O Inter já tem todo um cronograma preparado para o primeiro jogo no estádio Beira-Rio, após quatro meses de ausência por conta da pandemia de covid-19. A operação que será utilizada no clássico Gre-Nal da quarta-feira (22) está praticamente pronta e busca não deixar espaço para que a partida possa ser responsável por algum caso de contágio de coronavírus.
Além dos cuidados específicos com o gramado, em virtude do inverno, a direção colorada trabalha para deixar os jogadores o mais à vontade possível no Gre-Nal do Gauchão, mesmo que sem a presença da torcida nas arquibancadas, por exemplo.
— Observamos a volta do futebol no Brasil e em outros países e o nosso marketing está trabalhando para criar uma experiência que faça o torcedor se sentir representado no estádio. A ideia é criar um clima de jogo para os atletas — afirma Victor Grunberg, vice-presidente de administração do Inter.
O clube tem avaliado alguns cenários como utilização de faixas, cartazes, telões no retorno dos jogos e tem feito contato com as empresas detentoras dos direitos de transmissão, Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e CBF para saber o que pode e o que não pode ser feito para definir o que irá colocar em prática já no Gre-Nal.
Os modelos adotados nas competições que já recomeçaram serviram não só para a forma de aproximar time e torcida. A questão sanitária também foi utilizada como modelo.
— Nossas áreas de operação e segurança do trabalho elaboraram um material (protocolo) para jogos com portões fechados, com base em determinações do Ministério da Saúde, Anvisa e demais autoridades — destaca Grunberg, que lembra que o protocolo utilizado na Bundesliga serviu como base para o documento colorado.
Um Gre-Nal sempre requer uma grande operação e mesmo sem a presença de público manterá essa máxima.
— Não será um jogo normal. Não é apenas colocar 22 jogadores em campo e tirar a torcida. Tem toda uma estrutura que vem sendo trabalhada, com protocolos de controle sanitário para todos que irão trabalhar no dia. Nós calculamos entre 200 e 250 pessoas, entre delegações, funcionários do clube, área de operações, imprensa e segurança — ressalta o vice-presidente de administração do Inter.
Separação em setores
No Gre-Nal da próxima semana, o Beira-Rio será dividido em três zonas: de competição (1), interna (2) e externa (3). Apenas pessoas com credenciais específicas, para cada área, poderão circular e algumas até com tempo de permanência determinado pela função que irá exercer.
A área de competição corresponderá ao gramado, vestiários e túnel de acesso; a interna englobará a zona mista, salas de coletivas, cabines de transmissão e sala do VAR; a área externa terá atenção redobrada, já que nenhuma pessoa sem credencial poderá circular no pátio do estádio, que terá a presença de seguranças e será monitorado por câmeras de vigilância.
— Não podemos impedir o ir e vir das pessoas. Mas recomendamos que os torcedores não compareçam no entorno do estádio por uma questão de segurança de saúde— explica Grunberg, que ressalta que quem ingressar no Beira-Rio não poderá deixar as dependências do estádio a qualquer momento para evitar aglomerações em áreas que não sejam as pré-estabelecidas.
O protocolo do Inter para a utilização do Beira-Rio inclui corredores de descontaminação nos três acessos que serão utilizados, além da obrigação do uso de máscaras, questionários de saúde, medição de temperatura, higienização de calçados e diversos displays com álcool em gel à disposição dos envolvidos com a partida.
Uma outra medida adotada pela direção do Inter para que nada fuja ao controle foi testar todos os funcionários do complexo Beira-Rio, na última semana.
— Além dos atletas e funcionários do futebol, na semana passada testamos os funcionários que atuam no dia a dia do clube — conta Victor Grunberg, que lembra que o Inter tem apenas 25% do seu quadro trabalhando de forma presencial.
Os próximos dias serão "de ajustes finos entre o nosso protocolo e o da FGF", segundo o vice-presidente de administração do Inter, que elabora em conjunto com sua equipe de trabalho uma verdadeira operação especial para "entregar o estádio da melhor e mais segura forma".