O Grêmio terá, nas últimas seis rodadas do Brasileirão, um duelo em particular com o São Paulo pela última vaga no G-4. Com foco total na competição após a queda para o River Plate na Libertadores, a equipe de Renato Portaluppi poderá até passar o rival paulista no próximo domingo (11). O confronto direto com o time de Diego Aguirre será dia 15, no Morumbi.
Somente dois pontos separam os clubes na tabela. Somando 55, o Grêmio enfrenta o Vasco na Arena e o São Paulo, 57, terá o derby com o Corinthians, no Itaquerão,
na próxima rodada. Depois, ocorrerá uma espécie de final entre gaúchos e paulistas. No melhor dos cenários, se vencer os dois próximos jogos, a equipe de Renato iria a
61 pontos e poderia abrir até quatro pontos de vantagem — desde que, claro, o time de Aguirre fosse derrotado no clássico deste sábado (10).
Nos números, por enquanto, o São Paulo leva vantagem na briga com o Grêmio. Segundo o matemático Tristão Garcia, o time gaúcho tem 45% de chances de terminar o Brasileirão no G-4, enquanto os paulistas têm possibilidade maior: 63%. O confronto direto, acredita de Tristão, será o balizador na disputa pela última vaga direta à Libertadores. Ainda assim, ele prevê um calendário melhor ao São Paulo até o fim do campeonato.
— A tabela não é favorável ao Grêmio, por pegar São Paulo e Flamengo fora, dois adversários diretos. Em compensação, o São Paulo não vem bem — observa o matemático.
Para Tristão, ao perder pontos para equipes ameaçadas pelo rebaixamento, como América-MG (empate em 1 a 1) e Sport (derrota por 4 a 3), o time de Renato atrasou-se na disputa.
— A sorte do Grêmio se definirá nas próximas duas rodadas (contra Vasco e São Paulo) — prevê.
O comentarista Marcelo Barreto, do SporTV, vê superioridade técnica da equipe gaúcha em relação aos paulistas. Ele entende que este fator será mais decisivo na briga pelo G-4 do que a dificuldade que a tabela aponta aos dois clubes.
— De longe, o Grêmio tem mais time. Vejo grande possibilidade de que ultrapasse o São Paulo e garanta a vaga direta. Vejo vantagem mais pela equipe que o Renato tem do que os adversários que irá enfrentar — entende Barreto.
Ponto de vista semelhante tem Eugênio Leal, do canal Fox Sports. Além disso, o analista cita o momento turbulento que o São Paulo vive, com declínio técnico nas últimas partidas e também a polêmica sobre o meia Nenê, que demonstrou publicamente após o empate com o Flamengo, no último domingo, sua irritação pela condição de reserva da equipe de Aguirre.
— O São Paulo não consegue se encontrar, caiu muito de rendimento. No confronto direto, o Morumbi pode ser fator favorável aos paulistas. Mas o Grêmio, se estancar os gols sofridos nas últimas rodadas e souber jogar com posse de bola, se impondo ao adversário, pode deixar a capital paulista com um bom resultado — observa Leal.
Os últimos seis jogos do Grêmio no Brasileirão
Vasco - Arena (domingo, 11/11, 17h)
Gustavo Loio, repórter do O Globo e do Extra
Pelo fato de não vencer fora do Rio, no Brasileiro, desde 26 de novembro do ano passado (1 a 0 no Cruzeiro) e por enfrentar o atual campeão da América, fica claro que o Vasco não é o favorito para o jogo. Também vale destacar que o Grêmio, após a polêmica eliminação na Libertadores, agora só está disputando o Brasileiro e, provavelmente, irá com força máxima, o que deve dificultar ainda mais a missão vascaína de tentar acabar com o jejum longe do Rio de Janeiro.
São Paulo - Morumbi (quinta-feira, 15/11, 19h)
Renan Cacioli, repórter do Estadão
O momento das equipes é bem parecido, inclusive do ponto de vista emocional. O Grêmio ainda digere a eliminação na Libertadores, e o São Paulo patina após ter caído na real de que o título do Brasileirão não é mais possível. Ambas também sofrem com lesões de peças importantes, casos de Luan e de Everton, que tentam se recuperar a tempo do confronto direto pelo G-4. Na minha opinião, o que dá ao time gaúcho leve superioridade é o entrosamento de um grupo que joga junto há bastante tempo e o fator Renato, treinador que sabe sair de situações difíceis. Enquanto isso, do outro lado Diego Aguirre sofre para remontar um time formado praticamente todo em 2018 e parece perder um pouco a mão no vestiário, dada a insatisfação recente com o principal atleta do grupo, o meia Nenê. Além disso, nem o Morumbi tem sido determinante, já que os paulistas não vencem em seu estádio há quatro jogos.
Chapecoense - Arena (domingo, 18/11, 19h)
Rodrigo Goulart, editor de esportes do Diário do Iguaçu
O Grêmio entra neste jogo do dia 18 contra a Chapecoense como grande favorito. O grau de favoritismo é o maior de todos no confronto entre as duas equipes na Arena desde que a Chape subiu para a Série A do Brasileirão. O time catarinense já fez bons jogos e até venceu na Arena, ganhando de virada, com gol do Apodi, em 2015, e no ano passado também. Diferentemente destes dois casos, a Chape não tem uma equipe que inspire confiança em seu torcedor e que tenha qualidade. O time caminha a passos largos para a Série B do futebol brasileiro.
Flamengo - Maracanã (quarta-feira, 21/11, sem horário)
Diogo Dantas, repórter do O Globo e do Extra
O jogo do dia 21, conforme a distância para o líder Palmeiras, pode valer título ou confirmação no G-4 ao Flamengo. Mas o que vale com certeza é a continuidade do Dorival. Se ele se manter invicto, perto da ponta, ainda que não seja campeão, pode ficar para o ano que vem. Claro que ainda tem uma eleição pela frente e existe expectativa pela troca de treinador. A oposição tem preferência pelo nome do Renato, a situação já o procurou neste ano. Este jogo pode acabar decidindo quem será o técnico do Flamengo em 2019. Tecnicamente, são equipes que se equivalem na grandeza e no futebol ofensivo. Entendo que será um confronto de treinadores.
Vitória - Barradão (domingo, 25/11, sem horário)
Vitor Villar, repórter do Correio da Bahia
O Grêmio com certeza é favorito, mesmo com o jogo no Barradão. Não só pelo desempenho dos dois times na Série A e pela diferença de qualidade técnica, mas também pelo momento terrível do Vitória. Depois de não ter vencido o lanterna Paraná, o técnico Carpegiani foi demitido e quem vai comandar o time até o final do campeonato é João Burse, técnico do sub 23. Detalhe: ele foi técnico na goleada do Grêmio no primeiro turno. O Vitória está sem um time confiável. Neilton está merecidamente no banco, Erick caiu de produção, André Lima está machucado e o time não tem centroavante à altura da competição. Se nada mudar daqui até lá, presumo um triunfo do Grêmio.
Corinthians - Arena (domingo, 2/12, sem horário)
Daniel Batista, repórter do Estadão
"Para o Corinthians, dependerá muito do que estiver em jogo na última rodada. Tem possibilidade, ainda que remota, de brigar contra o rebaixamento. Eventualmente, dependendo do que ocorrer nas finais da Sul-Americana, também pode lutar por uma vaga nesta competição, o que seria uma espécie de prêmio de consolação para o time no Brasileirão. Então, para o Corinthians, a partida contra o Grêmio será uma despedida do ano. Não será um jogo que mudará o futuro do clube para 2019."