No dia 12 de março, a Dupla escreverá um novo e importante capítulo de sua rivalidade. Pela primeira vez, os dois gigantes de Porto Alegre farão um enfrentamento válido pela Libertadores. Por isso, GaúchaZH recorda Gre-Nais que entraram para a história do clássico.
O atacante Nildo marcou seu nome na história do Grêmio ao marcar o gol da vitória sobre o Ceará, que rendeu o título da Copa do Brasil de 1994. Porém, também deixou sua marca nos clássicos Gre-Nais — em especial, o que valeu o título gaúcho de 1995.
— É um dos títulos que dou tanta importância, como a Copa do Brasil, porque Gre-Nal é Gre-Nal em qualquer parte do mundo. Foi um título regional, que as pessoas querem acabar, mas isso não pode morrer nunca. Fiz de tudo nesse jogo: fiz o gol, dei assistência e fui expulso — recorda.
De fato, o então reserva de Jardel incendiou o jogo naquele 13 de agosto de 1995. Além de abrir o marcador, após o empate do Inter com Zé Alcino, ele deu passe para que Carlos Miguel decretasse a vitória tricolor. Antes do apito final, ainda recebeu cartão vermelho após um carrinho por trás em Mazinho Loyola.
— Foi um jogo muito pegado. Diziam que o Sílvio era um goleiro de uma defesa só, o que é uma maldade. Naquele jogo, ele defendeu uma bola em cima da linha nos minutos finais. O Felipão não botou o Danrlei naquele jogo, confiou no "Silvião", que era muito bem treinado pelo Mazaropi e vinha jogando quase sempre no Gauchão — comenta Nildo.
O goleiro Sílvio não foi o único reserva escalado naquela tarde, no Estádio Olímpico. Como o Grêmio estava em meio à disputa da Libertadores (que seria conquistada pelo Tricolor), Luiz Felipe Scolari costumava mandar a campo um time misto ou totalmente reserva.
— A gente tinha um grupo muito qualificado, e a gurizada que subiu dos juniores era muito boa: Jé, Andrezinho. A gente chegava de viagem e o Felipão nos mandava para jogar em Pelotas, Caxias. Quando o jogo era mais cascudo, ele selecionava alguns titulares, como Adilson, Paulo Nunes ou Dinho. Chegamos à final e todos achavam que jogaria o time titular, mas ele nos reuniu no meio-campo e anunciou: "O Banguzinho vai forte essa semana". A gente estava tão confiante, com muito moral, que eu dava entrevista dizendo: "O matador voltou" — relembra, às gargalhadas.
Tamanha é a identificação com o clube que mesmo hoje, de volta ao seu Estado natal, o Pará, Nildo acompanha e torce pelo Tricolor.
— O Gre-Nal da Libertadores cai no dia do meu aniversário. Dia 12 de março. Quero de presente uma vitória do nosso Grêmio. Sou gremista até hoje. Meu filho nasceu em Porto Alegre, meu time de futebol na pelada se chama Grêmio. Então, meu irmão, falar de Grêmio, para mim, é um prazer. Não joguei tantos Gre-Nais, mas os que joguei, deixei meu cartão de visitas — alfineta.
Ficha técnica:
Gre-Nal 328: Grêmio 2x1 Inter (Gauchão de 1995)
Grêmio: Sílvio; Marco Antônio (Alexandre Gaúcho), Rivarola, Luciano e Roger; Dinho, Gélson, Vágner Mancini e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Arce) e Nildo. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Inter: Goycochea; Jonílson, Marcão, Argel e César Prates; Márcio, Marcelo (Wágner) e Nando; Mazinho Loyola, Zé Alcino e Leandro. Técnico: Abel Braga.
Gols: Nildo e Carlos Miguel; Zé Alcino