A pausa para a Copa América deveria servir para o Grêmio descansar, treinar e se reforçar. Os dois primeiros objetivos foram cumpridos, com 11 dias de folga e uma semana de isolamento no Hotel Vila Ventura, em Viamão, para trabalhar aspectos físicos e táticos. O último ponto, porém, pouco avançou.
O Grêmio trouxe o zagueiro David Braz, que estava no Sivasspor, da Turquia. Era uma necessidade antiga do clube, que volta e meia tinha de improvisar algum jogador na função devido à falta de defensores no grupo. E essa foi a única novidade vinda de fora para o segundo semestre de 2019 — ao menos por enquanto. É importante ressaltar que a janela de transferências se abriu neste início de mês, e o Tricolor ainda pode buscar outros reforços. Mas essa não é a tendência.
A posição buscada é a de volante. O nome mais forte nos bastidores é o de Rafael Carioca, revelado pelo clube e hoje no Tigres, do México. O discurso gremista, porém, prega cautela na busca por reforços. O diretor de futebol Alberto Guerra indica que só há três possibilidades de o clube contratar mais algum jogador: um negócio de ocasião, um pedido do técnico que caiba no orçamento ou em caso de saída de um titular.
— Temos um bom elenco, mas um clube do tamanho do Grêmio sempre está aberto a negociações. Porém, contratar alguém agora dependeria de algumas variáveis. Precisa ter um custo-benefício razoável, ser um atleta que dê mais opções ao nosso treinador ou repor alguma perda — destacou Guerra.
Quanto a saídas, o Tricolor perdeu apenas o argentino Walter Montoya, que estava emprestado até o fim do ano pelo Cruz Azul, do México, mas irá atuar no segundo semestre pelo Racing, na Argentina. Há possibilidade de vender dois titulares: o atacante Everton, que está com a Seleção Brasileira na disputa da Copa América, e o zagueiro Walter Kannemann, que se recupera de lesão da coluna. Ambos receberam sondagens de clubes europeus, mas nada de concreto chegou ao Grêmio.
A tímida movimentação até agora reforça a tendência vista nos últimos anos, em que pouco se contratou no meio do ano. O Grêmio tem sido afetado por saídas de jogadores para o futebol europeu em meio a competições importantes. Há nove anos, o Tricolor negocia pelo menos um atleta nesta janela.
No ano passado, saíram Arthur, para o Barcelona, e Jailson, para o Fenerbahçe, da Turquia. Em 2017, foram negociados Pedro Rocha (Spartak de Moscou), Miller Bolaños (Tijuana, do México) e Gastón Fernández (Estudiantes de La Plata). No caminho inverso, chegaram apenas Marinho, do Changchun Yatai-CHI, em 2018, e Arroyo, do América do México, em 2017.
— A gente contrata quando há necessidade. Nesta janela do meio do ano, o elenco já está montado. Um reforço, para chegar no meio do ano, normalmente chega para repor alguma perda grande. Quando não sai ninguém, não há essa necessidade de repor — explica Alberto Guerra.
Agora, resta seguir atento ao mercado — seja para buscar alguém ou para evitar a saída dos principais jogadores. Se tudo permanecer como está, o Tricolor terá perdido um reserva e contratado outro jogador a nível de grupo. No mais, só especulações.
Quem chegou
- David Braz (zagueiro) – Sivasspor-TUR – compra, contrato por dois anos e meio
Quem interessa
- Rafael Carioca (volante) – Tigres-MEX – sondagem
Quem saiu
- Walter Montoya (meia) – Racing-ARG – rescisão de empréstimo
Quem pode sair
- Everton (atacante) – Manchester City-ING e Bayern de Munique-ALE – sondagem
- Kannemann (zagueiro) – Wolverhampton-ING – sondagem