O atraso de três meses no pagamento dos direitos de imagem dos jogadores escancarou a crise financeira que vive o Inter. Através uma operação bancária, os meses de março e abril foram pagos (equivalente a R$ 7 milhões), porém o clube ainda busca outras formas de melhorar seu caixa. Uma delas é o aumento de 26% da mensalidade dos torcedores associados.
O assunto estará em pauta na próxima reunião do Conselho Deliberativo, que precisa debater e aprovar a proposta. O encontro precisa ocorrer obrigatoriamente na primeira quinzena de junho. Para defender o ajuste, a diretoria afirma que não altera os valores há quase quatro anos e que esta correção é baseada na inflação.
— Esse é um tema que estamos debatendo no Conselho de Gestão há um tempo. Há necessidade de reajuste pela inflação, já que não ocorre desde setembro de 2018. É uma reposição da perda inflacionária. Por diversos motivos, entre eles a pandemia, o clube segurou o reajuste, entendendo a necessidade econômica do país. Mas chega um determinado momento que a receita se faz relevante — disse o CEO do Inter, Giovane Zanardo, em entrevista à Rádio Gaúcha, explicando o motivo da pauta ter surgido neste momento:
— Temos uma reunião ordinária prevista para ocorrer na primeira quinzena de junho. Então, nós entendemos que esse era o momento para levar a apreciação dos conselheiros. É um tema que não está associado ao desempenho esportivo. É importante para nosso equilíbrio orçamentário.
Conforme Zanardo, o clube perderá aproximadamente R$ 1,3 milhão por mês sem a nova arrecadação. E embora o time não viva um bom momento no Brasileirão, não há um temor da redução do quadro associativo por conta do aumento das mensalidades.
— Nunca houve uma grande perda de associações em momentos de aumento de mensalidade. Se não ocorreu no passado, entendemos que não irá ocorrer agora. Os valores propostos são aceitáveis dentro do contexto econômico. Na média, será um incremento de 15 ou 20 reais — destacou o CEO.
Além dos problemas Inter, tornou-se pública nesta semana uma dívida que o Inter ainda tinha com o técnico Miguel Ángel Ramírez, que cobrava R$ 2 milhões referente ao contrato rescindido. O valor foi pago, e o clube evitou uma punição na Fifa. Outro com passagem recente pelo Beira-Rio que acionou o clube na Justiça foi o lateral-direito Renzo Saravia. Ele cobra R$ 8,6 milhões por direitos trabalhistas supostamente não recebidos.