A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) ainda busca aval para a retomada do Campeonato Gaúcho. Uma nova data de reinício da competição foi apresentada pelo presidente da FGF, Luciano Hocsman, em reunião com o novo secretário de Esporte e Lazer do Estado, Francisco Vargas, na tarde dessa segunda-feira (8).
De acordo com a proposta da FGF, o Gauchão voltaria em 19 de julho tendo a final marcada para 9 de agosto. Na primeira semana, de 19 a 26 de julho, ocorreria conclusão da fase de grupos — que já teve três rodadas disputadas. Em caso de título do Caxias no segundo turno, o campeonato seria encerrado no primeiro final de semana de agosto.
Para garantir que o campeonato possa ser retomado em julho, a FGF se mostrou disposta a reduzir o número de sedes do Gauchão. Os jogos podem ser disputados apenas na Capital e na Serra. Essas regiões contam com seis estádios: Arena, Beira-Rio, Passo D'Areia, Centenário, Alfredo Jaconi e Montanha dos Vinhedos.
— A forma reduzida nos dá uma situação de segurança maior para se fazer (o retorno do Gauchão). Nós temos algumas cidades muito distantes das outras, são 12 delegações transitando pelo Estado. O formato que estamos propondo visa essa questão dos deslocamentos e da quantidade de cidades. Apresentar um formato como esse nos dá uma maior possibilidade de aceitação — admitiu Luciano Hocsman em entrevista à Rádio Gaúcha.
A proposta apresentada pela FGF conta ainda com a limitação na presença de no máximo 200 pessoas nos estádios em dias de jogos, incluindo delegações dos clubes, funcionários da FGF e profissionais da imprensa. Todas elas passariam por testes para covid-19 na véspera das partidas. Luciano Hocsman terá uma reunião com o governador Eduardo Leite para discutir o assunto. Na prática, porém, a decisão sobre o retorno do Gauchão não depende apenas do Governo do Estado. A mudança no modelo estadual de distanciamento controlado, feita por Leite na semana passada, permite que os municípios estabeleçam regras próprias, inclusive para as atividades de clubes esportivos, durante a pandemia de coronavírus.
Ainda nessa segunda-feira, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, suspendeu a sequência de flexibilizações de atividades restritas em função do aumento de 38% na ocupação nas UTIs da Capital por pacientes com coronavírus. Entre as atividades que poderiam receber liberação, estava a relacionada aos clubes profissionais. Dessa forma, Grêmio, Inter e São José seguem proibidos de realizar treinos coletivos.
— Nós vamos seguir olhando para esses números. Não é um momento de pânico, mas de cautela, de precaução. É um momento de mantermos os cuidados com a saúde — justificou Marchezan.
Neste momento, Pelotas é a única cidade que possui clubes no Gauchão com a bandeira amarela, de “baixo risco”, na classificação feita pelo Piratini para o coronavírus. Brasil e Pelotas, no entanto, sequer retomaram os treinos individuais. A prefeitura informa que avaliará a possibilidade de emitir um decreto liberando treinos coletivos se houver pedido dos clubes.
Proposta para a Divisão de Acesso
A Federação Gaúcha de Futebol propôs um campeonato único no segundo semestre deste ano para os clubes da Divisão de Acesso e da Terceirona, A competição seria disputada de forma regionalizada com a participação de 32 times sem possibilidade acesso ou rebaixamento.
Se for aprovada, a competição será disputada de forma regionalizada. Seriam quatro regiões com dois grupos em cada. O campeão de cada chave ganharia um prêmio de R$ 60 mil e vaga para a final com o campeão do outro grupo da região. Os vencedores de cada região ganham vaga na Supercopa, competição que irá envolver ainda equipes do Gauchão que não têm vagas para Série D e Copa do Brasil.
Calendário proposto
- Reinício do Gauchão: 19 de julho
- Fim da fase classificatória: 26 de julho
- Semifinal do 2º turno: 29 de julho
- Final do segundo turno: 2 de agosto
- Finais do Gauchão: 5 e 9 de agosto (Caso o Caxias, campeão do 1º turno, não conquiste o título do 2º turno)
Outras medidas
- Redução no número de estádios sedes (número provável de 5)
- Jogos sem torcida, com máximo 200 pessoas no estádio (atletas, comissão técnica, organização e imprensa)
- Realização de testes para covid-19 na véspera das partidas
- Possibilidade das delegações viajarem no dia dos jogos e deixarem as cidades logo após as partidas