Apesar das cobranças internas e da pressão externa, o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, e seus vice-presidentes decidiram dar respaldo ao técnico Renato Portaluppi, ao vice de futebol Antonio Brum e ao executivo Luis Vagner Vivian. Na avaliação do clube, eventuais trocas agora serviriam apenas para dar uma "resposta" à torcida, mas prejudicariam o trabalho do time e o processo de contratações.
No vestiário do Estádio Alfredo Jaconi, logo após o Tricolor ser goleado por 3 a 0 para o Juventude, no domingo (7), Renato se dirigiu ao presidente e aos dirigentes do futebol e chegou a ensaiar um discurso com o tom de deixar o clube à vontade para substituí-lo, mas foi interrompido por Guerra. Uma saída do treinador está descartada pela direção.
— Aqui a gente sempre troca ideias para o melhor para o clube. Depois do jogo, tivemos uma conversa com o presidente e os dirigentes, que me passaram confiança e acreditam que comigo o clube vai sair dessa situação — disse Renato logo após o jogo.
A direção acredita que não há no mercado outro treinador com mais capacidade e condições de tirar o Grêmio desta situação do que Renato. Além disso, os dirigentes confiam em uma melhora do time, sobretudo quando Jemerson puder atuar, quando voltarem Soteldo e Diego Costa e quando o clube contratar reforços para o setor ofensivo. A avaliação é de que um novo técnico, seja ele quem for, enfrentaria hoje as mesmas dificuldades, mas com menos condições de trazer resultados do que com Renato.
Já o departamento futebol é alvo de cobranças internas e pressões externas. Na noite desta segunda-feira (8) haverá uma reunião do Conselho Deliberativo tricolor em que uma das pautas será o futebol. A previsão é de que Antonio Brum e Luis Vagner Vivian estejam presentes para dar explicações sobre o mau momento do futebol do clube e responder a questionamentos dos conselheiros, sobretudo da oposição.
Internamente, apesar de cobrados, os dirigentes do futebol contam com a confiança da direção. Antonio Brum é visto como um bom conhecedor do mercado, peça-chave no processo de contratações que deram êxito, como Diego Costa, além de ter ótima relação com Renato e com o grupo. Já Luis Vagner é elogiado pelas relações que tem com atletas e dirigentes, em virtude de sua experiência na Seleção Brasileira, e pelo seu trabalho nas outras atribuições da pasta, sobretudo logística e questões administrativas.
Por tudo isso, o Grêmio avalia que uma eventual demissão de Brum e Luis Vagner serviria unicamente para criar um fato político ou dar uma resposta ao torcedor, mas que não traria benefícios práticos e atrapalharia o processo de contratações, que está em andamento e deve, conforme a expectativa do clube, render reforços importantes nos próximos dias.
Por todos estes motivos, o Tricolor descarta mudanças. Ao menos até a próxima quarta (10), quando o Tricolor enfrenta o Cruzeiro, em Caxias do Sul, pelo Brasileirão, e, mais uma vez, precisa ganhar.