A vitória sobre o Botafogo fez bem ao Inter. Não fosse ela, o elenco se reapresentaria na manhã desta segunda-feira (2), no CT Parque Gigante, completamente pressionado. Apesar de ter sido pelo Campeonato Brasileiro, o resultado obtido no fim de semana fez com que o vestiário colorado tivesse um domingo de folga mais tranquilo, deixando a eliminação da Libertadores soterrada no passado. Com a retomada da confiança, o time passa a mirar o confronto da próxima quarta, que vale vaga na final da Copa do Brasil.
— São jogos diferentes e campeonatos diferentes. Vamos botar um ponto final nisso (queda da Libertadores), não vamos ficar lembrando, porque vamos ficar chateados. Vamos com tudo para cima do Cruzeiro — sentenciou Zeca.
O lateral, aliás, foi um dos dois reservas que entraram em campo no fim de semana, surpreendendo todas as projeções de equipe. Contrariando as demais escalações às vésperas de decisões por mata-matas, desta vez o técnico Odair Hellmann mandou a campo praticamente seu time titular. A justificativa apresentada é a de que planejamento mudou.
— Nós tínhamos três competições. Com a saída de uma delas, a gente vai analisar a cada jogo quem será utilizado. Se tiver que acontecer a repetição de time, vai acontecer — explicou o treinador.
Além do lateral-direito Bruno, outro preservado foi D'Alessandro — que entrou no final do segundo tempo. A saída do argentino deu a oportunidade de Nico López começar jogando e mostrar serviço. Com grande atuação, o uruguaio deu passe para gol de Edenilson e, acima de tudo, encerrou uma série de 24 jogos sem balançar as redes adversárias.
— Muitos jogadores passam por esses momentos. O Nico sempre teve o apoio de todos nós, porque confiamos na qualidade dele. Mas que bom que ele conseguiu fazer o gol, para acabar com esse negócio de jejum e gerar confiança — comentou Odair, que pode devolver o atacante à titularidade contra os mineiros. — A partir de segunda-feira, vamos sentar, visualizar a nossa estratégia tática e técnica. Quem inicia é importante, mas quem entra depois também é. A cada jogo, vamos fazendo as escolhas — despistou.
O gol também foi importante porque Nico passou a estar na alça de mira do torcedor colorado. Na manhã do último sábado, seu nome foi estampado em uma faixa, em uma passarela nas proximidades do Parcão, em Porto Alegre: "Nico, sai da noite". Outra subia o tom sobre todo o elenco: "Copa do Brasil é obrigação". Sobrou até mesmo para o técnico da equipe: "Fora Odair. Acabou a paz".
— Valorizo os 50 mil torcedores que lotaram o Beira-Rio na quarta e aplaudiram o time após o jogo contra o Flamengo. Sobre os que penduraram a faixa antes de um jogo importante, penso que nem merecem que a gente comente — disse o vice-presidente de futebol, Roberto Melo.
Mesmo aplacados pelo resultado obtido diante do Botafogo, os protestos dão pistas sobre o sinal de impaciência de uma parcela das arquibancadas. A expectativa é que a grande maioria apoie o time para, de fato, dar a volta por cima. O fato de os ingressos terem se esgotado com antecedência é um forte indício de que os atletas ainda contam com apoio maciço.
— Agora, temos um jogo decisivo que pode levar o Inter a uma final depois de 10 anos, a um título que só ganhamos uma vez e há 27 anos. Já sabemos que o Beira-Rio vai estar lotado, aquele caldeirão, com o torcedor que nos apoiou no final contra o Flamengo, pois entende o momento do clube — sinalizou o dirigente colorado.
