A primeira parada do Inter no desafio de reconquistar a América é Santiago. E a capital chilena recebeu os colorados com um por do sol cinematográfico. Depois de sobrevoar as cordilheiras, a aeronave fretada que trouxe a delegação aterrissou por volta de 19h15min com uma temperatura amena, próxima aos 25°C. Só faltou calor humano, já que não havia torcedores à espera, destoando dos quase 50 que foram ao Salgado Filho desejar sorte aos comandados de Odair Hellmann.
Este último mês do verão sul-americano tem sido agradável aos chilenos. Na última semana, eles têm sol e até calor ao longo do dia, mas um friozinho de se tapar, como dizem os gaúchos, à noite. Bom para saborear um vinho, uma especiaria que orgulha muito os nativos.
Se não houver alterações bruscas na previsão, é este ambiente que o Inter encontrará no Estádio San Carlos de Apoquindo, na quarta-feira (6), às 19h15min. A casa da Universidad Católica será emprestada ao Palestino para a estreia na fase de grupos. Os chilenos já passaram por duas fases preliminares, a última contra o Talleres-ARG, e são a surpresa de um grupo que tinha tudo para ser aquele com mais títulos — já que o São Paulo era o favorito à quarta vaga.
— Não para mim. Considero normal estar o Palestino. Poderia ser o Talleres também. A Libertadores é um campeonato equilibrado, com equipes parelhas — disse D'Alessandro, em bom espanhol, na chegada da equipe ao aeroporto.
O desembarque foi tranquilo, três repórteres chilenos aguardavam o Colorado. De fato, o Palestino não tem o apelo popular de Universidad Católica, Universidad de Chile e Colo-Colo. Até por isso, o foco mira mesmo o camisa 10 do Inter, ainda que não seja mais nem o capitão nem o titular absoluto. Um jogador como ele transcende o status no time ou uma braçadeira. Já foi assunto antes mesmo de embarcar, quando viralizou um vídeo do repórter Bruno Halpern, da RBS TV, no qual um torcedor gremista pede uma foto com o ídolo colorado.
É possível que, ao fim de tudo, D'Alessandro seja mais popular em Santiago do que o próprio Palestino. Mas não se engane: o clube chileno é uma bandeira, uma causa, uma representação da comunidade à qual homenageia, cuja maior densidade demográfica está no Chile.
— E é um bom time, vamos estar atentos — nas palavras de D'Alessandro.
O voo fretado que trouxe o Inter ao Chile foi dedicado exclusivamente ao futebol. Os 50 lugares da aeronave foram preenchidos por jogadores, comissão técnica, presidente e vices eleitos, vice de futebol, executivo e assessoria de imprensa. Não houve qualquer convidado, nem dirigente nem torcedor ilustre.
Por onde passamos, encontramos delegações em busca da América. No aeroporto de Montevideo, o Nacional-URU viajava em voo fretado para Santa Cruz de la Sierra primeiro e depois para Barinas, onde enfrenta o Zamora-VEN. Em Buenos Aires, no Aeroparque, o Boca voava para Cochabamba, para pegar o Jorge Wilstermann-BOL, no início da tarde. E no aeroporto de Santiago, pouco antes do Inter, desembarcou o Sporting Cristal, que foi a Concepcion jogar contra a Universidad.