A torcida do Inter voltou a viver uma noite de decepção no Gre-Nal 427 no Beira-Rio. O segundo clássico da história válido pela Libertadores foi também o quinto encontro entre os dois maiores clubes do Rio Grande do Sul nesta temporada e, mais uma vez, o Grêmio levou a melhor. Com gol de Pepê, os comandados de Renato Portaluppi fizeram a festa na casa colorada e jogaram a pressão para o lado do técnico Eduardo Coudet.
Se em outros clássicos o treinador argentino armou o Inter com uma postura ofensiva e mostrou coragem diante do Grêmio mesmo sem ter obtido resultados positivos, na noite dessa quarta-feira a atuação colorada foi tão ruim quanto a derrota. Mesmo no Beira-Rio, o time vermelho em nenhum momento se impôs diante do Tricolor e viu sua situação se complicar na Libertadores. Além disso, o jejum colorado agora é de dez Gre-Nais. Em cinco clássicos no ano, o Inter não conseguiu sequer fazer um gol em Vanderlei.
Em sua entrevista após o jogo, Coudet justificou a escalação em razão dos desfalques, como os de Edenilson e Patrick, no meio-campo. O treinador lamentou que o Inter não tenha aproveitado as poucas oportunidades que criou no clássico.
— A escalação foi uma adaptação aos jogadores que tínhamos e a dificuldade que todos os times enfrentam com o que estamos atravessando. Seguramente queríamos ter uma postura mais agressiva, mas o jogo se deu assim, travado. A chance que eles tiveram converteram. Nós tivemos as nossas e não fizemos. Foi um jogo travado. Tivemos mais situações que o rival e não convertemos. Quero sempre criar muito mais, que se pode jogar melhor, mas tivemos chances claras e não fizemos o gol. Eles fizeram — avaliou Coudet, que disse que iria mexer no time no momento em que saiu o gol do Grêmio:
— Iria mexer antes de levar o gol. Quando estava pronto para mexer, saiu o gol do Grêmio, vocês podem ver pela televisão.
Principal nome do Inter na temporada, mas que não conseguiu quebrar sequer o jejum de gols em Gre-Nal, Thiago Galhardo admitiu a tristeza com o resultado. O atacante, no entanto, afirmou que é preciso manter o foco na sequência da temporada para o Colorado seguir as boas campanhas em Libertadores e Brasileirão.
— A gente está triste por não ganhar o Gre-Nal, mas seguimos líderes da Libertadores e em segundo no Brasileirão. Não podemos nos abater. Está todo mundo triste, mas temos de ser maduros. Já devemos pensar no São Paulo e virar a chave com vitórias — projetou.
Como dito por Galhardo, o Inter volta a campo já no sábado, às 19h, para encarar o São Paulo, no Beira-Rio, em duelo direto na parte de cima da classificação do Brasileirão, onde vem de duas derrotas seguidas. Os paulistas aparecem em terceiro na tabela, logo atrás do Colorado. Uma vitória diante do Tricolor Paulista será importante na briga pela liderança - pode voltar ao topo se o Atlético-MG não derrotar o Grêmio -, mas mais ainda para amenizar o tom das críticas depois de um novo resultado ruim em Gre-Nal.
A derrota no clássico ligou também o alerta sobre a situação na Libertadores. Agora, Grêmio e Inter têm sete pontos enquanto América de Cali e Universidad Católica aparecem com quatro no Grupo E. O problema colorado é que o time fará suas duas últimas partidas fora de casa. Na próxima terça-feira (29) vai à Colômbia encarar o América e encerrará sua participação diante da Católica em Santiago. Suspensos, Edenilson e Moisés seguem como desfalques, Com covid-19, Uendel deve ser mais um problema para Eduardo Coudet.
