A novela em que se transformou o imbróglio jurídico do Inter com a Turner pode estar perto do fim. Ao menos esta é a esperança do presidente colorado Marcelo Medeiros. Em entrevista ao programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, o mandatário colorado avaliou o caso.
— Temos uma situação diferente ao dos outros sete clubes da Série A, que têm contrato até 2024. O contrato do Inter termina esse ano. A gente está procurando uma conciliação, até porque os valores a serem pagos para o Inter, em razão do tempo de contrato em vigência, são menores. Nossa ida ao Palácio do Planalto tinha relação com esta situação, porque a Medida Provisória publicada pelo presidente daria a Turner a possibilidade de transmitir mais jogos do que os contratados. Mas esta situação está meio complicada, a gente tem lido algumas matérias de que a tendência é que, no Congresso Nacional, a MP perca vigência. Mas o importante é que o Inter está trabalhando para conciliar, para que os valores pactuados sejam pagos ainda este ano — disse.
As discussões entre as partes iniciaram em 2018, quando o Inter notificou a Turner por quebra de contrato por conta do encerramento das atividades do canal Esporte Interativo, principal responsável do grupo pelas transmissões esportivas, que passaram a ser veiculadas nos canais TNT e Space, também pertencentes ao conglomerado norte-americano.
Em abril deste ano, em meio à pandemia de covid-19, a empresa alegou que algumas cláusulas da relação foram infringidas e que, por isso, poderia cobrar uma pesada multa dos clubes. A principal reclamação é de que Palmeiras, Santos, Inter, Athletico-PR e Fortaleza tiveram mais do que seis jogos transmitidos em TV aberta ou streaming para as praças em que foram realizados – Ceará e Bahia ficaram no limite de seis. Isso, segundo a Turner, tiraria visibilidade de seu produto, por serem transmissões gratuitas. Desde então, os pagamentos das parcelas do contrato de televisionamento foram suspensos.
Dois meses depois, em junho, o Inter contratou o escritório de advocacia, Tozzini Freire, que tem sede em São Paulo, para tratar do caso.
—Nós temos uma real possibilidade de chegar a um desfecho, seja qual for o negócio. Existem três possibilidades: ou não conseguimos nada e vamos disputar isso no juízo arbitral, ou cada um cede um pouco e mantemos o contrato, ou rescindimos este contrato de maneira amigável — revelou Eduardo Mariotti, sócio da TozziniFreire, em entrevista para GaúchaZH, ainda em junho.
Os valores contratados com o grupo Turner são uma importante fonte de receita aguardada pelo clube em seu orçamento. Por ter contrato válido até o final deste ano, o Inter ainda tem a receber R$ 31,5 milhões, divididos em parcelas que deveriam começar a ser pagas em abril.
Segundo uma fonte da direção colorada, consultada por GaúchaZH, uma nova reunião está programada para a próxima semana e poderá finalmente encerrar a discussão em torno do acordo feito pela gestão Vitorio Piffero em março de 2016