No dia 12 de março, a Dupla escreverá um novo e importante capítulo de sua rivalidade. Pela primeira vez, os dois gigantes de Porto Alegre farão um enfrentamento válido pela Libertadores. Por isso, GaúchaZH recorda Gre-Nais que entraram para a história do clássico.
Em 1999, Grêmio e Inter chegaram à final do Gauchão. No confronto de ida, no Beira-Rio, vitória colorada por 1 a 0, gol do zagueiro Gonçalves. Na volta, no Olímpico, veio o troco tricolor por 2 a 0, com Ronaldinho e Agnaldo balançando as redes. Como não havia saldo no critério, foi marcada uma terceira partida, novamente na casa gremista. Foi o jogo que entrou para a história e ficou conhecido no imaginário gaúcho como o "Gre-Nal do Ronaldinho".
O gol da vitória por 1 a 0 já foi uma pintura, quando o então menino de 19 anos colocou a bola entre as pernas do volante Anderson, tabelou com Capitão e bateu no canto do goleiro André. Mas ele foi além ao protagonizar dois dribles sobre o experiente volante Dunga, já consagrado como capitão da Seleção Brasileira.
— Com toda a experiência que o Dunga tinha e ele, um menino, com toda sua genialidade, conseguir fazer um lance de efeito no capitão... Para mim e para muitos gremistas, ficou gravado — recorda o ex-atacante Rodrigo Gral, hoje diretor do Portimonense, de Portugal.
Segundo Gral, as jogadas protagonizadas naquele 20 de junho de 1999, há mais de duas décadas, eram conhecidas do elenco tricolor, já que Ronaldinho as apresentava nos treinos.
— O Ronaldo sempre imaginava o que ele iria fazer. Nos treinamentos, ele já tinha esboçado algumas situações. Não com o grupo, mas quando a gente brincava após os treinos, ele sempre ficava treinando um lance parecido ao que fez com o Dunga. Tanto o chapéu como o drible de calcanhar, com a mudança de direção que só ele conseguia fazer com perfeição — revela.
— O talento que ele teve... não só nessa, mas em outras jogadas que ele imaginava nos treinos e na concentração, antes de dormir, nas conversas, ele conseguia fazer com maestria. Ele era assim: imaginava e tentava colocar em prática onde era mais difícil, que era o jogo. Fico feliz por ter participado e vivido esse momento ao lado dele, em um jogo que ficou marcado. Com certeza, foi o maior que joguei ao lado. Para mim, foi um gênio — completa.
Na época, Rodrigo Gral tinha 22 anos. Apesar de não ser muito mais velho do que Ronaldinho, já havia sido campeão brasileiro e da Copa do Brasil com o Grêmio. Voltava ao Olímpico após um período emprestado ao Juventude, quando foi campeão estadual no ano anterior.
— Tive o prazer não só de jogar, mas de compartilhar um momento especial na carreira dele. Estávamos vindo da seleção (de base), éramos jovens e tínhamos que brigar por um lugar no time. Começamos no banco e, ao longo da competição, fomos buscando nosso espaço. Acabamos campeões e coroados com a titularidade — conclui Gral.
Ficha técnica:
Gre-Nal 341: Grêmio 1x0 Inter (Gauchão de 1999)
Grêmio: Danrlei; Itaqui, Ronaldo Alves, Éder e Roger; Capitão, Fabinho (Djair), Émerson e Ronaldinho; Rodrigo Gral (Cleison) e Agnaldo (Zé Afonso). Técnico: Celso Roth.
Inter: André; Enciso, Gonçalves, Lúcio e Régis (Almir); Anderson (João Santos), Dunga, Claiton e Elivélton; Fabiano (Manoel) e Christian. Técnico: Paulo Autuori.
Gol: Ronaldinho