Problemas com instituições financeiras, operadoras de serviço e compras pela internet fazem parte da lista das principais demandas do Balcão do Consumidor e do Procon de Passo Fundo, no norte gaúcho, em 2024.
Juntas, as duas entidades registraram mais de 5,8 mil atendimentos — número que equivale a quase 16 por dia só na cidade.
De janeiro a novembro, 260 casos de fraude foram registrados no município, segundo levantamento realizado pelo Procon. A maioria tem relação com compras online.
Do total de 7.389 atendimentos presenciais na sede do Procon, 3.040 foram aberturas de reclamação e procedimentos administrativos, afirma o coordenador da entidade em Passo Fundo, Lucca Gavião.
— Além das instituições financeiras e bancárias, e prestadores de serviço, tivemos muitas reclamações referente as empresas de telefonia e internet. As queixas envolveram cobranças por serviços e produtos não contratados, ofertas não cumpridas e cobranças não previstas ou informadas — disse.
No Balcão do Consumidor da Universidade de Passo Fundo (UPF) foram registrados 2.846 atendimentos até a última quinta-feira (18). O mês com o maior número de casos foi abril, com 327 reclamações.
Das 53 audiências de reconciliação extrajudicial realizadas ao longo do ano, 32 finalizaram com acordo favorável entre as partes, o que representa cerca de 60,4% dos casos.
— Sempre fazemos as tentativas por telefone ou e-mail para resolver a demanda. Nos casos em que há dificuldade por esses canais, convidamos o fornecedor a comparecer no Balcão. Essa é a nossa última tentativa de resolver o problema do consumidor de maneira extrajudicial — explica o coordenador da entidade, Franco Scortegagna.
De olho nas dicas
Para amenizar os problemas com os fornecedores, os representantes do Procon e do Balcão do Consumidor orientam para que consumidores estejam sempre atentos à leitura de contratos antes de assiná-los.
Além disso, os extratos bancários e de benefícios, no caso de aposentados e pensionistas, devem ser verificados frequentemente a fim de identificar possíveis descontos indevidos.
— Em caso de ofensa ao direito do consumidor, ele deve buscar os órgãos de defesa, como o Procon, com os documentos pertinentes à reclamação, como nota fiscal, ordem de serviço, comprovante de pagamento e outros — explica Gavião.
Outras dicas, como optar por compras em sites conhecidos e analisar se o produto ou serviço contratado está de acordo com o ofertado pela empresa original, também são importantes. Confira abaixo outras dicas:
- sempre solicitar a nota fiscal e cópia do contrato
- verificar o valor à vista e o valor total em compras parceladas (a fim de verificar juros)
- verificar na plataforma Reclame Aqui se a empresa tem muitas reclamações e atende às solicitações
- anotar número de protocolo, data e nome do atendente em reclamações contra telefonia
- desconfiar sempre que o valor do produto está muito diferente do valor praticado no mercado local
- evitar clicar em links suspeitos enviados por e-mail, WhatsApp ou mensagem
- desconfiar ao realizar pagamentos em nome de pessoas físicas
- realizar uma pesquisa de preço e não comprar por impulso.