O Grêmio faz da Arena sua principal aliada pelas vitórias em 2023. Único invicto em casa na Série A na temporada e equipe de melhor aproveitamento como mandante nas três principais divisões do país, o Tricolor conta com o fator local como seu trunfo na briga pelos títulos do Brasileirão e do hexa da Copa do Brasil. Com o confronto direto contra o Botafogo pela frente como próximo compromisso gremista em Porto Alegre, a força do torcedor é tratada como arma de Renato Portaluppi para a sequência do ano.
O fator local não é algo que faz a diferença apenas neste ano. Em 2022, com o Grêmio sofrendo com as dificuldades da Série B, jogar na Arena se mostrou determinante para o retorno. Desde a derrota para o Ituano no ano passado, que completou 10 meses ontem, o Tricolor construiu a maior série invicta no estádio desde a inauguração em dezembro de 2012. São 23 jogos sem perder na Arena, 18 vitórias e cinco empates.
No recorte considerando apenas os resultados deste ano, os números são ainda mais impressionantes. O Grêmio alcançou um aproveitamento de 85,1% como mandante após a goleada sobre o Coritiba no último domingo. No ano, somando a partida de estreia no Brasileirão no Estádio Alfredo Jaconi, o time alcançou um retrospecto de 14 vitórias e quatro empates em 18 jogos.
Dentro de casa, o time de Renato marcou 17 dos 22 gols feitos no Brasileirão. A campanha do Grêmio como mandante fica atrás apenas do Botafogo no momento. O time carioca, líder do Brasileirão, venceu suas seis partidas como mandante.
— Creio que a atmosfera da torcida com a equipe é muito boa. Nós tivemos bons rendimentos nas nossas passagens. Atribuo muito a essa conexão. Contagia o vestiário. Existe muita confiança nos atletas quando jogávamos em casa. As lideranças do grupo sempre mostraram convicção de vitórias em casa. Ali em 2015 e 2016, Maicon sempre dizia: "Vamos nos impor. Aqui é nossa casa e é a gente que mandava" — relembra James Freitas, auxiliar de Roger Machado em suas duas passagens pelo clube.
Referência mundial em preparação física, e um dos profissionais com mais títulos na carreira, Paulo Paixão viu de perto a força que passa das arquibancadas para o campo. Principalmente quando esse apoio vem do torcedor gremista.
— O atleta encontra forças na torcida e cresce de rendimento. Muitas vezes dá certo. O apoio da massa o faz crescer. Não vai ultrapassar os limites técnicos, mas vai acrescentar vontade por estar sendo empurrado pelo torcedor — avalia.
Segundo Paixão, o histórico do Grêmio mostra a força do apoio dos torcedores na Arena. O preparador esteve na beira do gramado no Olímpico e na Arena, tanto com a torcida a favor e também como adversário. E sua confiança é de que esse empurrão pode ser o diferencial na busca por vitórias e títulos.
— Faz diferença. É algo que se prova ao longo do tempo, apesar do Grêmio ter na história títulos importantes fora de casa. Mas a questão psicológica é preponderante. O Grêmio tem aproveitado isso muito bem. Tanto é que os clubes brigam por decidir os jogos em casa nas competições de mata-mata. É um fator considerável, mesmo que nunca seja o principal, mas tem jogos que ajuda. Faz efeito. Muitos jogos são decididos com a força da torcida — comentou.
Até voltar ao seu lar, o Grêmio fica praticamente uma semana longe de casa. O time embarca para a Bahia no fim desta semana, e só retorna a Porto Alegre para a reta final da preparação antes de receber o Botafogo no dia 9 de julho.