Uma mudança poderá ser vista na equipe do Grêmio nas próximas semanas. Com a chegada de Thiago Neves, o time de Renato Portaluppi tem a chance de contar com uma característica diferente de um camisa 10. O próprio atleta, que já realiza pré-temporada para entrar em forma, descarta a comparação com Douglas, último meia que fez sucesso na função que o atleta chega para desempenhar.
— Eu gosto de tocar, fazer uma tabela e ir pra área pra finalizar. A minha característica é bem diferente da dele (Douglas). Ele já toca e deixa um atacante fazer gol. Eu espero fazer as duas coisas. O meu ponto forte é a chegada na área, mesmo, para finalizar — analisou Thiago.
Para decifrar o melhor posicionamento do jogador, GaúchaZH buscou profissionais que acompanharam os últimos anos da carreira de Thiago Neves. No Fluminense, o responsável pela indicação da contratação foi o coordenador do clube à época, Vinícius Eutrópio. Hoje técnico de futebol com passagens por diversos times brasileiros, o profissional concorda com a definição de Thiago:
— Ele não é aquele tremendo armador. É o homem do gol. Ele é o meia que pisa na área, que está toda hora ali. O Renato trabalhou muito com ele. Tenho certeza de que ele vai tirar o melhor do Thiago novamente — aponta Eutrópio.
Dois auxiliares do Cruzeiro vivenciaram o dia a dia recente de Thiago Neves. O primeiro é James Freitas, que trabalhou no clube mineiro em 2017 e 2019 — ele também conhece bem o estilo de jogo gremista, já que trabalhou no Tricolor em 2016, durante a campanha da conquista do pentacampeonato na Copa do Brasil. O segundo é Júnior Lopes, que estava na comissão técnica de Mano Menezes em 2018. Ambos reforçam a qualidade do novo reforço gremista, mas destacam que ele não é um típico camisa 10.
— Thiago não é um armador, é um jogador vertical. Sempre que tiver a possibilidade de jogar para frente ou circular a bola, opta por jogar à frente — destacou James, hoje auxiliar no Atlético-MG.
Júnior Lopes também acompanhou o meia-atacante no Flamengo de 2011, quando formava o trio ofensivo com Ronaldinho e Deivid. Na ocasião, ele atuava mais adiantado, pela meia direita. Um tripé de volantes dava liberdade para o jogador, que vestia o número 11. Já no Cruzeiro, o ex-auxiliar de Mano Menezes aponta um revezamento com Robinho na função.
— Ele também sabe fazer essa função (de dar assistências). O forte dele é ser aquele meia-atacante de chegada na área. Como a gente jogava com o Robinho aberto pela ponta direita, o Mano dava essa liberdade do Robinho inverter com ele. O adversário não esperava — explicou Lopes.
O esboço do Grêmio de 2020 com o novo reforço só poderá ser visto a partir da próxima semana, com a liberação do meia para treinamentos com o restante do grupo. A expectativa é que ele entre aos poucos na equipe de Renato, e que os pequenos ajustes sejam realizados nas atividades do CT Luiz Carvalho e nas partidas iniciais pelo time. A tendência é, assim que isso ocorrer, que Patrick vá para o banco — Jean Pyerre ficará um período maior afastado, já que está em processo de recuperação física.