O Inter anunciou o seu ingresso nos esportes eletrônicos. Em parceria com a Hunter, empresa de Santa Catarina, que também trabalha com o time de futebol americano Timbó Rex, o clube gaúcho oficializou o seu plano de estar presente nos eSports e se transformar em um dos clubes mais digitais do país. O novo episódio do G-Start, podcast de GZH sobre games, fala sobre o projeto colorado.
Intitulado de Gigante por Gerações, o objetivo do Inter eSports é se aproximar do público mais jovem e, por consequência, aumentar o quadro social do clube. A partir de um estudo, o Inter chegou à conclusão de que era necessário ingressar no mundo esportes eletrônicos. Foi então que os caminhos do clube e da Hunter se cruzaram.
— Cronologicamente, não sei quem procurou quem primeiro. Só sei que nos encontramos. O Inter chegou a conclusão de que era preciso trazer as crianças para mais perto do clube. A partir disso, se questionou como isso seria feito e nos reunimos para acertar o projeto. Somente com essa iniciativa, foi possível perceber que o pessoal do clube está preocupado com o futuro e tem o objetivo de fazer algo grande — lembra Bruno Takahashi, diretor de produto da Hunter.
Para aproximar esse público jovem do Inter, Bruno afirma que pesquisou a fundo a história colorada, desde a fundação até os dias atuais. Encantado com tudo que viu e leu, o diretor afirma que, para que isso chegue às novas gerações, o primeiro passo é mudar a linguagem da comunicação do clube. E para isso, o Inter eSports é apenas uma das formas encontradas para esse processo de digitalização do Inter.
— A parte de games é pequena dentro de todo um contexto da operação que estamos montando. Entretanto, é um ponto chave. A criança não consegue mais seguir o clube de futebol só por conta da paixão dos pais. Muitos jovens não têm mais aquela paixão que nós tínhamos pelo futebol. Mas, se tiver um time de CS, LOL, Free Fire e se for do clube que o meu pai torce, eu vou amar também. A gente começa a ter uma pequena costura a partir dos games para conseguir trazer os novos sócios da nova geração que vão viver a história e ser o futuro do Inter — explica.
Jogos
Por se tratar de um início de projeto, o Inter atuará, primeiramente, em quatro jogos. Com o decorrer do processo, a ideia é de aumentar esse número e participar do cenário competitivo de outros games também. Por conta de alguns vínculos de patrocínios já existentes e também por vagas nos principais torneios do Brasil, o Inter terá algumas limitações para a expansão.
— Vamos trabalhar com quatro modalidade: Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO), Free Fire, PES e Valorant. Temos alguns planejamentos para expandir, mas por conta de alguns bloqueios de Tier (divisão), temos algumas limitações. Por isso, estamos estudando quando e como vamos aumentar, para que seja interessante para o projeto. No League of Legends (LOL), por exemplo, esperamos que a Riot (desenvolvedora do jogo) abra novas vagas de franquia para o CBLOL no futuro — afirmou.
De acordo com Takahashi, além do ingresso no cenário competitivo de games, o Inter também buscará se comunicar com a comunidade gamer através das redes sociais e plataformas de streaming.
— Não adianta só termos o time competitivo e achar que essa geração de conteúdo conseguirá suprir nossas necessidades. A gente entende que a maior fatia do publico gamer não está no competitivo. É o pessoal que joga em casa. O jogador casual. Por isso, o conteúdo gerado por influenciadores e streamers é muito importante para aumentar essa conexão — projeta.
Modelo inspirado em gigante europeu
Utilizando o modelo consolidado do Timbó Rex, uma das maiores equipes de futebol americano do Brasil e que também é gerida pela Hunter, o diretor de operações espera obter o mesmo sucesso do T-Rex no Inter eSports.
Para isso, também se espelhou no modelo de gestão e operação de uma das principais organizações de eSports do planeta: a Team Liquid.
— Eu gosto muito no modelo da Team Liquid, organização europeia. Eles entendem que os eSports não são brincadeira e sim uma profissão. Todos entendem o seu papel dentro da organização, cada peça é fundamental para que a máquina consiga rodar. Essa responsabilidade coletiva que eles aplicam é muito parecida com o modelo que queremos para a operação do Inter nos eSports — relata.
Bruno Takahashi também explica que a operação do Inter eSports ficará toda a cargo da Hunter. Será a empresa catarinense que buscará os patrocínios para apoiar financeiramente o projeto. Além disso, a base da equipe será a cidade de Timbó. O Inter não terá nenhuma despesa, segundo o diretor.
— Nossa ideia em nenhum momento é desonerar o Inter. Tanto que o Inter não vai tirar nenhum real do cofre do futebol para essa operação de eSports. Pelo contrário, o que estamos montando é para bonificar os caixas do futebol. Esse é o planejamento. Temos isso como premissa — finaliza.