30 de abril. A diminuição dos rendimentos deve variar entre 30% e 50%, com duração até a retomada dos jogos.
Atlético-MG
O Atlético-MG divulgou nota na qual afirma ter cortado 25% dos salários de jogadores, comissão técnica e diretores. A medida, segundo o comunicado, será válida enquanto durar a pandemia de coronavírus. De acordo com o clube, funcionários que ganham até R$ 5 mil não sofrerão redução de seus vencimentos.
Bahia
A equipe baiana reduziu o salário de jogadores, comissão técnica e diretoria em 25%. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (30). O presidente do clube, Guilherme Bellintani também anunciou que os seus rendimentos serão suspensos enquanto durar a pandemia.
Botafogo
O Botafogo optou, pelo menos por enquanto, em não reduzir os salários dos jogadores. Os vencimentos de março e abril serão pagos integralmente. Com o término das férias nesta quinta-feira, haverá uma nova reunião para debater o tema. A tendência é de que haja um acordo de readequação salarial com os atletas, valendo a partir do mês de maio.
Ceará
Os jogadores do Ceará receberam, nos meses de março e abril, 75% dos salários da CLT e dos direitos de imagem. Os 25% restantes serão pagos a partir de julho. A diretoria do clube ainda negocia novos acordos com o elenco.
Corinthians
O Corinthians anunciou que vai reduzir os salários dos jogadores do elenco profissional, das categorias de base e do time feminino em 25% a partir de maio. A diminuição será referente aos pagamentos em carteira, não incidindo sobre os direitos de imagem. Os demais funcionários do clube, assim como o técnico Tiago Nunes e a sua comissão, terão um corte de 70% nos vencimentos.
Coritiba
Na quarta-feira (29), o Coritiba anunciou algumas medidas para amenizar os prejuízos causados pela pandemia do coronavírus. Houve demissões, redução salarial e suspensão de contratos de alguns funcionários. Os valores não foram divulgados, mas estima-se que o corte nos rendimentos dos jogadores seja de 25%.
Flamengo
O Flamengo anunciou que chegou a um acordo de redução salarial com seus jogadores. Em um primeiro momento, o grupo concordou com "redução correspondente a 25% de seus salários relativos aos meses de maio e junho de 2020. Além disso, autorizou ainda a postergação dos direitos de imagem que seriam pagos em maio e junho de 2020 para quitação em dez parcelas, a partir de janeiro de 2021.
Fluminense
No Fluminense, alguns dirigentes abriram mão de 15% dos salários para destinar ao pagamento dos funcionários que ganham menos. A comissão técnica, comandada por Odair Hellmann, também aceitou cortar parte da remuneração. O clube carioca ainda busca um acordo de redução salarial com os atletas do elenco.
Fortaleza
O clube cearense foi o primeiro da Séria A a chegar a um acordo com os jogadores. Os salários de março e abril foram reduzidos em 25%. Os valores devidos serão quitados após a pandemia. A dir.etoria do Fortaleza também reduziu os próprios vencimentos em 15%. Novos acordos estão sendo discutidos.
Goiás
O Goiás anunciou no dia 14 de abril um acordo de redução salarial com os jogadores. A diminuição deve ficar em torno de 50%. Funcionários, comissão técnica e dirigentes também terão corte nos rendimentos. A medida deve ser prorrogada até o início do Brasileirão.
Grêmio
No final de março, o Grêmio anunciou que chegou a um acordo de redução salarial com os jogadores do elenco. Os números, no entanto, não foram divulgados. A direção do clube projeta um prejuízo na casa dos R$ 25 milhões durante a paralisação pela pandemia.
Inter
Já no Inter foi feito um acordo com os jogadores para que o pagamento dos direitos de imagem fossem suspensos por três meses. O acordo prevê que em maio, junho e julho os atletas receberão apenas os valores relativos aos salários pagos na carteira de trabalho. A quantia referente aos direitos de imagem do período será paga no futuro, provavelmente apenas em 2021.
Palmeiras
O Palmeiras anunciou nesta quinta-feira (30) uma redução salarial de 25% no departamento de futebol. O acordo engloba os salários dos meses de maio e junho de todo o elenco, além da comissão técnica, comandada por Vanderlei Luxemburgo, e dos departamentos financeiros e jurídicos.
Red Bull Bragantino
O clube optou pela manutenção dos salários de jogadores e demais funcionários durante a paralisação do futebol. Para amenizar a queda na receita, o Red Bull Bragantino reduziu os custos de outros setores.
Santos
O Santos também antecipou as férias dos seus atletas e, conforme permite a MP, irá pagar o terço adicional sobre as férias no mês de dezembro. A partir de maio, os salários dos jogadores serão reduzidos em 30%. A medida deve durar até o retorno do futebol. A proposta original da direção santista previa uma diminuição de 50%.
São Paulo
O São Paulo fez acordo para suspender o pagamento dos direitos de imagem, que correspondem a até 40% do salário dos jogadores. Os contratos em carteira do elenco são-paulino foram reduzidos em 50%. No Corinthians, os funcionários do clube tiveram redução salarial. Quanto aos jogadores, o tema ainda está em discussão. O Santos antecipou as férias e ainda planeja negociar uma diminuição de 50% no rendimento de atletas e demais funcionários.
Sport
No clube pernambucano, a comissão técnica e os atletas ainda não acertaram qualquer tipo de redução. A diretoria ainda negocia uma diminuição nos rendimentos dos jogadores e demais funcionários.
Vasco
No clube do Rio de Janeiro, houve a suspensão do contrato de trabalho de alguns funcionários pelo período de dois meses. Nestes casos, o clube continuará pagando o valor do 30% do salário bruto. Em relação aos jogadores, ainda não houve uma definição. Desde o início do ano, o Vasco tem atrasado o pagamento dos rendimentos de todo o elenco.
Na Série B, e em grave crise financeira, o Cruzeiro anunciou que irá reduzir em 25% os salários de jogadores e demais funcionários após o retorno das férias, que terminam nesta quinta-feira (30).
Alemanha
Os jogadores do Bayern de Munique e do Borussia Dortmund aceitaram a diminuição de 20% dos salários para ajudar os dirigentes a lidarem com a crise financeira provocada pela pandemia do coronavírus.
O Borusssia Mönchengladbach e o União Berlim, este promovido nesta temporada à divisão de elite do campeonato nacional, anunciaram que seus atletas aceitaram abrir mão dos salários. No caso da equipe da capital da Alemanha, a renúncia foi integral.
Argentina
O Racing se tornou o primeiro clube argentino a anunciar uma redução no salário dos seus profissionais de futebol. A medida é uma forma de minimizar os prejuízos financeiros em razão da pandemia do coronavírus.
A aceitação da medida pelo elenco foi transmitida pelo atacante Lisandro López, capitão da equipe e ídolo da torcida. Fontes do clube garantem que o ajuste será generalizado para cerca de 400 funcionários.
Espanha
Os jogadores do Barcelona aceitaram redução salarial de 70% diante da crise do coronavírus. Além disso, os atletas irão ajudar financeiramente os funcionários do clube para que recebam integralmente seus salários. O Barcelona também confirmou acordos para redução salarial momentânea com os elencos de seus outros esportes profissionais.
Já o Real Madrid publicou um comunicado em sua página oficial na internet em que garante um acordo com jogadores e comissão técnica para haver uma redução salarial. Conforme as informações, os elencos de futebol, comissão técnica e até de basquete do Real terão uma redução de salários entre 10% e 20%, levando em conta as circunstâncias dos campeonatos inacabados. O valor menor será usado para caso haja adiamento dos torneios, enquanto o maior será para eventual cancelamento. O acordo vale também para os cerca de 500 empregados do clube.
O Celta de Vigo anunciou em 9 de abril que chegou a um acordo com seus jogadores a respeito de um corte salarial por conta do coronavírus. Atlético de Madrid e Espanyol também buscam reduzir os ganhos dos atletas, mas ainda não acertaram os detalhes.
A Real Sociedad comunicou no sábado (11) que chegou a um acordo com o seu elenco. A diminuição nos salários pode chegar a 20%. Caso as competições sejam retomadas ainda nesta temporada, a redução seria de 5%.
O Villarreal confirmou nesta quinta-feira (16) um acordo para reduzir o salário de sua equipe principal com o objetivo de aliviar os prejuízos econômicos decorrentes da paralisação do futebol causado pela nova pandemia de coronavírus. Os jogadores e a comissão técnica terão uma diminuição de 20% nos rendimentos. Os atletas do Valencia também negociaram um corte nos vencimentos. A porcentagem, no entanto, não foi divulgada.
Itália
A Juventus se acertou com o elenco e a economia com salários será, no período de quatro meses, de 90 milhões de euros (R$ 512,7 milhões). Cristiano Ronaldo também aceitou colaborar: o português sacrificou 3,8 milhões de euros (R$ 21,7 milhões) de seu recebimento anual, que é de 54 milhões de euros (R$ 307,6 milhões).
Os jogadores da Roma abriram mão de receber quatro meses de salários para ajudar o clube a amenizar os prejuízos por causa da pandemia de coronavírus. O treinador Paulo Fonseca também entrou no acordo. O elenco ainda vai ajudar no pagamento de salários dos funcionários da equipe da capital italiana.
Inglaterra
O Arsenal chegou a um acordo de redução salarial de 12,5% com seus jogadores. No caso do Chelsea, os jogadores sugeriram a redução de salários, mas o clube rejeitou a ideia e pediu aos jogadores que usem seus salários para fazer doações e ajudar quem precisa.
A Premier League buscou uma redução geral de 30% em todas as equipes, mas a proposta foi recusada pela associação de jogadores. Os clubes ingleses estimam que as perdas poderão chegar a 750 milhões de libras (R$ 4,86 bilhões) se a temporada for cancelada.
Sem acordo e demissões
O FC Sion, da Suíça, demitiu nove jogadores — ou um terço do elenco principal — que se recusaram a ter o salário diminuído. Três deles disputaram Copa do Mundo: o zagueiro naturalizado suíço (nascido na Costa do Marfim) Johan Djourou, o volante camaronês Alexandre Song, ambos ex-Arsenal, e o atacante marfinense Seydou Doumbia.
Também tiveram os contratos rescindidos Ermir Lenjani, Xavier Kouassi, Mickaël Facchinetti, Birama Ndoye, Pajtim Kasami e Christian Zock.