O Grêmio perdeu nesta quinta-feira (10) o homem que se tornou sinônimo de vitória no clube. Multivencedor, o ex-presidente Fábio André Koff, 86 anos, morreu às 7h20min no Hospital Moinhos de Vento, com um quadro de infecção generalizada. A morte foi informada pelo narrador Pedro Ernesto Denardin no programa Gaúcha Hoje. O velório ocorrerá das 16h às 22h desta quinta-feira, no Hall do Portão A da Arena do Grêmio. Na sexta-feira, às 11h30min haverá uma cerimônia, também na Arena, e depois o corpo será enviado para cremação.
Conforme boletim médico, o dirigente ingressou no hospital no dia 3 de maio após apresentar mal estar e febre. Os exames detectaram que Koff estava com anemia severa e abscesso hepático. Sem dar resposta satisfatória à medicação e às outras medidas médicas, ele foi transferido na segunda-feira (7) para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI), onde morreu nesta manhã.
Nascido em em 13 de maio de 1931, em Bento Gonçalves, teve o primeiro contato com o Grêmio no final dos anos 1930. Em Garibaldi, Koff escutava os jogos do time em um rádio no Café Possobon, próximo à residência da família. Tinha seis anos quando ganhou a primeira camiseta do clube.
— Eu fugia, enganava todo mundo em casa, não importava a hora ou o dia. Queria escutar os jogos. O coração parecia querer saltar pela boca — contou a Zero Hora, em outubro de 2012, quando aceitou concorrer novamente a presidente.
Na Capital, nos anos 1940, Koff sentou nos degraus de madeira da arquibancada da Baixada. O primeiro jogo que viu foi um trepidante Grêmio e Independiente-ARG, vencido por 3 a 2 pelo time do coração.
Advogado, depois magistrado, professor, secretário especial do governo Pedro Simon, presidente da Corsan, Koff rodou pelo Interior, mas sempre manteve a paixão pelo clube.
A chegada ao Grêmio foi em 1975, aos 44 anos. No ano seguinte, Koff elegeu-se como vice de futebol na chapa do presidente Hélio Dourado. Permaneceu no cargo por pouco tempo, sendo substituído por Nélson Olmedo. No final de 1980, concorreu a presidente e foi derrotado por Dourado. Seria eleito em 1981, contra Rafael Bandeira.
Em 1982, a perda dos títulos gaúchos, para o Inter, e do Brasileirão, para o Flamengo, lhe rendeu críticas da torcida, mas o seu trabalho teve continuidade.
A resposta veio com a conquista da Libertadores e do Mundial no ano seguinte, fatos que reabilitaram sua imagem e o colocaram em definitivo na história do clube. Entre 1990 e 1992, atuou como presidente do Conselho Deliberativo.
A segunda passagem de Koff pela presidência, entre 1993 e 1996, marcou um dos momentos futebolísticos mais fecundos do clube. Ao lado do técnico Luiz Felipe Scolari, a quem contratou na metade do ano, o dirigente construiu o time que venceria competições como a Copa do Brasil (1994), Libertadores (1995) e Recopa Sul-Americana e Brasileirão (1996).
Ao deixar o Grêmio, assumiu então o Clube dos 13, onde ganhou prestígio por elevar o valor da cota paga pela TV aos participantes do Brasileirão e permaneceu até 2012, de onde só saiu para concorrer outra vez à presidência do Grêmio, na qual derrotaria Paulo Odone.
Ao reconduzi-lo ao comando do clube, com 7.695 votos, os associados apostavam na retomada da conquista dos títulos, o que não aconteceria, apesar dos altos investimentos em contratações. Uma semana antes de assumir, Koff havia polemizado ao afirmar em entrevista a Zero Hora que a Arena não era do Grêmio. Durante os dois anos de seu mandato, o ex-dirigente ocupou-se em renegociar o contrato com a OAS, em bases que não comprometessem tanto as finanças do clube. Morreu sem conseguir concluir a missão.
Fábio Koff deixa a mulher, Ivone, os filhos Fábio Koff Júnior e Alexandre e quatro netas.
Em 2012, antes da eleição para a presidência do Grêmio, Koff contou por que se tornou gremista. Relembre: