O poema genial de Carlos Drummond de Andrade é quase um resumo das relações profissionais no futebol.
"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história"
Caixinha disse sim ao Grêmio, mas assinou com o Santos. Pelo dobro do salário, dizem. Quinteros disse não ao Vélez porque apareceram o Grêmio e o rico futebol brasileiro comparado ao pobre futebol argentino.
Bernabei disse ao presidente colorado, Alessandro Barcellos, que adorou o Inter e Porto Alegre. E disse ainda que falou o mesmo ao Celtic. Só que ele ainda não está garantido no Colorado em 2025. Nesse meio tempo, apareceu o Palmeiras, e a proposta do milionário paulista deve ser melhor que a do Inter. Vai ou vem?
Profissionais criam cenários e seguem a vida sem pensar nos clubes e muito menos nas torcidas. Existem exceções? Claro. Mas que bom que a nossa língua portuguesa tem tantas palavras e, para este caso, exceção é a palavra perfeita. Amor no futebol, amor de verdade, é só do torcedor. Por isso, siga amando loucamente, porque isso só você sabe o que significa.
Os profissionais da bola são profissionais sempre abertos para uma conversa com um J Pinto Fernandes da vida. Que nem tinha entrado na história.
E ainda sobre Caixinha que não veio e o Quinteros que não foi, Marília Mendonça tem o trilha musical:
"Quem eu quero, não me quer
Quem me quer, não vou querer
Ninguém vai sofrer sozinho
Todo mundo vai sofrer..."
Tomara que, nesse caso, seja só o Santos...