O mínimo que se podia exigir do Inter na Copa do Brasil era ir até as oitavas de final, fase em que entra a turma da Libertadores. A partir daí, seria lucro. Foi o que escrevi antes da eliminação colorada em Salvador, no Barradão.
Portanto, ser eliminado pelo Vitória-BA, um adversário nada além de médio, dito com alguma generosidade, é um revés duro para o Inter de Odair Hellmann. A derrota dupla em Salvador, no tempo normal (1 a 0) e nos pênaltis, tem de servir de lição.
Durante um jogo fraco, de baixa qualidade técnica, no gramado encharcado, o Inter exagerou na estratégia de se defender e encaixar um contra-ataque, abrindo mão da posse da bola tão exaltada como uma virtude a ser perseguida. Tal possibilidade se abriu em vários momentos, já que o Vitória não é nenhum Barcelona, com ou sem Neílton, grande surpresa do técnico Vagner Mancini.
A ideia de deixar muitos jogadores atrás da linha de bola inibiu ultrapassagens. Eram sempre dois, no máximo três à frente. Ninguém se arriscou a avançar. A posse baiana bateu nos 64%, mas houve equilíbrio nas chances de gol. O Inter as teve com mais clareza, com William Pottker e Nico López, no primeiro tempo. O problema foi permitir ao adversário ter muito mais volume e baixar tanto a marcação.
O pênalti cometido por Iago, que resultou na derrota no tempo normal, se deu exatamente no volume de jogo do Vitória, e não na criatividade da bola trabalhada. O Inter trouxe o Vitória para dentro de sua área. Esse foi o grande erro.
O Inter decepcionou até nas cobranças de pênalti inseguras de Gabriel Dias e Nico López, mas fazer terra arrasada será o pior pecado. O único caminho é manter o trabalho, aprender as lições de Salvador e se qualificar individualmente.
Vamos combinar: alguém acreditava que o ano do Inter seria de calmaria? Se o torcedor, mesmo doído e triste, não pegar junto nessa hora, a tendência é as dificuldades aumentarem.