Não vai ser na escalação inicial. Mas, pela primeira vez, estará na súmula, ainda na coluna dedicada aos suplentes, o número 13 do Inter, Enner Valencia. A maior contratação do Inter na temporada estará à disposição de Mano Menezes no Maracanã, para enfrentar o Fluminense a partir das 16h, pela 14ª rodada do Brasileirão. Sua estreia gera uma enorme expectativa entre os colorados, tanto pelo que pode render quanto por sua utilização no ataque.
Enner também está ansioso. Desde sua chegada, há duas semanas, os relatos do Beira-Rio são de que o equatoriano faz de tudo para se adaptar ao Brasil. Ele comentou internamente que ficou surpreso com o tamanho da festa dos torcedores para um jogador ainda sem histórico no clube. Quando desembarcou o aeroporto e foi abraçado por milhares de colorados, em uma madrugada de domingo para segunda-feira, ao lado de sua família, disse:
— Foi um recepção incrível, agradeço a todos. Quero retribuir esse carinho todo em campo.
O Inter divulgou um vídeo de alguns momentos da semana de Valencia em Porto Alegre, principalmente os que envolveram suas idas ao CT Parque Gigante e ao estádio. Comemorou, ao lado da mulher, Sheron, a vitória sobre o Deportivo Independiente Medellín que significou a classificação para as oitavas de final da Libertadores. Com as filhas, protagonizou outra cena bastante comentada: na van que os levava do aeroporto para o hotel, cantou uma das músicas da arquibancada.
O que pesa para não ser titular nem é tanto questão de hierarquia ou medo de tirar a moral os concorrentes da função. A opção da comissão técnica de que ele comece no banco é física mesmo. Como Valencia vem de uma temporada cheia, com Copa do Mundo no meio do caminho e uma Data Fifa antes de estrear, a preocupação é que vá ganhando minutos gradativamente. Ele deve ser titular contra o Palmeiras, no domingo que vem, no Beira-Rio.
A outra dúvida é sobre seu posicionamento. O Inter costuma jogar no 4-2-3-1, com apenas um atacante. No Fenerbahçe, onde viveu seu melhor momento da carreira, Valencia formava dupla. O equatoriano falou sobre isso em entrevista ao repórter Andrés Guschmer, da Claro TV Equador:
— Adoraria continuar como vinha jogando no meu clube anterior. Sem nenhuma dúvida me deu muitos bons resultados. Vou conversar com o treinador (Mano Menezes) e estarei à disposição onde ele precisar do meio para frente. Estou disponível para jogar onde ele precisar — reforçou.
Mano antecipou que "para bons jogadores, sempre há lugar". À ESPN, porém, detalhou:
— Tive uma conversa com ele na retomada, na terça-feira. Gosto de fazer isso porque são decisões importantes, o atleta precisa se sentir bem. Quando se cria uma expectativa como a que se criou sobre ele, o torcedor fica em êxtase. É necessário tomar cuidado para que seja uma coisa positiva. Enner é um atacante, não é exatamente um centroavante que vai jogar de costas ou fazendo o pivô, e ele pode jogar nas quatro funções do ataque. Vamos utilizá-lo às vezes como um atacante principal, dependendo da circunstância, às vezes com dois.
Do banco ou do campo, começa neste domingo a Era Enner Valencia. Com ela, renasce a esperança da torcida do Inter na temporada.