A Copa do Brasil terminou para o Inter em 19 de abril, já na quarta fase, antes mesmo de enfrentar os adversários que estavam na Libertadores. O time gaúcho perdeu por 1 a 0 para o Vitória em Salvador e ficou fora da competição após perder por 4 a 3 nas penalidades. No tempo normal, o time baiano aproveitou uma postura, no mínimo, pouco agressiva dos gaúchos para vencer no por meio de um gol polêmico, de Neílton, cobrando pênalti.
Obviamente, a queda prematura (mais uma, aliás) doeu entre os colorados. E, para evitar uma crise ainda maior, a direção tratou de colocar a tropa de choque toda para explicar a eliminação precoce. Após a partida, falaram o presidente, o vice de futebol, o treinador e o capitão.
— Vamos deixar claro para o torcedor colorado que estamos todos indignados. Mas temos de ter continuidade e já para o jogo de domingo, contra o Palmeiras, que tem curva de investimento diferentes dos demais. Quero deixar claro meu respaldo à comissão técnica, ao departamento de futebol e ao grupo de jogadores — garantiu o presidente Marcelo Medeiros, que completou, a respeito do que a direção pode prometer sobre o Brasileirão: — Luta, luta e luta. Seria leviano da minha parte promoter um título nesse momento de reconstrução.
O discurso encontrou tom semelhante no vice de futebol, Roberto Melo:
— A gente queria ir mais longe, entende que tinha condições de ir mais longe. Talvez, haja clubes num momento à frente, mas a gente poderia ter ido mais longe. Não fizemos um bom jogo, principalmente no segundo tempo. Não conseguimos jogar, não conseguimos prender a bola na frente.
O dirigente também confirmou as contratações de Lucca (inclusive anunciado no site do Inter poucos minutos depois da eliminação) e de Zeca, cuja liberação depende apenas de uma homologação jurídica do acordo entre o jogador e o Santos. O lateral assinará contrato por quatro anos.
Sobre o Brasileirão, Melo afirmou que o Inter tem "obrigação de fazer um bom campeonato".
Odair Hellman lamentou a eliminação, afirmou que "o momento é de tristeza", mas agradeceu o respaldo recebido pela da direção:
— É importante para todo o treinador, futebol não se constrói da noite para o dia. Não pega uma varinha mágica e vamos ser campeões mundiais e da Libertadores de novo. É a continuidade de um processo. Hoje foi uma derrota dura, vamos encontrar essas oscilações no processo. É acreditar nesta caminhada e nos fortalecer mais. Corrigir nossos erros e acreditar nas coisas positivas. É assim que construímos um time vencedor.
Por último, D'Alessandro também concedeu entrevista. O capitão explicou que pediu para sair aos 15 minutos do segundo tempo em razão de dores no adutor e combinou com Odair de ser substituído por volta dos 30.
— Queríamos ir mais longe do que fomos. O Inter é um time grande, que precisa jogar todas as competições e ficamos fora em uma instância que não queríamos. Vamos focar no Brasileirão. Ainda continuam chegando jogadores, precisamos consolidar nosso grupo. Já tivemos bons jogos, mas não temos a regularidade que precisamos como time. Só vamos encontrar isso com o decorrer do campeonato. Precisamos ser inteligentes fora de casa e fazer nossa campanha dentro.
Do lado do Vitória, a noite foi consagradora para o goleiro Caíque, que havia sido criticado pela falha na partida de ida, quando levou um gol nos acréscimos após não segurar uma cobrança fraca de D'Alessandro.
— Fui coroado. Saí como vilão e como frangueiro. Obrigado a quem me criticou e hoje está me aplaudindo — desabafou o herói da noite.