As finanças coloradas correm o risco de sofrer um novo impacto em meio à crise da pandemia de coronavírus. A Turner, grupo que controla a TV Esporte Interativo, ameaça rescindir os contratos com os oito clubes com os quais tem parceria para transmissão de partidas do Brasileirão, entre os quais, o Inter. No Beira-Rio, o maior temor é a perda de mais de R$ 30 milhões em 2020.
Além do Inter, Palmeiras, Santos, Bahia, Fortaleza, Ceará, Coritiba e Atlhetico-PR são os times da Série A que têm contrato com a Turner . Mesmo que ocorra uma rescisão, os clubes não acreditam na possibilidade de receber os valores da multa rescisória de forma amigável e consideram uma disputa judicial como algo inevitável.
A maior preocupação do Inter, no entanto, é a perda de receita imediata. Pelo contrato com a Turner, o clube tem direito a receber cerca de R$ 3,5 milhões mensais entre abril e dezembro, o que representa até o final do ano aproximadamente R$ 31,5 milhões. Mesmo em condições normais, a perda desses valores já seria considerada preocupante. Com a crise do coronavírus, o impacto seria muito mais danoso aos cofres colorados.
— Nós e os demais clubes recebemos uma notificação da Turner, que é dúbia. Primeiro, ela sinaliza com uma ruptura e depois sugere uma reunião. Esse encontro deve ocorrer na próxima semana. Mas isso nos preocupa porque o contrato (com a Turner) representa um fluxo mensal de valores muito significativos e que são fundamentais pra concluirmos o ano de 2020. E, além disso, é uma dificuldade fazer uma reunião dessa importância por videoconferência — relata o vice-presidente do Conselho de Gestão do Inter, Alexandre Chaves Barcellos.
O contrato do Inter com a Turner, assinado em 2016 na gestão do presidente Vitorio Piffero, expira em dezembro de 2020, ao contrário dos demais clubes, que têm vínculo até 2024.
Vale salientar que as equipes não podem recorrer ao Poder Judiciário. Conforme estipulado em contrato, as partes devem resolver qualquer imbróglio em uma Câmara Arbitral da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. Se o caminho for esse, os clubes acreditam que demorariam para receber os valores a que teriam direito.