Além de vizinhos, Rio Grande do Sul e Santa Catarina compartilham números parecidos no que diz respeito ao coronavírus e sua propagação. Conforme os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, no começo da noite da última segunda-feira (29), o Rio Grande do Sul tem 25.659 casos da doença, com 582 óbitos, uma incidência de 225,5 casos e de 5,1 óbitos por cada 100 mil habitantes. Já Santa Catarina tem números próximos a isso. São 25.056 casos e 324 óbitos, com incidência de 349,7 casos e 4,5 óbitos a cada 100 mil habitantes.
Apesar das informações similares do que diz respeito a doença, os governos dos estados têm optado por resoluções diferentes no que tange às atividades físicas, mais especialmente relacionado ao futebol. Por essas divergências, inclusive, o Grêmio optou por levar sua estrutura para o Estado vizinho e ir treinar em Criciúma nos próximos dias, visto que a cidade permite treinos coletivos.
Se no Rio Grande do Sul o governador Eduardo Leite optou pelo distanciamento controlado e o método de bandeiras para regiões para definir mais ou menos restrições, Carlos Moisés, governador de Santa Catarina, transferiu a decisão para as prefeituras, que a partir de suas análises, resolvem se liberam atividades físicas com contato ou não, no caso do futebol. É o caso de Criciúma. Na cidade, os treinamentos coletivos foram liberados na segunda-feira da semana passada, 22 de junho.
— O decreto do Estado foi feito de maneira bem abrangente e transferiu para cada uma das prefeituras a sua própria análise frente a uma matriz de risco para determinar a liberação das atividades físicas. Existem municípios que já permitem os treinamentos com contato e outros que ainda não. Florianópolis, por exemplo, não permite. Palhoça, a pouco menos de 30km da Capital, permite. Nós, do Avaí, fomos treinar tecnicamente e taticamente nas instalações do Guarani de Palhoça — relata Luiz Fernando Funchal, chefe do departamento médico do Avaí e um dos responsáveis pelo protocolo de retorno do futebol em Santa Catarina e da CBF.
O médico também relatou que o Criciúma ofereceu suas estruturas de treinamento para o Avaí em um primeiro momento, mas o time da capital catarinense optou por Palhoça por ser mais próximo de sua sede. Apesar de não se opor a ida do Grêmio para a cidade, a prefeitura do município do sul catarinense afirmou que o Tricolor terá de respeitar os protocolos estabelecidos pelos decretos municipais e estaduais.
O próprio time da cidade usa um rígido protocolo, parecido com o utilizado pela equipe gaúcha em Porto Alegre e que deve ser utilizado em Santa Catarina também. O médico do Criciúma garantiu que as duas agremiações não irão compartilhar dos mesmos espaços no CT Antenor Angeloni.
A Federação Catarinense de Futebol (FCF) estabeleceu o dia 8 de julho como data para o retorno do campeonato estadual, mas existe uma discussão justamente sobre a disparidade técnica entre clubes das cidades onde os treinamentos coletivos já estão permitidos e dos que ainda não tem essa possibilidade. A competição pode ser adiada entre mais uma semana ou 10 dias.