O homem que interpretava o Saci, mascote do Inter, foi indiciado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (14) pelo crime de importunação sexual contra duas mulheres. Em entrevista à GZH, a delegada Cristiane Ramos deu detalhes da apuração e do indiciamento feito pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Porto Alegre (DAEM).
A primeira vítima, a repórter Gisele Kümpel (da Rádio Monumental, identificada com o Grêmio), afirmou ter sido beijada por Gustavo Acioli Astarita, o homem que interpretava o mascote, após o terceiro gol do Inter no clássico Gre-Nal, em 25 de fevereiro. A segunda queixa partiu de uma torcedora colorada que buscava uma foto com o personagem. Ela disse ter sido segurada à força e ouvido uma frase de conotação sexual.
Segundo a delegada Cristiane Ramos, a repórter não foi o único alvo de importunação do homem durante o Gre-Nal. No entanto, foi a única beijada à força.
— Em relação às imagens, elas confirmam o relato da Gisele. No momento da cobrança do pênalti, ele parou do lado dela e ergueu a máscara. Ela, incomodada, saiu e foi para outro canto. Ali havia também outros repórteres identificados com o Grêmio, que afirmaram terem recebido chutes nos pés. Quando acontece o gol, esse homem com a fantasia vai até ela e dá um beijo à força — destacou Cristiane.
Ainda conforme a delegada, Astarita assumiu que beijou a mulher, porém, justificou que isso fazia parte do seu papel de animar o público.
— A boca dele não é coberta pela máscara. Ele usa um tecido bem fino, e a máscara começa a partir do nariz. A vítima disse que sentiu esse beijo, e ele não negou em nenhum momento. Ele justificou que a intenção era tirar uma onda, pois ela era a única profissional vinculada ao Grêmio ali. Mas isso não é verdade, havia outros ali — disse Ramos, que complementou:
— Importante destacar que não é o personagem. É um indivíduo, que se aproveitou de estar com essa roupa, se aproveitou da situação de comemorar o gol para ir na única mulher que estava por ali.
Parem de tocar nossos corpos sem nossa autorização
Confira na coluna
O inquérito da Polícia Civil foi encaminhado ao Ministério Público e pode ter três caminhos: ser transformado em denúncia para que seja iniciado o processo criminal, ser feito um pedido de ajustes ou ser rejeitado. A pena para importunação sexual é de reclusão de um até cinco anos.
GZH fez contato com a defesa de Astarita e, até a publicação desta matéria, não havia recebido um posicionamento.